A mais recente geração do SUV subcompacto traz consigo uma série de melhorias tecnológicas que valorizam a competência sem afetar a acessibilidade.
É um dos Sport Utility Vehicles (SUV) mais populares no mercado europeu e um fenómeno de vendas para a marca romena do Grupo Renault, com mais de 2,4 milhões de unidades comercializadas desde o lançamento do original, em 2010. Com a terceira geração prestes a chegar aos concessionários, o Duster é automóvel novo em quase tudo, do desenho (exterior e interior) à gama de motorizações, que também está mais... eletrificada.
As três gerações do Duster contam uma história de sucesso para a Dacia. O modelo original deu à marca um potencial de expansão que, até então, se valia sobretudo da condição de baixo custos dos seus outros automóveis, nomeadamente Sandero e Logan, sobretudo importantes numa fase de crise financeira e económica global. Atualmente, o Duster assume créditos tão importantes como o de modelo mais vendido do Grupo Renault: cerca de 1000 unidades saem diariamente das linhas de produção da fábrica romena de Pitesti – uma por minuto!. Um registo que explica, sem discussão, o seu papel de relevo na Europa.
Outra identidade
Para a Dacia, a geração nova do Duster também se reveste de um outro simbolismo, já que é a primeira a ser desenvolvida, de raiz, com base na nova identidade da marca – os restantes modelos, como os Sandero e Logan, foram atualizados posteriormente, adotando os novos logótipos e “lettering”.
Com 4,34 metros de comprimento, o SUV inspira agora uma imagem mais robusta e dinâmica, graças a uma abordagem mais atlética, sobretudo quando visto de perfil, com linha de cintura elevada que não ignora os códigos linguísticos do passado, nomeadamente, as cavas das rodas salientes e o pilar C estilizado que evoca o de gerações anteriores. Na dianteira, os faróis mais horizontais estão alinhados com a grelha, registando-se ainda uma ligação entre os elementos centrais desta (em branco) e as luzes de circulação diurna em LED. O "capot" denota ainda uma aparência bastante esculpida, que revela o maior cuidado com a aerodinâmica.
Por outro lado, as proteções laterais na zona inferior da carroçaria unem-se às cavas das rodas, que, por sua vez, se ligam aos para-choques dianteiro e traseiro, sublinhando a sua atitude mais irreverente. Mas não só: esses componentes (entre outros) são produzidos com um material resistente concebido em parceria com a LyondellBasell, denominado “Starkle”, que foi revelado no estudo Manifesto e que é até 20% reciclado (como fica patente pelo símbolo de reciclagem com aquele valor ao centro no elemento plástico nas portas dianteiras].
A marca prepara uma gama composta por quatro níveis de equipamento, começando na de base Essential, passando pela intermédia Expression e terminando nas de topo Journey e Extreme, duas declinações mais compostas, mas separadas pelo conceito – a Journey é mais refinada, a Extreme é mais orientada para atividades aventureiras, contando com para-choques diferenciados e tapetes em borracha no interior e na bagageira. As jantes disponíveis podem ser em medidas de 17'' ou 18'', sendo de ferro na versão de entrada e de liga leve nas versões superiores de equipamento.
Tecnologia reforçada
A bordo, a Dacia procurou melhorar a qualidade percebida, mas sobretudo a dotação tecnológica. Sem fugir aos plásticos duros, ainda que de bom aspeto, o modelo passa a acolher uma série de novidades importantes como o painel de instrumentos digital de 7'' com informações personalizadas (de série a partir da versão Expression) ou o ecrã tátil central de 10,1'' (orientado 10º no sentido do condutor) com um novo sistema de infoentretenimento, declinado em duas variantes consoante o nível de equipamento.
O sistema “Media Nav Live” (de série no nível Journey) oferece navegação conectada com informações em tempo real (cartografia atualizada por oito anos), seis altifalantes tecnologia Arkamys 3D e serviços conectados, ao passo que o sistema “Media Display”, também com o ecrã de 10,1'', está disponível para os níveis Expression e Extreme, com quatro altifalantes e já com conectividade sem fios a Apple CarPlay e Android Auto.
