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Rali de Portugal: A festa de Fafe pela noite dentro

Atualizado: 15 de mai.

Reconhecida como uma das melhores provas do Mundial de Ralis (WRC) pelo percurso e pelo entusiasmo dos adeptos, o Rali de Portugal traz até Fafe, anualmente, milhares de adeptos para quem a passagem dos carros não é apenas uma vicissitude do desporto, mas sim uma autêntica festa por que esperam todo o ano



Há classificativas do Rali de Portugal que são conhecidas de “ginjeira” pelos entusiastas mais ferrenhos do Rali de Portugal – Lameirinha, Amarante ou Fafe representam, para muitos, a oportunidade anual de ver em ação alguns dos melhores pilotos do mundo ao volante dos carros de rali do Mundial. Mas, Fafe, com os seus 11.8 km, é um caso único.

 

O salto de Fafe, ou o Salto da Pedra Sentada, pelo meio das torres eólicas, tornou-se emblemático, trazendo milhares de pessoas e de entusiastas que, vários dias antes da passagem dos carros, já estabelecem nas imediações acampamentos improvisados

O ambiente é de festa e é quase garantido que, ao longo de uma semana poucas são as horas de sono de quem ali assenta arraiais, até porque há tendas que se assemelham a discotecas com a música em altos decibéis, focos luminosos e, numa tradição algo curiosa, o ruído estridente de motoserras (sem lâmina).



Mas, muito mais rara é a possibilidade de cumprir todo o troço na noite antes da passagem dos concorrentes do WRC, algo que foi feito a velocidade reduzida já que em muitos locais a presença dos espectadores era imensa. Assim, para efeitos de reportagem, pudemos ver como este troço é bastante técnico, com uma parte inicial de ganchos em subida, antes de passar por uma zona em que a encosta logo ao lado do percurso serve para reavivar a memória quanto aos perigos de um erro. Nada que nos incomodasse, porém, a pouco mais de 40 km/h e escoltados pelas autoridades e por uma dezena de automóveis da Toyota.



Rapidamente chegamos a uma das partes mais espetaculares em televisão, que é a passagem pelo Confurco, zona em que os carros cruzam um brevíssimo trecho de estrada asfaltada para rapidamente e em gancho voltarem a subir por zona de terra que nos levará então a um dos saltos mais espetaculares de toda a prova (e do calendário), onde milhares de espectadores se fazem ouvir e ver (com fogo de artifício à mistura) na ânsia de passagem pelos pilotos.

 

A zona do salto, em si, revela-se bem desafiante, já que, mesmo que não pareça pela transmissão televisiva, a visibilidade para o que está para lá da lomba é nula – mesmo a 30 km/h. Nessa sensação de abismo, os pilotos de WRC demonstram o seu talento, ainda que, por vezes, não escapem a algum desaire mais vistoso. Basta um pequeno erro de cálculo para o local de “aterragem” e as consequências podem ser dramáticas (como se pode ver no vídeo deste artigo).



Pelo meio desta noite de Fafe há visões inusitadas, como um adepto vestido de vaca, grupos em baile e muitos pedidos para “dar gás”. Também algumas queixas de quem espera dias para ouvir um Rally1 – os Toyota de estrada, maioritariamente híbridos, “não fazem barulho!”.

 

E isto apenas na noite de sábado. No domingo de prova, tudo se intensifica para observar a passagem dos carros pelo salto, o “tal” salto. Para efeitos estatísticos, vale a pena referir que Sébastien Ogier (Toyota) levou a melhor nas duas passagens por Fafe, incluindo naquela que vale uma pontuação suplementar, a fechar o rali. O francês foi, também, o vencedor da prova, alcançando um novo recorde em termos de triunfos no Rali de Portugal.

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