O número de vítimas mortais resultantes de acidentes de viação baixou em 2024, de acordo com os dados mais recentes da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), contabilizando-se 475 mortes. O número de infrações por excesso de velocidade também apresentou valores mais baixos.
Em 2024, registaram-se menos vítimas mortais nas estradas portuguesas, de acordo com os dados mais recentes da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que divulgou este fim de semana os principais resultados de sinistralidade e de fiscalização rodoviárias relativos ao ano passado.
Os dados, que resultam dos indicadores a 24 horas, apontaram para uma redução das vítimas mortais e de feridos ligeiros face ao ano de 2019, que é considerado o ano de referência para a monitorização das metas de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030, fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal.
Assim, comparativamente a esse ano, registaram-se menos 45 vítimas mortais em Portugal (incluindo regiões autónomas), numa redução de 8,7%, e menos 1634 feridos leves (-3,6%).
Porém, ainda de acordo com os mesmos dados, aumentaram os feridos graves, com mais 143 registos deste género (+5,6%).
No total, contabilizando os dados do continente e das regiões autónomas, em 2024, foram registadas 475 vítimas mortais, 2675 feridos graves e 43.319 feridos leves. Abordando apenas o território continental, registaram-se 461 vítimas mortais, 2506 feridos graves e 41.489 feridos leves em 2024. A região do país com mais vítimas mortais foi Lisboa, onde foram contabilizados 58 óbitos resultantes de acidentes rodoviários, seguindo-se o Porto, com 56, e Braga, com 40.
Já em comparação com o ano de 2023, observaram-se aumentos em todos os indicadores, exceto nas vítimas mortais (-6 mortes). Por outro lado, registaram-se mais 69 feridos graves (+2,8%) e mais 431 feridos leves (+1,0%).
Em 2024, em matéria de sinistralidade grave (vítimas mortais e feridos graves), os distritos de Beja (+20,7%), Leiria (+ 15,3%), Coimbra (+13,7%) e Braga (+13,6%) foram os que registaram as variações mais elevadas neste agregado de vítimas face ao ano anterior. Em contrapartida, Vila Real (-18,1%), Castelo Branco (-17,7%) e Viana do Castelo (-9,9%) apresentaram os decréscimos mais significativos, em contra-ciclo com a variação geral (+2,2%).
Mais fiscalização, menos infrações
No âmbito da fiscalização, em 2024, foram fiscalizados mais de 250,1 milhões de condutores/veículos, representando um aumento de 78,5% em comparação com 2023, o que se explica de forma simples pelo facto de os radares SINCRO da ANSR serem responsáveis por 95,6% do total dos veículos fiscalizados.
Essa circunstância leva, também, a que a taxa de infração (número total de infrações/número total de veículos fiscalizados) tenha baixado significativamente, em 43,4%, face a 2023, situando-se em 2024 nos 0,41%. Por outro lado, foram detetadas mais de um milhão de infrações, o que representa um aumento de 1% face a 2023.
Relativamente à tipologia de infrações, a velocidade representou 67,9% do total das infrações, seguida das inspeções periódicas com 5,7%. Comparando com o ano anterior, as infrações por velocidade aumentaram 2,2% e as infrações relacionadas com a inspeção periódica obrigatória diminuíram 0,7%.
Taxa de infração do álcool diminui
Quanto à condução sob o efeito do álcool, em 2024, foram submetidos ao teste de pesquisa de álcool 1.848.764 condutores, menos 2,4% comparativamente a 2023, tendo a taxa de infração (nº de infrações por álcool/nº de testes efetuados) também diminuído 13,1%, de 1,89% em 2023 para 1,64% em 2024.
Por fim, a ANSR revelou ainda que a criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, baixou em 26,0%, tendo atingindo 26.737 condutores. Do total, 54,1% deveu-se ao álcool, com uma redução de 29,3% comparativamente ao verificado no ano transato.
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