A versão base Essential conta com o “Media Control”, que dá ao cliente a possibilidade de utilizar o seu próprio smartphone como elemento de infoentretenimento. Apresenta informações relacionadas com o tipo de media, chamadas telefónicas ou rádio num ecrã de 3,5'', ao lado dos mostradores analógicos no painel de instrumentos. Tem quatro altifalantes, ligação Bluetooth, uma porta USB e um suporte para smartphone integrado no painel de instrumentos. Este sistema permite ligação à aplicação gratuita “Dacia Media Control”, permitindo controlar o rádio, ficheiros de áudio e outras funcionalidades a partir do "smartphone".
Nos Duster equipados com o “Media Display” e o “Media Nav Live”, a marca romena promete mais serviços conectados, graças às atualizações remotas (“Firmware-Over-The-Air”)
Os sensores de luminosidade passam a ser de série em todas as versões, ao passo que a comutação automática das luzes de máximos é de série nas versões Extreme e Journey. Na assistência à condução, o Cruise Control/limitador de velocidade está agora incluído de série a partir da versão Essential, a par de sistemas como a travagem automática de emergência (em áreas urbanas e suburbanas, incluindo a deteção de outros automóveis, peões, bicicletas e motociclos), reconhecimento de sinais de trânsito e alerta de excesso de velocidade, assistência ao estacionamento traseiro e assistência à manutenção na faixa de rodagem, entre outros.
Destaque, também, para o novo botão de personalização dos assistentes de segurança, posicionado à esquerda do volante e a partir do qual é possível, de forma mais fácil (após personalização no sistema multimédia) desativar (ou ativar apenas) os assistentes que o condutor deseja. O travão de estacionamento elétrico está incluído nas versões Journey (de série) e Extreme (como opção), sendo manual nas restantes. O novo Duster também pode ser fornecido com um volante aquecido, sistema de descongelação do para-brisas e carregador sem fios para smartphones (de série no Journey e opção no Extreme).
Mais funcional
A plataforma CMF-B permitiu um melhor aproveitamento do espaço a bordo, sobretudo ao nível das pernas nos lugares traseiros, visando a melhoria da habitabilidade atrás. Já a bagageira beneficia de um aumento na sua capacidade, permitindo entre 430 e 517 litros (aproveitando, neste caso, o facto de ter dois patamares de fixação em altura).
Além dos muitos espaços de arrumação a bordo (30 litros), o novo Duster também conta com o inovador sistema de fixações YouClip, com até seis locais de posicionamento (dependendo da versão) no interior e na bagageira e que permitem acoplar diferentes tipos de utensílios, desde suportes para telemóveis e "tablets", a suportes para copos, passando ainda por lanternas e outras utilizações. Os dispositivos YouClip estão disponíveis nos concessionários da marca. Outro elemento de maior funcionalidade destacado pela Dacia é o das novas barras de tejadilho modulares, que permitem até 80 kg de peso.
Motorizações eficientes
A nova plataforma CMF-B é um ativo fundamental para desenvolver a gama Dacia – hoje e amanhã. Podemos ver todo o seu potencial no novo Duster: ao alojar grupos motrizes eletrificados de alta eficiência, melhora significativamente o desempenho em toda a linha e mantém o apelo e a acessibilidade que o tornaram um sucesso”, refere Patrice Lévy Bencheton, Vice-Presidente de Performance de Produto, referindo-se às principais novidades do Duster, nomeadamente, no campo das motorizações.
Aproveitando o potencial da plataforma CMF-B, procurou-se melhorar a insonorização e diminuir as vibrações. Assim, interior mais bem isolado dos ruídos exteriores
Estas compreendem duas opções eletrificadas, uma delas em solução mais evoluída. O Duster Hybrid 140 é o mesmo do Jogger e é, na prática, também o mesmo utilizado noutros modelos do Grupo Renault. O sistema híbrido é composto por um motor 1.6 a gasolina de 4 cilindros com 94 cv, dois motores elétricos (um de 49 cv e um gerador/motor de arranque de alta tensão) e uma caixa de velocidades multimodo automática (com quatro relações para o motor de combustão e duas para o elétrico) sem embraiagem. A bateria compacta tem apenas 1,2 kWh de capacidade e alimenta o motor elétrico de tração e é recarregada nas fases de desaceleração e travagem. A Dacia diz que este sistema híbrido permite conduzir até 80% do tempo em cidade apenas com o motor elétrico, reduzindo os consumos entre 20% (ciclo misto) e 40% (ciclo urbano).
