As matrículas de automóveis ligeiros de passageiros elétricos em Portugal, contracorrente, pelo menos no respeita ao mercado europeu, progrediram 43,9% em setembro, comparativamente ao mesmo mês do ano passado, para um total de 4053 unidades. Contabilizando todos modelos eletrificados (incluindo híbridos e PHEV), o aumento mensal, ainda no frente a frente com o período homólogo de 2023, progresso de 25,4%.
Se noutros países europeus as vendas de automóveis 100% elétricos revelam sinais de enfraquecimento, o mercado português aparenta continuar imune a desacelerações na adoção da mobilidade 100% elétrica.
De acordo com os dados mais recentes da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), as vendas de ligeiros de passageiros 100% eléctricos (BEV) tiveram um crescimento de 43,9%, representando mais de quatro mil veículos matriculados (4053).
Já no aglomerado de todas as tecnologias eletrificadas, incluindo também os modelos híbridos e híbridos “plug-in” (PHEV), foram matriculados em Portugal 8989 ligeiros de passageiros novos, ou seja, mais 25,4% do que no mesmo mês do ano anterior, sublinhando desta forma a tendência de eletrificação do mercado nacional.
Quanto à soma dos primeiros nove meses do ano, uma vez mais contabilizando todos os modelos eletrificados, foram matriculados 75.717 ligeiros de passageiros híbridos, PHEV e elétricos, o que se traduz numa variação homóloga positiva de 11,4%. No que diz respeito apenas aos modelos 100% elétricos, verificou-se um aumento de 13,3% em comparação com o mesmo período do ano passado entre os ligeiros de passageiros, com 29.068 unidades matriculadas.
Uma boa parte da responsabilidade para o crescimento de matrículas de ligeiros de passageiros 100% elétricos é da Tesla, que teve em setembro um total de 1025 registos, mais 189,5% do que no mesmo mês do ano passado. Seguiram-se a BMW, com 346 unidades (+13,8%) e BYD e Mercedes-Benz, ex-aequo, com 300 unidades cada (+710,8% e -5,4%, respetivamente).
Tesla lidera com enorme destaque
No acumulado do ano, a Tesla lidera com enorme destaque, tendo 7227 unidades matriculadas, mais 18% do que no ano passado e uma quota de mercado de 24,86%. A BMW ocupa a segunda posição, com 2887 unidades, mais 33,5% do que no ano passado, mas com uma quota de 9,93%, enquanto a Volvo progride para a terceira posição com 2389 modelos matriculados, mais 146% do que em 2023, tendo 8,22% de quota.
Híbridos também crescem
Destaque, também, para a boa prestação dos automóveis híbridos (sem ligação à tomada), cujas matrículas cresceram 44,5% em setembro de 2024, com 2744 ligeiros de passageiros matriculados. Na soma de janeiro a setembro, as vendas de automóveis com esta tecnologia cresceram 13,6%, representando um total de 26.063 unidades.
Tradicionalmente bastante forte nesta tecnologia, a Toyota foi a marca mais vendida entre os híbridos em setembro, com 595 unidades, mais 149% do que no mesmo mês de 2023, ficando à frente da Ford, com 349 unidades (mais 20,3%) e Renault, com 330 matrículas (mais 71,9%). A liderança no aglomerado dos nove meses pertence à Toyota, com 6201 unidades, mais 22,3% do que no mesmo período do ano passados, dispondo de uma quota de mercado de 23,79%. Seguem-se Fiat, com 3011 unidades (mais 7%) e Ford, com 2800 unidades (-22,9%).
Nos PHEV, a Mercedes-Benz liderou em setembro (com 674 unidades) e no acumulado (5810 unidades).
Outras categorias com quedas
Por seu turno, o mercado de ligeiros de mercadorias eletrificados, ou seja, contabilizando os elétricos, PHEV e híbridos, registou em setembro uma quebra de 31,8% face ao mês homólogo do ano de 2023, situando-se em 174 unidades matriculadas. Em termos acumulados, este mercado atingiu 1718 unidades, um decréscimo de 3,6% face ao ano de 2023.
Particularizando o caso dos comerciais ligeiros 100% elétricos, deu-se também uma queda de 32,5% em setembro, enquanto a soma de janeiro a setembro evidencia uma queda de 3,9%, com 1706 unidades matriculadas.
Quanto ao mercado de veículos pesados, o qual engloba os tipos de passageiros e de mercadorias, matricularam-se 19 veículos pesados eletrificados (todos elétricos) em setembro, ou seja, um decréscimo de 73,2%. Em termos acumulados, verificou-se uma evolução negativa de 58,9% face ao mesmo período do ano de 2023, tendo sido matriculados 97 pesados, todos eles elétricos.
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