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Quebra a pique nas vendas de elétricos na Alemanha

Com travagem na procura de 37% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o mercado de automóveis elétricos na Alemanha registou a maior desaceleração desde o fim de 2023, altura em que o governo de Berlim decidiu acabar com os subsídios de incentivo à compra de modelos com esta tecnologia.



No passado mês de julho, as vendas de elétricos no mercado automóvel alemão registaram uma queda abrupta de 37% comparativamente ao período homólogo do ano passado. Esta tendência dá continuidade a uma descida generalizada que se prolonga, sensivelmente, desde o final de 2023, altura em que o governo alemão pôs fim aos subsídios de incentivo à compra de automóveis totalmente eletrificados, medida que influenciou igualmente, e de forma substancial, as ambições comerciais dos fabricantes, os quais assumiram o compromisso de passar a vender apenas modelos elétricos.


O abrandamento das vendas de automóveis elétricos deve-se, principalmente, aos cortes nos subsídios governamentais.

O maior mercado automóvel europeu registou assim um volume total de vendas de elétricos de 30.762 viaturas no mês passado, com as vendas de automóveis com motor térmico a subirem 7%. O abrandamento das vendas de elétricos devido ao corte de subsídios governamentais não é exclusivo do mercado alemão, estendendo-se a outros mercados europeus e colocando muitas dificuldades no planeamento de produção dos fabricantes de automóveis, deixando-os num clima de incerteza perante uma total transição energética que tarda em concretizar-se.



Incerteza paira no ar

O custo elevado dos veículos elétricos continua a ser um entrave à massificação da sua adoção, uma vez que os condutores menos abastados não dispõem ainda de uma oferta abrangente de modelos elétricos a bateria com preços acessíveis que os tente a fazer a transição. Este tem sido, de acordo com analistas de mercado, um dos principais fatores que explica a perda de ímpeto dos elétricos na mobilidade automóvel, conduzindo também a dúvidas junto dos clientes no que diz respeito às perspetivas futuras dos elétricos enquanto solução sustentável de mobilidade. Tomando a Alemanha como exemplo, a quota de vendas de elétricos em julho foi de 13%. Em julho de 2023 chegou a 20%.


O custo elevado dos elétricos representa um entrave importante à massificação da sua adoção.

No mercado sueco, líder em termos de vendas de elétricos, o mês de julho foi igualmente um de descida, dando continuidade a uma queda que se verifica sensivelmente desde o início deste ano. Comparativamente a julho de 2023, as vendas de elétricos desceram 15%.



Na Suíça, o mercado de elétricos desceu também 19%. Fabricantes como a Volkswagen, com uma grande aposta e investimento feitos em eletrificação, estão já a adaptar a capacidade de produção das suas fábricas de automóveis e, segundo o site Automotive News Europe, podem igualmente vir a alterar os planos de produção de baterias elétricas. O cenário de incerteza, refere o artigo, estende-se também a alguns fornecedores de componentes que adaptaram os seus processos de trabalho para se focarem nos automóveis elétricos. Alguns deles estão já à procura de compradores para as suas fábricas e outros assumem que a produção efetiva de elétricos tem ficado bastante aquém das expectativas dos fabricantes.

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