Marca alemã adapta a sua estratégia de eletrificação para dar mais espaço aos motores de combustão interna enquanto observa um abrandamento na procura por aquela tecnologia.
Se as marcas continuam empenhadas na eletrificação, os últimos meses têm trazido diversas notícias relativas à necessidade de readaptação de objetivos e de estratégias. Na Stellantis, a abertura para converter elétricos puros em híbridos já teve como resultado um 500 novo híbrido (previsto para 2026), ao passo que outros fabricantes, como a Aston Martin, Bugatti ou Bentley também já reviram as suas estratégias a curto prazo.
A explicar esta mudança está o facto de existir atualmente um abrandamento na procura por automóveis elétricos, em grande parte motivado pelo final de incentivos estatais associados à sua compra (na Alemanha, por exemplo, o incentivo aos elétricos terminou no ano passado), mas a instabilidade política que se tem vindo a sentir em diversos países da Europa relativamente às metas do “Green Deal” também terá o seu peso, sobretudo após umas eleições europeias nas quais os partidos e figuras populistas obtiveram triunfos importantes.
Neste contexto, o Grupo Volkswagen, por intermédio de Arno Antlitz, responsável financeiro e responsável de operações da companhia, adiantou num evento da Reuters (citado pelo site Automotive News Europe, por subscrição), em Munique, que o investimento nos motores de combustão interna irá continuar, ao invés do que estava inicialmente previsto.
Assim, dos 180 mil milhões de euros que tinham sido alocados ao desenvolvimento de automóveis elétricos de nova geração, um terço (ou seja, 60 mil milhões) irá agora ser direcionado para o desenvolvimento de motores de combustão interna para que se mantenham “competitivos”.
A Volkswagen não abandona a ideia de que o futuro será elétrico, indicando que esse “é o futuro”, mas o presente exige que se mantenha a tecnologia de combustão interna para a mobilidade, ficando por saber se o limite para a comercialização de automóveis elétricos da marca, previsto para 2033, se irá alterar.
Adicionalmente, em linha com o novo panorama do Parlamento Europeu, no qual uma parte dos lugares será ocupada por deputados mais radicais, pouco aderentes da ideia da ecologia a todo o custo, a meta de 2035 que prevê a comercialização apenas de automóveis de zero emissões poderá ainda ser movimentada para diante no tempo, dando, hipoteticamente, mais tempo aos construtores para se prepararem para essa transição.
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