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VW Passat Variant 2.0 TDI 150 cv DSG Business

À nona geração, o segmento médio (D) da marca alemã fabrica-se somente como carrinha e continua a contar com mecânica a gasóleo na gama, mesmo se a designação TDI, outrora tão atrativa, não aparece inscrita nem na tampa do motor com 4 cilindros, 2 litros e 150 cv. Em exame, a versão de “combate” Business!



O início da história do Passat remonta a 1973, ao arranque da produção do Typ 31, que tinha arquitetura técnica partilhada com o Audi 80 (B1) e desenho de Giugiaro, da Italdesign. Mais de cinco décadas depois, nona geração de modelo importante para a VW – foi-o no passado e é-o no presente! –, mesmo produzindo-se somente como carrinha (Variant), decisão apoiada pela travagem na procura de berlina que competia na categoria de Série 3 ou Classe C, dois pesos pesados, e a introdução do ID.7 equipado apenas com motores elétricos. E some-se, também, a mudança nas preferências dos consumidores, expressa nos números das vendas durante o ano passado, com a quota de mercado dos Sport Utility Vehicles (SUV) bem acima 50%.


 O Diesel, outrora dominante na Europa e no nosso País, continua a perder popularidade

 

O Passat é o segundo automóvel mais bem-sucedido comercialmente da VW, com 28 milhões de unidades, números redondos – supera-o apenas o Golf, com 37! Foi razão mais do que suficiente para esta insistência na produção de automóvel novo que equipou com mecânicas de combustão interna e motorizações híbridas PHEV – versões eHybrid com sistema Plug-In de recarga externa das baterias e 204 cv ou 272 cv prometidas em Portugal para depois do verão). No modelo em exame, outra tecnologia: 2.0 TDI com 150 cv e 360 Nm. O Diesel, outrora dominante na Europa e no nosso País, continua a perder popularidade: lá fora, em 2023, representou 16% das matrículas, número que contrasta com os 32% de 2019; cá dentro, durante os primeiros cinco meses do ano, 8,5% de quota. Na marca alemã, rema-se contra a maré…



O contexto não beneficia o Passat Variant 2.0 TDI, mas este VW tem qualidades. A plataforma é a MQB Evo, arquitetura moderna partilhada com a quarta geração do Skoda Superb – os dois automóveis são fabricados na mesma linha de montagem, em Bratislava, Eslováquia. A carrinha alemã, na comparação com a antecessora, é maior, com mais 14,4 cm no comprimento e 5,1 cm entre eixos. E este aumento de dimensões beneficia a capacidade do compartimento de carga e a habitabilidade. No primeiro caso, mala com 690 a 1920 litros, em vez de 650 a 1780, em função da configuração dos encostos traseiros. No segundo, liberdade de movimentos maior no interior, sobretudo nos lugares posteriores. O Arteon, que também é vendido só como Shooting Brake desde 2023, mede 4,886 m de comprimento e 2,836 m entre eixos, e tem bagageira com 565 a 1632 litros… Funcionalidade e versatilidade.



De série, esta versão Business do Passat Variant apresenta-se sem a tecnologia de controlo do chassis que integra a suspensão adaptativa DCC (1217 €), nem dispõe do sistema de modos de condução Driver Profile. A VW, porventura, considerou-os dispensáveis, devido aos méritos de chassis que satisfaz os adeptos da condução e os fãs do conforto, por apresentar-se com regulação equilibrada. Na categoria, é preciso reconhecê-lo, encontram-se automóveis mais excitantes ou confortáveis, mas poucos possuem estas características tão difíceis de combinar, por imporem compromissos muitas vezes penalizadores para o amortecimento e a direção.


