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Nissan GT-R: “Godzilla” elétrico!

Foto do escritor: José CaetanoJosé Caetano

O Skyline GT-R integrou o catálogo da Nissan em 1969 e, na terceira geração deste desportivo, em 1989, ganhou o cognome de “Godzilla”. Neste “monstro”, motor de 6 cilindros e 2,6 litros com 280 cv, caixa manual de 5 velocidades e tração integral.

Trinta e seis anos depois, equipa de especialistas da marca adaptou o icónico R32 aos tempos modernos, tornando-o num superelétrico com duas máquinas de 214 cv (160 kW)!



A estreia da sigla GT-R na gama da Nissan remonta a 1969, o ano da introdução da versão mais desportiva do Skyline. O automóvel original, produzido até 1972, tinha motor de 6 cilindros em linha e 2 litros com 162 cv, caixa manual de 5 velocidades, tração traseira e autoblocante mecânico. Em 1972, a marca nipónica apresentou a segunda geração do modelo, que contava com os mesmos “recursos” da primeira, mas saiu de cena prematuramente, devido à crise petrolífera mundial – fizeram-se tão-somente 197 exemplares. O fabricante recuperou a designação em 1989, com o R32, que contava com mecânica de 6 cilindros, com 280 cv, e sistema de quatro rodas motrizes. O sucesso foi instantâneo, como demonstra o facto de ter ganho o cognome de “Godzilla”!



Mais de três décadas depois, equipa de especialistas da Nissan recriou este GT-R, adaptando-o aos tempos modernos, o que significou, nomeadamente, o adeus ao motor de 6 cilindros, que foi substituído por duas máquinas elétricas, ambas com 160 kW (214 cv), alimentadas por bateria com 62 kWh de capacidade. Promete-se que a experiência de condução do R32 EV é idêntica à do R32, sobretudo devido à adoção dos componentes mais importantes do Leaf Nismo RC02. De resto, para o sucesso da tentativa de aproximação ao original, os engenheiros que trabalharam neste projeto até incluíram patilhas no volante para a simulação de passagens das relações de caixa e sistema que imita a sonoridade do motor RB26DETT de 1989!

 

O R32 EV não é consensual entre os adeptos do GT-R, mas demonstra o potencial extraordinário das tecnologias de eletrificação do automóvel e a paixão da Nissan por desportivo emblemático. O responsável do programa, Ryozo Hiraku, explicou o objetivo por detrás desta adaptação. “Muito provavelmente, dentro de 30 anos, os proprietários desta máquina incrível não poderão desfrutar da sua condução, mas conseguimos replicar quase tudo o que conhecemos do R32 e, assim, as gerações futuras também poderão experimentá-lo.”



Os conhecimentos adquiridos na conceção do R32 EV serão aplicados na próxima geração de automóveis elétricos da Nissan. Visualmente, o desporto novo é muito semelhante ao modelo original, mas a admissão da bateria obrigou à remoção dos dois bancos traseiros e aumentou o peso em cerca de 370 kg. Ainda assim, pensa-se que este desportivo pode igualar o desempenho do “Godzilla”, pois conseguiu-se até aproximação à relação peso-potência do R32 de 1989. A ambição de toda a equipa que trabalha no projeto é a otimização da experiência de condução e não a potência ou o desempenho e a velocidade da máquina em linha reta. Também por isso, sistema de tração integral determinante para o sucesso da “empreitada”.



O GT-5 de 1989 tinha a tração integral ATTESA E-TS, que contava com embraiagem de acionamento hidráulico que podia distribuir o binário de forma equitativa entre as rodas dianteiras e traseiras. O sistema novo, com motores elétricos arrumados nos dois eixos, garante um funcionamento ainda mais preciso. O R32 EV dispõe de “kit” de suspensão desportiva NISMO, com amortecedores Öhlins, que controla o rolamento da carroçaria, independentemente do peso extra, o que também exigiu a adoção de travões específicos, com discos e pinças de maiores dimensões, ou o recurso a jantes de 18’’, que substituem as originais de 16’’.


Finalmente, na conceção do “cockpit”, a equipa que trabalha no projeto perseguiu a manutenção do maior número possível de elementos originais, mas modernizou todos os componentes com o impacto na experiência do condutor, para melhorá-la. E, assim, decidiu-se pela montagem de bancos Recaro e monitores digitais.



O piloto principal de testes da marca nipónica, Hiroyoshi Kato, membro da equipa que trabalhou no desenvolvimento do R32 GT-R, tem nas mãos o desenvolvimento dinâmico do R32 EV. A Nissan não tem plano para a comercialização do desportivo elétrico, mas este programa tem proporcionado a acumulação de conhecimentos importantes técnicos e tecnológicos importantes.

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