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Automóveis elétricos "ameaçam" soberania da UE

Atualizado: 25 de abr.

Tribunal de Contas Europeu (TCE) adverte decisores europeus sobre potencial risco de perda de soberania económica da indústria automóvel europeia face ao avanço de concorrentes de outros países, sobretudo provenientes da China.



O alerta já não é novo e tem sido feito por vários responsáveis da indústria automóvel europeia, desde Carlos Tavares, CEO da Stellantis, a Luca de Meo, CEO do Grupo Renault e também Presidente da Associação Europeia de Construtores de Automóveis (ACEA), Agora junta-se mais um alerta, desta feita emitido pelo Tribunal de Contas Europeu, que dá conta do potencial prejuízo para a economia da região europeia devido à imposição, para 2035, da venda exclusiva de automóveis de zero emissões (com claro foco nos elétricos).

 

Num debate que organizou esta segunda-feira sobre o futuro da indústria automóvel na UE, no Luxemburgo, o TCE reconheceu que a Europa continua a ter um grande atraso relativamente a outros países, nomeadamente, face à China, que detém uma larga vantagem na produção e venda de baterias de tração para veículos elétricos (76% contra menos de 10% da produção na Europa, de acordo com dados do TCE).



Aquela entidade baseou-se numa série de estudos e relatórios publicados ao longo dos últimos três anos em torno de quatro aspetos importantes como a rede de carregamento, a produção de baterias de tração na Europa, as tendências relativas aos cortes de emissões de CO2 e a produção dos biocombustíveis. É perante estas indicações que os membros do TCE entendem que a política de proibir a venda de automóveis novos com motor de combustão na UE a partir de 2035 pode ser contraproducente para a indústria automóvel da região e, de forma mais lata, para a soberania económica da UE.

 

Annemie Turtelboom, membro do TCE e ex-ministra da Justiça belga, foi mais claro no aviso efetuado, conforme citada no site da Euronews: “Para ser franca, a Europa está a enfrentar um dilema. Como pode o acordo verde satisfazer os nossos objetivos climáticos sem prejudicar a nossa política industrial e sem aumentar os custos para os consumidores europeus?”, perguntou, dando a resposta logo de seguida. “Ou não cumprimos o objetivo para 2035, ou só o cumpriremos importando automóveis da China e/ou dos EUA, mas sobretudo da China”, acrescentou.



O dilema das baterias 

A questão das baterias é uma das que mais divide os reguladores, sobretudo numa fase em que a Comissão Europeia leva a cabo uma investigação para averiguar sobre os incentivos dados pelo governo chinês aos seus fabricantes para que possam ter preços mais atrativos noutros continentes. Porém, a mesma lógica também afeta a importação de baterias, com alguns fabricantes a enveredarem por acordos de licenciamento de tecnologia noutros países, sem que tenham de montar fábricas nesses territórios.

 

Além disso, a obtenção de materiais necessários para a produção de baterias elétricas de tração também revela a posição pouco vantajosa da União Europeia, já que, como o TCE indica, a larga maioria desses materiais é proveniente de países longe do mercado único europeu, agravando a situação o facto de a UE não ter acordos comerciais com muitos desses países para este tipo de comércio.



Para Turtelboom, o ano de 2026 será “decisivo”, pois será neste ano que a União Europeia irá reavaliar os passos tomados no sentido de impor a proibição da venda de automóveis a combustão na Europa, estando em aberto a possibilidade de existir um ajuste nas metas ou na filosofia tecnológica para alcançar essas metas.

 

“A UE não tem todas as cartas na mão quando se trata de eletrificar o seu parque automóvel: o acesso às matérias-primas, os custos a suportar pela sua indústria e pelos seus cidadãos e a falta de infraestruturas podem fazer com que perca a sua aposta”, sublinhou esta responsável.

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