A outra opção tira partido da eletrificação ligeira ("mild-hybrid"), com a versão 1.2 TCe 130 a utilizar um motor 1.2 de 3 cilindros, de ciclo Miller (perdas reduzidas na bomba otimizam a eficiência), auxiliado por tecnologia de motor elétrico de 48V. Este motor ajuda a unidade de combustão interna quando o automóvel arranca ou acelera, reduzindo o consumo médio e as emissões de CO2 em cerca de 10%. (face a versão equivalente). O sistema de travagem regenerativa carrega a bateria com 0,8 kWh de capacidde. Esta versão está disponível com caixa de 6 velocidades e nas versões 4x2 e 4x4.
Por fim, noutra solução que se poderia apelidar de híbrida atendendo ao facto de ter dois combustíveis, é a Eco-G 100, ou seja, bifuel. Com capacidade de funcionar a gasolina e a GPL, esta versão consegue ser mais eficiente e dispor de uma autonomia em ciclo combinado WLTP superior a 1300 km. Em modo GPL, emite menos 10% de CO2 e dispõe de dois depósitos de 50 litros (gasolina e GPL), com comutador no painel de instrumentos. Esta versão sobressai ainda pelo facto de ter maior potência quando funciona a GPL – 100 cv "contra" 90 cv –, com binário de 170 Nm.
A nova geração traz ainda novidades no acerto do chassis para uma condução mais apelativa, passando a contar com barras estabilizadoras mais rígidas, o que reduz o rolamento da carroçaria (menos 21% na versão 4x2) e induz uma melhoria na estabilidade em curva e nas mudanças de direção. A versão 4x4 também beneficia deste progresso, com um aumento de 17% na versatilidade. De forma generalizada, as regulações do amortecimento e a assistência da direção assistida foram evoluídas no mesmo sentido. Tudo isto com grande atenção ao peso, que se mantém em linha com o da geração anterior quando comparado com a motorização Eco-G (1300 kg)
Modos de condução
A versão de tração integral (4x4) continua a ser uma das mais-valias do Duster, que procura apelar aos amantes da aventura, com para-choques distintos, proteções inferiores a toda a volta e materiais mais resistentes em borracha no interior. Com 217 mm de altura ao solo, o SUV romeno ainda conta com ângulos de ataque e saída de 31º e de 36º, respetivamente, sendo o ventral de 24º.
Além disso, para maior competência, dispõe de tecnologia 4x4 Terrain Control, com cinco configurações de condução selecionáveis a partir de comando rotativo na consola central entre os bancos dianteiros.
O modo “Auto” distribui, automaticamente, a potência entre os eixos dianteiro e traseiro, em função da tração das rodas e da velocidade, enquanto o “Eco” otimiza a eficiência a partir da gestão mais ecológica do ar condicionado e do motor. Depois, há modos mais específicos para fora de estrada – “Snow”, “Mud/Sand” (para terrenos instáveis de baixa motricidade) e um outro, “Off-Road”, semelhante ao modo 4x4 Lock do Duster atual, mas com a vantagem de distribuir automaticamente o binário pelas rodas dianteiras e traseiras, em função da aderência e da velocidade. A tecnologia de controlo de velocidade em descidas está incluída (até 30 km/h).
O condutor pode ainda aceder diversas informações durante as tiradas fora de estrada a partir do ecrã de 10,1'', como as de inclinação lateral, ângulo de inclinação em subidas e descidas e distribuição de potência entre os eixos dianteiro e traseiro (4x4).
Ainda “sub-20”
Apesar do crescimento em todos os sentidos, sobretudo na tecnologia e nos equipamentos, o Duster permanece um “sub-20” mil euros no lançamento, cumprindo com a filosofia de “value for money” da marca.
Preço da versão de entrada Eco-G 100 Essential: 19.150€. Equipamento de série principal: Media Control com um suporte para "smartphones", barras no tejadilho e, ainda, sensores traseiros para apoio ao estacionamento
O motor TCe 130 4x2 está disponível a partir do nível de equipamento Journey por 24.050 € (o mesmo preço para o nível equiparado Extreme), sendo que a versão de tração integral (4x4) tem um custo base de 26.550 €. O Hybrid 140, “castigado” pelo enquadramento fiscal português, emite menos CO2, mas paga mais ISV, o que o coloca como topo de gama, com preço de 29.000 €, nos níveis Journey e Extreme. Numa fase posterior chegarão versões do motor TCe 130, nos níveis Expression, por 22.250 € (4x2) e 24.750 € (4x4).
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