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Tesla “apanhada” noutra bronca!

Atualizado: 13 de fev.

Investigação da Reuters denuncia “Teslagate”. Conscientemente, marca fabricou milhares de automóveis com componentes defeituosos e recusou-se a acionar garantias


A Tesla, depois dos problemas relacionados com o funcionamento deficiente do Autopilot, a tecnologia capaz de proporcionar(-nos) uma experiência de condução 100% autónoma, que obrigou à recolha de mais de dois milhões de automóveis nos EUA para intervenção técnica que eliminasse as falhas de segurança detetadas no sistema, está outra vez sob investigação das autoridades norte-americanas, informou a Reuters, agência de notícias que teve acesso a documentos que provam que o fabricante tinha conhecimento do recurso a componentes com defeitos na produção de milhares de modelos e culpou os clientes pelos problemas!



De acordo com a empresa norte-americana, os condutores utilizaram os seus automóveis de forma inadequada em todos os incidentes denunciados/reportados. No entanto, segundo os documentos da Reuters, a marca tinha conhecimento dos problemas nos componentes, mas ignorou essa informação de forma propositada, facto que apoia as acusações de que a Tesla, raramente, adota os padrões de qualidade normativos entre os fabricantes de referência na indústria, sobretudo na Europa.


Direções e suspensões defeituosas

Regularmente, na Internet, em fóruns da especialidade muito frequentados pelos adeptos e clientes da marca, são denunciados problemas nos automóveis elétricos da empresa de Elon Musk, com direção e suspensão no topo da lista de problemas. Segundo os documentos que a Reuters divulgou em primeira mão, a Tesla teve conhecimento de todos os defeitos, mas a verdade é que decidiu fazer “ouvidos moucos” às queixas dos consumidores.


Entre os testemunhos recolhidos durante a investigação realizada pela Reuters, destaca-se o de Shreyansh Jain, engenheiro eletrónico de Cambridge, Inglaterra, que adquiriu unidade do Tesla Model Y em março do ano passado. Apenas um dia depois de receber o modelo e com   185 km marcados no conta-quilómetros, o britânico, inesperadamente, ficou sem o controlo da direção enquanto percorria uma curva lenta. Depois, a suspensão dianteira direita cedeu e partes do automóvel rasparam na estrada até à imobilização da viatura. 


Jain viajava com a mulher e a filha. A Tesla tinha conhecimento dos problemas, mas culpou-o por este incidente. “Se estivéssemos numa autoestrada e a 120 km/h, provavelmente, isto seria catastrófico”, disse o britânico. O Model Y foi reparado, mas a operação não foi barata. De acordo com a fatura detalhada na posse da Reuters, a Tesla cobrou-lhe cerca de 40 horas de mão de obra, mais a mudança da suspensão e da coluna de direção, entre outras itens, o fez a despesa aumentar para £ 11.247,48 (qualquer coisa como cerca de 12.700 €, à taxa de câmbio atual). A Tesla não acionou garantia que liquidasse a fatura, por atribuir o acidente a danos "anteriores", devido a utilização deficiente do automóvel. 


E isto é apenas um dos casos em que os problemas de suspensão afetaram unidades recém-saídas da linha de montagem, e que constam do relatório publicado pela Reuters!


Perda de roda em andamento

E relato impressionante é, igualmente, o de proprietário norte-americano do Model 3, com automóvel que tinha só 21.000 km e um ano. Neste caso, em movimento, o modelo perdeu roda dianteira! “Soltou-se quando conduzia com o Autopilot a 96 km/h”, escreveu o técnico do centro da marca em Brooklyn, Nova Iorque, no relatório de reparação. A investigação da Reuters não menciona se o automóvel foi reparado, mas refere-se a venda em leilão alguns meses depois – ainda sem a roda dianteira direita montada!


Na Europa, a Noruega foi país pioneiro na mudança dos motores de combustão interna para os elétricos, tratando-se, por isso, de mercado muito importante para a Tesla. Entrevistados pela Reuters, ex-funcionários da marca, incluindo dos domínios da engenharia e das vendas, confirmaram instruções do fabricante para endossarem os custos de diversas falhas técnicas aos clientes, com o objetivo de reduzirem as despesas associadas à ativação das garantias.


Funcionário da marca no país nórdico abandonou a função por esta razão. "Passava os dias a trocar braços de suspensões", admitiu à Reuters. Os Tesla também apresentaram problemas com eixos de transmissão ou colunas de direção, com muitos clientes a pagarem reparações de mais de 4000 €, embora os automóveis ainda beneficiassem de garantias.


História “fabricada”, diz a marca

Elon Musk, que já detém só 13% do capital acionista do fabricante, adora estas polémicas, é adepto de polémicas, sobretudo quando os temas são pouco relevantes. Nos casos graves, a política habitual da Tesla é não comentar. No entanto, a Reuters não ficou sem respostas! A marca referiu-se a esse relatório no X, antigo Twitter, classificando-o como falso, usando termos como “história fabricada” e “enganosa”.


A empresa diz, por exemplo, que o principal relato na primeira pessoa é referente a peça da suspensão partida não coberta pela garantia, pelo que o proprietário, supostamente, colidiu com obstáculo. “O cliente foi informado que a Tesla conseguiu rever a telemetria e perceber a existência de uma falha humana durante a condução, que fez com que essa reparação não fosse coberta pela proteção contratualizada”, respondeu a marca norte-americana. E a Tesla também diz que as declarações no artigo são baseadas em factos errados. Por isso “pinta-se uma imagem falsa da Tesla”, reclama.


Certo é que a marca norte-americana teve oportunidade de mostrar mais transparência, por poder divulgar todos os dados relacionados com estes incidentes, mas decidiu não o fazer. E a Reuters assegura que Tesla e Elon Musk, antes da divulgação tanto dos documentos como da investigação, foram confrontados “com perguntas detalhadas” e “não responderam”. 


O “post” da Tesla na rede social X: 


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