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Motor híbrido da Audi para F1 já “faz” corridas

Preparação da Audi para a entrada na Fórmula 1 em 2026 prossegue a bom ritmo. Primeiros testes das unidades de potência já decorrem em bancos de testes, com distâncias de corrida já percorridas



Desde 2022 que a Audi trabalha no desenvolvimento da sua nova unidade de potência para os novos regulamentos da Fórmula 1 a partir de 2026, progredindo a bom ritmo. Descrito como um motor totalmente feito na Alemanha, este sistema híbrido já está a cumprir simulações de corrida nos bancos de ensaios da Audi em Neuberg, a pouca distância de Ingolstadt, na Alemanha.

 

A Audi irá entrar a título oficial na Fórmula 1 em 2026, tendo adquirido o direito de participação na modalidade da Sauber, cujas instalações de Hinwil, na Suíça, servirão de base para o desenvolvimento técnico da formação, enquanto a Audi Formula Racing GmbH (AFR), estabelecida, em Neuberg, terá a seu cargo a evolução do sistema híbrido.

 

O CEO da AFR, Adam Baker, e o responsável técnico da AFR, Stefan Dreyer, explicam que o novo sistema híbrido de alta potência, composto por um motor de combustão, um motor elétrico, uma bateria e uma eletrónica de controlo, está a ser evoluído conforme o previsto.


“A união bem-sucedida dos vários componentes numa única unidade é o resultado de um trabalho árduo e de um grande trabalho de equipa. A unidade de potência da Audi já percorreu distâncias de corrida simuladas no banco de ensaios. Ganhámos muito tempo de teste com os componentes individuais em 2023 e pudemos incorporar a experiência adquirida nas próximas fases de construção em paralelo. Foram alcançados marcos e objetivos significativos, o que dá uma boa sensação a toda a equipa”, afirma Baker, secundado na sua assunção por Dreyer.



“Implementámos uma modernização e expansão muito ambiciosa das nossas instalações de teste. Atualmente, dispomos de 22 bancos de ensaio de última geração no local. As nossas novas ferramentas de desenvolvimento são de última geração e permitiram-nos alcançar uma curva de aprendizagem acentuada. Ao testar no banco de ensaios em condições de corrida simuladas, obtemos conhecimentos importantes nesta fase do projeto. Após as distâncias de corrida bem-sucedidas com a unidade de potência, iremos em breve fazer o mesmo com todo o sistema de acionamento, o que significa a combinação da unidade de potência e da transmissão.


Ao mesmo tempo, estamos a trabalhar a todo o vapor no desenvolvimento do desempenho para atingir os objetivos a que nos propusemos”, refere, adiantando que os traçados de Las Vegas, Spielberg e Singapura já foram utilizados virtualmente para ensaiar o novo sistema híbrido V6.

 

“Intensidade é uma boa palavra-chave para o desenvolvimento do nosso desempenho”, acrescenta Dreyer. “Até agora, atingimos todos os objetivos que estabelecemos para nós próprios em termos de desempenho e eficiência nesta fase. Além disso, o nosso desenvolvimento de combustível está a decorrer desde 2022 com um parceiro forte que tem muitos anos de experiência na Fórmula 1. Este é um fator realmente decisivo para o nosso projeto, uma vez que o novo combustível sustentável para 2026 terá uma relevância competitiva ainda maior”.

 

Neste sentido, é também destacada a experiência obtida noutros projetos desportivos nos quais a marca dos “quatro anéis” participou. “A nossa experiência em projetos de competição anteriores, como Le Mans, Fórmula E, mas também o projeto do Dakar, ajudou-nos imenso. Já demonstrámos no passado que podemos desenvolver motorizações convencionais, híbridas e puramente elétricas. No entanto, o desafio da Fórmula 1 é completamente diferente em termos de tecnologia de ponta e de competição. Isso também se aplica aos nossos parceiros e fornecedores – estamos a observar um enorme empenho de todas as partes”, considera o responsável técnico da Audi Formula Racing.



Motorização “Made in Germany” 

O facto de ser uma motorização inteiramente desenvolvida na Alemanha também é um dos pontos de destaque para a Audi, que tem no centro de desenvolvimento de Neuberg o ponto nevrálgico de conceção do novo sistema híbrido para a Fórmula 1. Mas o facto de estar em proximidade com a casa-mãe, em Ingolstadt, também é relevante para o desenvolvimento apropriado do novo motor híbrido.

 

“A infraestrutura criada pela Audi para o desporto motorizado em 2014 tem sido uma base muito boa. Colocou-nos em posição de iniciar o desenvolvimento da unidade de potência em 2022. Para adaptar esta infraestrutura à utilização da Fórmula 1, construímos um novo edifício para bancos de ensaio adicionais, oficinas e laboratórios de última geração, em paralelo com as nossas atividades de desenvolvimento. Todos os novos bancos de ensaio estão agora a funcionar e permitem-nos continuar o desenvolvimento a todo o vapor”, continua Dreyer.

 

“A proximidade da nossa empresa-mãe, a Audi, em Ingolstadt, é uma grande vantagem para nós em muitos aspetos. Existem muitos especialistas técnicos na região, especialmente para o desenvolvimento de componentes de transmissão.

Os outros fabricantes de unidades de potência de F1 estão sediados no Reino Unido, França, Itália e Japão. Se quisermos trazer empregados da concorrência, normalmente têm de se mudar para outro país - é um desafio, mas não é maior para nós do que para qualquer outro. As pessoas não só têm de estar preparadas para mudar de empregador, como também de país. O facto de termos sido bem-sucedidos no recrutamento de engenheiros e técnicos experientes de todos os outros fabricantes de unidades de potência mostra que o nosso projeto e a localização são atrativos - também para especialistas e talentos internacionais. Atualmente, a nossa equipa tem uma grande variedade de colaboradores de 23 países”, afirma Baker.




Cooperação Hinwil-Neuberg

 

A cooperação entre as sedes da Suíça e da Alemanha é um elemento fundamental deste novo projeto da Audi, algo que Dreyer and Baker também asseguram. “Do ponto de vista técnico, já estamos a trabalhar num verdadeiro modo de equipa de fábrica em ambos os locais. O foco aqui é a integração da unidade de potência com detalhes importantes, como a gestão térmica. Existe também uma estreita cooperação na caixa de velocidades. Desenvolvemos os componentes internos em Neuburg, enquanto as peças estruturais, como a caixa de velocidades e o eixo traseiro, são produzidas em Hinwil. O teste do acionamento completo, composto pela unidade de potência e pela transmissão, é realizado no nosso banco de ensaios de grupos motopropulsores. Esta divisão é conveniente em termos de desempenho e experiência”, afirma Dreyer.

 

Por seu turno, Adam Baker salienta que este progresso está a ser feito de forma muito dinâmica, tendo começado já em janeiro de 2023. “Este trabalho está agora a ser intensificado com os atuais regulamentos do chassis. O nosso objetivo é claro: explorar plenamente as vantagens e as possibilidades de uma equipa de fábrica em termos de conjunto e a integração da unidade de potência”.

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