Outrora conhecida por modelos como o Lancer Evolution, GTO e FTO, a Mitsubishi está por enquanto afastada do seu lado mais desportivo. Porém, os principais responsáveis europeus da marca asseguram que essa faceta não está esquecida, mas um regresso com a submarca Ralliart na Europa teria de ser muito bem pensada e enquadrada no ambiente atual de transformação elétrica.
Para os entusiastas do desporto automóvel, a visão de automóveis com o logótipo dos três diamantes em provas de Dakar (com o Pajero e Strakar L200) ou de ralis (com o famigerado Lancer Evolution) marcou uma era que terminou no final da primeira década de 2000. Refletindo uma nova abordagem à mobilidade e também a braços com a necessidade de reestruturar gamas e gastos, a marca foi abandonando o seu lado mais desportivo no continente europeu, colocando também a submarca Ralliart em estado dormente.
Embora noutros mercados continuem a ser possíveis de encontrar, os modelos com chancela Ralliart adotam, essencialmente, um lado mais estético. Na Ásia, porém, a Mitsubishi ainda conta com uma participação oficial na competição (com a pick-up Triton), fazendo uma ponte entre os mundos da competição e da produção, algo que poderia acalentar alguma esperança para um regresso dessa simbiose à Europa.
No entanto, tanto o retorno à competição, como o regresso desta denominação aos modelos europeus, com afinação mais específica, não são realidades que estejam nos planos da Mitsubishi, pelo menos nos tempos mais imediatos, como explicaram à E-AUTO Frank Krol, Presidente da Mitsubishi Motors Europe, e Alex Thomas, responsável pelo Marketing, Produto e Estratégia da divisão europeia da marca.
“Na Ásia, sim [participamos em competição] e é algo que nós adoraríamos fazer, sejamos honestos. E o logótipo Ralliart é muito importante para nós”, afirmou Thomas, que depois abordou a questão de um hipotético regresso da denominação a um modelo europeu de carácter mais desportivo.
“Eu e o Frank trabalhamos juntos há quase 20 anos na Mitsubishi e sabemos que é definitivamente um ativo da marca, o qual devemos proteger. Não podem ser apenas autocolantes. Somos uma marca autêntica e é muito importante que tenhamos um carro que envergue o emblema da Ralliart de forma meritória. Por isso, temos de ser muito cuidados nisso. Gostaríamos de fazê-lo, mas temos de encontrar o modelo certo”, acrescentou, apontando então o principal problema para um modelo do género – a transformação do mercado europeu.
“Se pensarem em carros como o Pajero no Dakar ou o Lancer Evolution no WRC… esses formatos já não são para a Europa. Há a eletrificação e uma série de outras coisas. Por isso, temos de esperar talvez mais uma geração para ver, mas sempre que falamos com os colegas de engenharia da MMC [Mitsubishi Motors Corporation] sobre coisas como o desporto motorizado, vemos que está no nosso sangue. Por isso, quando encontrarmos a oportunidade certa, estou certo de que o faremos. Mas para a Europa, é algo que não surgirá nos tempos mais próximos”, afiançou Thomas, secundado por Frank Krol.
“Se nós o fizermos [regressar ao desporto], fá-lo-emos apropriadamente. E o mesmo com uma versão Ralliart de um carro. Não podem ser apenas autocolantes, isso é certo. Também o faremos de forma apropriada e muito séria”.
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