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Foto do escritorPedro Junceiro

Peugeot 5008 Hybrid e-DCS6 Allure Pack

Enquanto não chega a nova geração deste SUV para sete, o 5008 recebe novo alento por intermédio de sistema de eletrificação ligeira que permite reduzir os consumos e as emissões e dar um pouco mais de energia nas prestações



Já se conhecendo o formato e competências do 5008 de nova geração (apresentado em versão 100% elétrica), o modelo de atual geração continua a valer-se de ótimos argumentos em termos de aparência, qualidade geral e habitabilidade. Junta-se-lhe agora o cada vez mais indispensável critério da eletrificação, mesmo que, como é o caso, aplicada de forma ligeira por meio de um sistema “mild-hybrid”.

 

Com a Peugeot a reconhecer que ainda há clientes que não podem optar já por motorizações 100% elétricas, estes híbridos permitem fazer essa ponte, surgindo também em modelos mais compactos como os 208 ou 308 (além de também estarem presentes noutras marcas do grupo Stellantis).

Tecnicamente, o sistema Hybrid 48 v é composto pelo novo motor 1.2 PureTech a gasolina tricilíndrico, com 136 cv de potência e 230 Nm de binário, acoplado a uma igualmente nova caixa de seis velocidades eletrificada de dupla embraiagem (e-DCS6), na qual está incorporado um motor elétrico síncrono de íman permanente capaz de desenvolver uma potência máxima de 21 kW/28 cv e 55 Nm de binário.



 O motor de ciclo Miller é uma evolução do bloco PureTech que já era conhecido, recebendo novidades como o turbocompressor de geometria variável, corrente de distribuição (reduzindo os custos de manutenção) e outras medidas que visam incrementar a eficiência geral, estando já de acordo com a norma de emissões Euro 6.e. A complementar este sistema está uma bateria de iões de lítio, de apenas 0,89 kWh e situada sob o banco do condutor, não roubando assim espaço no habitáculo ou na bagageira.


Elétrico em primazia 

Este é um sistema de eletrificação simples, sem necessidade de intervenção do condutor, havendo uma conjugação de esforços entre os dois motores para gerir os diferentes momentos de condução: em trajetos urbanos ou a baixa velocidade em pisos planos e sem grande esforço, o motor elétrico consegue assumir as despesas da viagem, possibilitando uma redução de consumos efetiva. Essa circunstância é muito mais comum quando selecionado o modo de condução “Eco”, que promove a eficiência ao reduzir a intensidade da aceleração e da climatização.



O modo “Normal” ativa-se por defeito ao ligar este 5008, sendo aquele que melhor promove o equilíbrio entre gasto de combustível e as prestações mais despachadas, mas mesmo neste é dado um foco muito particular ao modo elétrico, desligando-se o motor de três cilindros sempre que as condições assim o permitam.


Não raras vezes, mesmo em velocidades acima dos 80 km/h, o motor elétrico assume o controlo – desde que, claro está, o relevo assim o permita e o pedal do acelerador não seja pressionado mais do que apenas um leve “encosto” para manter a velocidade.

 

Neste tipo de utilização – sem rasgos de grande exigência e em ritmos muito pausados – é fácil obter consumos na casa dos 5 l/100 km. Quando é preciso acelerar com mais prontidão, o motor elétrico também desempenha um papel importante, já que consegue aliviar, de certa forma, o esforço pedido o motor 1.2 PureTech, auxiliando com os seus 21 kW/28 cv (potência de pico) para ganhar ritmo de forma mais lesta. Nas desacelerações e travagens, a energia recuperada no rolamento é acumulada na bateria de 48 v.



 Falta mencionar o modo de condução “Sport”, que torna a resposta ao pedal do acelerador mais decidida, mas não altera em grande medida o desempenho do 5008 Hybrid, com exceção do aumento dos consumos…


No final de um trajeto de 100 km com passagens por autoestrada, nacionais e cidade, o consumo medido foi de 5,7 l/100 km, o que é bastante bom para um SUV de sete lugares que mede 4.641 mm de comprimento.

 

A acompanhar essa boa competência do motor híbrido está o comportamento muito equilibrado que resulta num modelo muito agradável de conduzir, oferecendo bons níveis de conforto em mau piso, enquanto os movimentos de carroçaria são contidos, para viagens pautadas por segurança e requinte. A própria conceção do sistema faz com que as vibrações e ruído do motor térmico sejam bem anuladas, o que resulta em transições impercetíveis entre os modos de condução com o motor térmico ou com o motor elétrico.



Para o efeito, o painel de instrumentos digital (personalizável) tem mostradores específicos, indicando se estamos a conduzir apenas com o motor elétrico (tacómetro em azul) ou com o motor 1.2 a gasolina (tacómetro a branco). Além disso, é possível observar o fluxo de energia no sistema, o nível de carga da bateria, o seu estado de funcionamento através de um contador de potência (Charge, Eco e Power) e a percentagem da distância percorrida em modo elétrico em qualquer altura ou no final da viagem.


Interior ainda moderno 

Como já foi indicado, o 5008 prepara para passar o testemunho à nova geração, mais moderna estética e tecnologicamente, mas o atual modelo conserva boa aparência geral, com o habitáculo a destacar-se por materiais de bom nível, sobretudo na sua parte superior. Ainda assim, alguns elementos começam a acusar a sua idade, como o sistema multimédia baseado no ecrã tátil de 10 polegadas, que não é propriamente lesto a responder, ao passo que o controlo da climatização no mesmo não é ideal.



Ainda assim, a sensação de todos os controlos físicos (teclas ao centro ou botão do volume) é muito boa. A posição de condução é elevada para uma visibilidade melhorada a toda a volta, ainda que a configuração i-Cockpit (volante compacto e baixo e painel de instrumentos digital) continue a não ser consensual. É mais hábito do que outra coisa.

 

Quanto a espaço, o 5008 destina-se a famílias mais numerosas com os seus sete lugares (2+3+2) em bancos independentes, sendo que os dois da segunda fila são escamoteáveis sob o piso da bagageira. Mesmo contando com a “simpatia” dos passageiros da segunda fila para chegarem o seu banco à frente (esses bancos deslocam-se longitudinalmente), é deveras complicado a um adulto de estatura média viajar num dos dois últimos bancos, os quais são reservados essencialmente para crianças. Neste caso, ajustam-se totalmente.



Quando os dois bancos traseiros são escondidos no piso da bagageira, fica-se com um piso totalmente plano, que permite levar 780 litros mantendo cinco lugares “operacionais”. Caso se usem os sete, o espaço para bagagens reduz-se substancialmente.

 

Bem equipado na versão Allure Pack, este 5008 é proposto por 46.720€, um valor que se ajusta ao que é oferecido, nomeadamente pelo conjunto híbrido que é eficiente sem obrigar a grandes trabalhos de contenção por parte do condutor. O equilíbrio dinâmico e o espaço a bordo são outros atributos deste modelo francês, mas contra si joga a antiguidade e o espectro de um novo “leão” 5008 já no horizonte.



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