O VW permite-nos condução ágil, estável e rápida

 

No caso do Passat Variant, não! O VW permite-nos condução ágil, estável e rápida até em percursos mais sinuosos, onde também beneficia do tato ótimo de direção informativa e precisa, movimentando-se sem rolamentos excessivos da carroçaria em curva e de forma serena sobre pisos regulares; já nos irregulares, a atuação da suspensão nunca é demasiado firme, o que originaria desconforto a bordo, devido à capacidade de filtragem o amortecimento. E elogiem-se, também, os méritos de sistema de travagem na potência e na resistência à fadiga.



A eletrificação é prioridade absoluta para a VW – prova-o, por exemplo, a inclusão na gama do 1.5 eTSI com 150 cv, mecânica a gasolina com sistema MHEV de 48 V, que também existe em versão Business (48.305 €) –, mas, neste 2.0 TDI, encontra-se apenas a tecnologia Start-Stop. O turbodiesel apoiado por caixa automática de 7 velocidades, de embraiagem dupla, que tem programa Sport para atuação mais rápida e patilhas no volante para controlo manual-sequencial do sistema, mostra-sempre muito enérgico, independentemente do regime de funcionamento, e tem a particularidade de combinar disponibilidade com eficiência (leia-se economia de combustível), com consumo médio pouco acima dos 5 l/100 km (medimos 5,3…), para autonomia entre reabastecimentos na ordem dos 1100 km! Neste ponto, não há elétrico ou PHEV capaz de confrontá-lo.



Para a geração nove do Passat, a VW também trabalhou muito na redução quer do ruído, quer das vibrações, otimizando os isolamentos do compartimento do motor e do habitáculo, de forma a melhorar o conforto a bordo. Missão (bem!) cumprida. O 2.0 TDI é veloz tanto nas acelerações como nas recuperações, por beneficiar do escalonamento correto da caixa. Elogiem-se, portanto, os méritos desta mecânica em vias de extinção, devido a regulamentos europeus de proteção ambiental cada vez restritivos e a episódio de manipulação das emissões de gases de escape que já remonta a 2015, mas continua a ensombrar o fabricante alemão.


O 2.0 TDI é veloz tanto nas acelerações como nas recuperações

 

No Passat Variant, posição de condução muito confortável, devido à possibilidade de regulação do banco com apoios razoáveis e revestimentos têxteis de qualidade e do volante (alcance e altura). O equipamento de série é abundante e inclui, entre outros itens, a quarta geração do Digital Cockpit da VW (MIB4), que associa painel de instrumentos com monitor de 10,25’’ e várias possibilidades de personalização da informação apresentada a sistema multimédia com ecrã de 12,9’’ posicionado no centro do painel de bordo, mas direcionado para o condutor. Devido ao número muito reduzido de comandos físicos, quase todas as funções são comandadas de forma tátil neste central de controlo do automóvel ou através de assistente de voz IDA. A utilização é intuitiva e rápida, mas obriga a adaptação. Contrassenso: neste carro com desenho moderno, de série, jantes pequenas (17’’) e bancos dianteiros com programa de massagem, Head-Up Display indisponível e iluminação IQ. Light Matrix LED com 500 metros de alcance entre os opcionais (1865 €). Já o pacote de apoios eletrónicos à condução, por imposição regulamentar da União Europeia, é completíssimo.



O VW Passat Variant posiciona-se no mesmo patamar de preço(s) do 320d Touring com 190 cv da BMW (58.400 €), mas é bem mais caro do que o 508 SW da Peugeot (1.5 BlueHDI com 130 cv por 44.310 € e Plug-In Hybrid com 225 cv por 53.160 €), o que pressupõe, antes da decisão de compra, muita ponderação sobre o momento no mercado automóvel.

 

Nos dois PHEV prometidos para depois do verão, ambos com mecânicas 1.5 TSI e motores elétricos alimentados por baterias com 19,7 kWh de capacidade (apenas 10,6 kWh na geração precedente do Passat), o que aumenta a autonomia do modo 100% elétrico de 59 para 100 km! As versões 2.0 TDI com 193 cv e 2.0 TSI com 265 cv com o sistema de quatro motrizes 4Motion não integram a gama em Portugal.



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