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Volvo: ponto final nos Diesel

A marca sueca, cumprindo compromisso, acabou a produção de automóveis equipados com motores gasóleo, dando outro passo importante no caminho da eletrificação total



Tendo prometido em 2023 que iria abandonar os motores de combustão interna a gasóleo, a marca sueca revelou agora que produziu aquele que foi o seu último modelo Diesel da sua história, um XC90 que saiu da linha de montagem da fábrica de Torslanda, na Suécia.

 

Compreendendo a importância desta medida, a Volvo revelou que esta unidade não será entregue a nenhum cliente, seguindo caminho para o museu da marca em Gotemburgo.

 

O anúncio do fim da produção de veículos com motor Diesel aconteceu durante a “Climate Week” em Nova Iorque, em setembro de 2023, com a marca sueca a alinhar-se com o seu plano estratégico de abandono dos automóveis com motor de combustão em prol de veículos eletrificados, com o objetivo derradeiro de ter uma gama 100% elétrica.



Uma epopeia com bons frutos 

A associação entre a Volvo e os motores a gasóleo data de 1979, quando a marca sueca revelou o seu primeiro automóvel a gasóleo, o 244 GL D6. Numa época em que este tipo de motorizações está longe de ser popular na Europa, a Volvo lança-se com a tecnologia a gasóleo de alta eficiência, com um formato de seis cilindros para um automóvel de passageiros. Até então, os motores a gasóleo eram particularmente usuais nos veículos de mercadorias. Lentamente, os consumidores europeus começam a olhar para os motores a gasóleo como uma proposta eficiente e mais vantajosa em termos económicos, razão pela qual muitos dos condutores de táxis começaram a procurar automóveis com motor Diesel.

 

Em 1979, a Volvo apresentou o primeiro automóvel equipado com mecânica a gasóleo, o 244 GL D6

No caso da Volvo, a história tem mais um capítulo importante em 2001, quando o V70 é lançado com um motor Diesel de fabrico próprio, de 5 cilindros e construído na fábrica da Volvo Powertrain em Skövde, na Suécia. Esta motorização, fabricada em níveis de potência diferentes, será depois utilizada em muitos outros automóveis da marca sueca por toda a Europa, acompanhando a explosão de popularidade que os turbodiesel começam a ter no Velho Continente.

 

Mais tarde, em 2008, a tendência do turbodiesel está associada a uma outra, a do “downsizing”, que se traduz pela oferta de blocos com cilindrada cada vez mais reduzida. Para a Volvo, o motor de 1.6 litros para a gama Drive-E assume-se como um marco importante, já que esta mecânica se distinguia pelo equilíbrio entre prestações e eficiência, sendo mesmo classificados de “motores verdes” na Suécia devido às emissões de CO2 reduzidas.


Volvo V60 D6 Plug-in

Com a eletrificação a ganhar espaço, a Volvo ainda tenta traçar um caminho pelos motores Diesel híbridos em 2012, algo que a Peugeot e a Mercedes-Benz também fizeram (apenas a marca alemã mantém a aposta). O Volvo V60 D6 Plug-In, o primeiro PHEV do mundo com um motor a gasóleo, percorria até 50 quilómetros em modo elétrico e tinha uma autonomia máxima em torno dos 1000 quilómetros. A potência de 215 cv, mais os 70 cv da máquina elétrica, permitia-lhe prestações bastante desportivas, como a aceleração de 0 a 100 km/h em 6,2 segundos.

 

No ano seguinte, com o lançamento do XC90 e já depois de adquirira pela Geely, a Volvo lança uma nova geração de motores pensados sobretudo para elevada eficiência de funcionamento. A família de motores “Volvo Engine Architecture” (VEA) demarcava-se pela combinação de uma pressão de injeção mais elevada e a tecnologia i-ART (controlo de injeção de combustível) para melhorar a entrega da potência e baixar consumos e emissões. Os novos motores são utilizados numa variedade de modelos e tornam-se um sucesso na segunda geração do XC90. Continuam a ser usados até ao fim, equipando a última V60 e XC90 a gasóleo desenvolvidas pela Volvo.



O último passo nesta caminhada da Volvo pelo universo dos Diesel foi dado, então, esta semana, com a produção do último automóvel com motor Diesel da sua história, equipando um XC90.

 

Recorde-se que os motores a gasolina e híbridos também têm os seus dias contados, já que em 2023, a marca anunciou o abandono dos motores de combustão após a venda da sua participação na Aurobay, a empresa de motores de combustão que detinha em conjunto com a Geely Holding.

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