top of page

Só 17% dos portugueses querem comprar carro este ano

Contexto económico muito incerto e diversidade de escolha nas motorizações leva grande parte dos portugueses a adiar decisão de compra de automóvel, conclui o "Observador Cetelem 2024".



Apenas uma pequena percentagem dos portugueses está interessada na compra de carro novo em 2024, citando razões tão díspares para essa posição como as dificuldades financeiras, os custos associados aos automóveis (manutenção, por exemplo) e a grande variedade de soluções técnicas disponíveis, o que também dificulta a escolha e é reflexo do momento que a indústria automóvel está a viver.

 

Esta é apenas uma das muitas conclusões do "Observador Automóvel 2024", estudo realizado pelo Cetelem, que revela que os custos associados ao carro são o principal obstáculo à compra ou troca de uma viatura. Um total de 45% dos inquiridos admite que a manutenção é dos temas que mais os preocupa, seguindo-se o custo dos combustíveis (38%), a diminuição do poder de compra (38%) e os impostos associados (32%).


Neste cenário, sete em cada 10 portugueses pensam ser difícil comprar uma viatura, sendo que 82% antecipam, igualmente, um aumento nos preços das viaturas novas. A par do custo elevado à partida, os portugueses consideram, ainda, a decisão de comprar um automóvel difícil devido à variedade de marcas e à proliferação de opções disponíveis no mercado. Há uns anos, a escolha dos consumidores era apenas entre pró-gasolina e pró-Diesel; atualmente, as opções também incluem elétrico, híbrido e híbrido Plug-In.



Consequentemente, só 17% dos portugueses inquiridos querem comprar carro este ano, sendo que 7% pretendem adquirir um novo e 6% um usado. Já 42% dos que ponderam comprar um carro, asseguram que não o farão em 2024 ora porque não precisam de um novo veículo imediatamente (42%) ora porque não possuem recursos financeiros (41%) ou estão à espera que os preços baixem (16%). Entre os que afirmam que não querem comprar carro, 43% justificam igualmente com a falta de recursos financeiros e 47% dizem que não precisam. Outros 15% falam em incerteza, com os combustíveis e as regulações no futuro numa "primeira linha" de preocupações .

 

Devido aos custos elevados dos veículos elétricos, a tendência de compra dos portugueses ainda recai sobre os automóveis com motores de combustão interna (35%)

De referir, no entanto, que o mercado automóvel cresceu 26% em 2023 e mais de metade das vendas novas foram de energias alternativas, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).



Cenário comum a vários países 

A incerteza reflete-se nas intenções de compra dos condutores e sente-se um pouco por todos os 16 países inquiridos. Apenas 1 em cada 4 planeia comprar carro no decorrer de 2024, sendo que 54% irão optar por uma viatura nova e 29% por um carro usado. Por outro lado, cerca de quatro em cada 10 não têm qualquer intenção de comprar um veículo novo, ou não o farão durante pelo menos um ano. Para aqueles que não querem comprar uma viatura nova, quase metade afirma que não precisa de uma.

 

A subida dos custos relacionados com o uso do automóvel também é transversal. No total, cerca de nove em cada 10 condutores sentiram aumentos nos preços da gasolina, do gasóleo e da eletricidade.  A manutenção de um veículo também parece estar a tornar-se cada vez mais cara (depois da energia, efetivamente, é a manutenção que a inflação penaliza mais e três em cada quatro pessoas já o constataram!). O aumento do custo dos veículos novos surge em quarto lugar nesta classificação, à frente dos veículos usados, mas em proporções equivalentes, com sete em cada 10 pessoas a assinalarem este facto. Além disso, 76% dos automobilistas esperam um aumento nos preços dos carros novos nos próximos anos.



Embora as vendas tenham aumentado, em média, quase 20%, o panorama das motorizações expandiu-se ao ponto de os condutores terem agora muita oferta, tornando a escolha mais complexa, como mostram os resultados: em média 58% dos inquiridos consideram a escolha difícil.

 

As análises e as previsões foram realizadas em parceria com a empresa de estudos e consultoria C-Ways, especializada em Marketing de Antecipação. O inquérito quantitativo aos consumidores foi conduzido pela Harris Interactive entre 28 de junho e 17 de julho de 2023 em 16 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, China, Espanha, EUA, França, Holanda, Itália, Japão, México, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido e Turquia. No total, foram entrevistadas "online" 15.000 pessoas (método de recolha CAWI).

0 comentário

Posts Relacionados

Ver tudo

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page