Kalle Rovanpera, bicampeão mundial de ralis, somou-se à lista de pilotos do WRC que testaram monolugares de Fórmula 1. Fê-lo no Red Bull Ring, em Spielberg, na Áustria, aos comandos do RB8, a máquina desenhada por Adrian Newey com que o alemão Sebastian Vettel venceu o campeonato de 2012, conseguindo o terceiro título consecutivo na categoria-rainha do desporto automóvel, com cinco triunfos em 20 grandes prémios (o parceiro de equipa, o australiano Mark Webber, registou outros dois, garantindo para os austríacos o terceiro título de construtores).
O finlandês Kalle Rovanpera, 24 anos, decidiu “repousar” em 2024, após os títulos de 2022 e 2023 no Mundial de Ralis (WRC), para recuperar “energia” para o futuro, depois de início de carreira precoce e quase sem pausas para respirar. No entanto, o piloto da Toyota não abrandou o ritmo e, entre presenças (muito) bem-sucedidas em rondas pré-selecionadas do campeonato – quatro vitórias em sete ralis! -, teve tempo para realizar alguns sonhos, nomeadamente a condução de Fórmula 1. Fê-lo no Red Bull Ring, na Áustria, no Red Bull-Renault de 2012 – o RB8 assinado por Adrian Newey com que Sebatian Vettel e a equipa austríaca venceram os terceiros títulos consecutivos na categoria mais importante do desporto automóvel (pilotos e construtores, respetivamente)!
Os rumores sobre a possibilidade de Rovanpera, piloto que regista 15 vitórias e 25 pódios em 74 ralis no WRC (estreia em Gales-2017, aos 17 anos, num Fiesta R5 da M-Sport Ford inscrito na categoria WRC2), poder testar um monolugar de Fórmula 1 surgiram no início do ano e, em outubro, o piloto, na conta pessoal no Instagram, “alimentou” essa especulação, ao publicar fotografias de visita ao quartel-general da Red Bull Racing, em Milton Keynes, Inglaterra.
Durante a passagem por Milton Keynes, Rovanpera, de facto, adaptou-se ao banco do RB8 e trabalhou no simulador da formação austríaca, iniciando aí a preparação para experiência que também incluiu, já no Red Bull Ring, programa de adaptação aos comandos de máquinas da Fórmula 4 ou da Fórmula Renault 3.5. “Fizemos os ajustes necessários no ‘cockpit’ para poder adaptar-me à posição de condução e, no simulador, preparei-me para este teste com diversos tipos de monolugares, do menos potente ao Fórmula 1”, afirmou Rovanpera. “Sou piloto profissional e quero mostrar o meu potencial, independentemente do que conduzo”, exclamou.
Em Spielberg, circuito com 4,318 km e 10 curvas que conhecia de participação em ronda da Porsche Carrera Cup Benelux, também realizada este ano, Rovanpera fez cerca de meia centena de voltas ao volante do RB8. “Que dia fantástico… Conduzi três monolugares e, principalmente, cumpri o meu sonho de pilotar um Fórmula 1! Correu tudo bem e vivi sensações incríveis”, disse. “As comparações com os WRC são quase impossíveis, devido à aderência. A quantidade de ‘downforce’ explica a velocidade elevadíssima em curva e o nível de exigência física é muito diferente. O Fórmula 1 acelera, trava e muda de direção bastante mais depressa, o que origina mais forças G. E, claro, a posição de condução é bastante diferente”, explicou.
Kalle Rovanpera, que planeia regressar a tempo inteiro ao WRC em 2025, este ano, venceu três corridas na Porsche Carrera Cup Benelux, participou em competições de drift e confirmou, publicamente, a intenção de competir na corrida número um do Campeonato do Mundo de Resistência (WEC), as 24 Horas de Le Mans. Outros “astros” do WRC experimentaram monolugares de Fórmula 1: Colin McRae (1996, Jordan), Tommi Mäkinen (1998, Williams), Petter Solberg (2005, Ferrari), Sébastien Loeb (2007, Renault; 2008, Red Bull).
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