À 13.ª temporada no Mundial de Ralis (WRC) e depois de cinco segundos lugares e três terceiros, Thierry Neuville, há 11 épocas com a Hyundai, conseguiu, por fim, o primeiro título da carreira! Venceu-o no Japão, na prova que proporcionou à Toyota o oitavo campeonato de construtores, quarto consecutivo, que soma, em 2024, às vitórias no WEC (resistência) e no W2RC (todo-o-terreno).
É a recompensa pela capacidade de resistência e, sobretudo, pela persistência! O belga Thierry Neuville, 36 anos, conseguiu, por fim, o título que mais ambicionava: no Rali do Japão, o piloto na Hyundai desde 2014, ganhou o WRC pela primeira vez – acabou na sexta posição, a 6.54,1 m do vencedor, o galês Elfyn Evans, da Toyota, e também beneficiou do abandono do rival na luta pelo campeonato, o parceiro de equipa Ott Tänak (comandava a prova que encerrou a temporada, mas despistou-se na primeira “especial” do último dia de competição!).
O primeiro belga campeão no WRC já somava cinco segundos lugares e três terceiros em 13 temporadas na categoria de topo do Mundial de Ralis
Para Thierry Neuville, depois dos 1020,03 km no Rali do Japão, incluindo os 302,59 km ao cronómetro arrumados em 21 provas especiais de classificação, o tempo é de alívio! O primeiro belga campeão no WRC contabilizava cinco segundos lugares e três terceiros em 13 temporadas na categoria de topo, 11 com a Hyundai. E o fim de semana nipónico até arrancou mal, com problemas no turbo do motor do i20 N Rally1, a deixá-lo 15.º no final do primeiro dia de competição. Depois, a reação e a recuperação para sétimo após a jornada dois, e, por fim, na três, com o despiste e o abandono do estónio Ott Tânak, na PEC 17, o título no “bolso” – partilha-o com o copiloto e compatriota Martijn Wydaghe!
“Trabalhámos muito, e muitos anos, para conseguirmos este resultado”, exclamou o belga, que esteve no comando do Mundial desde a primeira ronda de temporada com 13, devido à vitória no primeiro rali de 2024 (Monte Carlo); depois, somaria só mais uma, na 10, na Grécia/Acrópole, passando a somar 21 em 167 participações no WRC (juntam-se 69 pódios, contabilizando os seis conseguidos este ano). “Não tenho muitas palavras, neste momento. Tenho de agradecer a todos os que nunca não deixaram de acreditar e estiveram ao meu lado. Estivemos muitas vezes perto de consegui-lo, mas só este ano é que fomos bem-sucedidos”, disse.
Também para a equipa Hyundai, o primeiro título de pilotos no WRC, após 10 anos no Mundial. No entanto, para os sul-coreanos, trata-se de êxito agridoce, devido à perda do campeonato de construtores, (outra) consequência abandono de Tänak! Sébastien Ogier, Elfyn Evans e Takamoto Katsuta, na Power Stage, impuseram-se a Thierry Neuville e, assim, a Toyota, com o GR Yaris Rally1, venceu o oitavo título de construtores nos ralis, o quarto consecutivo, igualando o registo da Citroën, que é superado apenas pela Lancia (10). Os nipónicos acabaram 2024 com 561 pontos, só mais três do que os rivais asiáticos.
Evans ganhou pela primeira vez em 2024 (nona no WRC!) – sétimo vencedor numa temporada muito competitiva em que o bicampeão Kalle Rovanpera participou só a meio-gás! – e, pela quarta vez, acabou o Mundial na segunda posição! “Não era o que ambicionávamos mais, mas temos de estar satisfeito com o nosso contributo para o sucesso da equipa. E contem connosco em 2025”, disse o galês, 35 anos. O companheiro Sébastien Ogier, oito vezes campeão mundial, que também não teve programa completo neste campeonato, acabou em segundo, a 1.27,3 m, e Adrian Formaux, num Puma Rally1 da M-Sport Ford, completou o pódio no Japão.
Entre os WRC2, vitória dominante de Nikolay Gryazin (Citroën C3 Rally2), o sétimo “à geral”, mas Sami Pajari, na temporada de estreia do Toyota GR Yaris Rally2, foi o campeão tanto do WRC2 como do WRC2 Challenger. No próximo ano, 14 “etapas” no mapa do Mundial, com as estreias de Arábia Saudita, Paraguai e Ilhas Canárias, Espanha. No arranque, Monte Carlo (23 a 26 de janeiro). E Portugal recebe a ronda cinco, de 15 a 18 de maio.
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