Ursula von der Leyen foi eleita para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia e reafirmou que a meta para as zero emissões mantém-se em 2035… mas abre a porta aos e-fuels como solução
Após a conquista do seu segundo mandato para presidir à Comissão Europeia, Ursula von der Leyen reafirmou o objetivo de apenas ter automóveis que cumpram as zero emissões a partir de 2035, mas deixou agora a indicação de que a União Europeia fará uma adenda para permitir os combustíveis sustentáveis (e-fuels).
Em votação realizada esta quinta-feira, dia 18 de julho, von der Leyen foi reconduzida no cargo de Presidente da Comissão Europeia com 401 votos, superando por larga margem os 360 de que necessitava, dotando aquele organismo europeu de relativa estabilidade política.
Um dos seus objetivos no primeiro mandato passou pelo estabelecimento de metas estritas em relação à sustentabilidade e emissões na União Europeia
Um dos seus objetivos no primeiro mandato passou pelo estabelecimento de metas estritas em relação à sustentabilidade e emissões na União Europeia, ajudando a estabelecer o pacto “Fit for 55” (ou “Objetivo 55”, nome concedido ao plano em português), ou seja, o plano para a transição ecológica no bloco europeu. Adicionalmente, ao longo destes últimos meses, também levou a cabo um processo de investigação aos veículos chineses ou produzidos na China, criando agora uma fricção política e mercantil entre os dois lados.
Contudo, o responsável pelo comité ambiental do Parlamento Europeu, Pascal Canfin, citado pela Automotive News Europe, indicou que Ursula von der Leyen está preparada para efetuar uma adenda à lei das emissões zero a partir de 2035 para incluir os combustíveis sustentáveis (e-fuels), os quais estão agora em desenvolvimento com o intuito de tornar neutras as emissões dos motores de combustão.
Solução ainda em desenvolvimento
Os combustíveis sintéticos ou sustentáveis revestem-se de grande importância pelo potencial de reduzir significativamente as emissões poluentes dos motores de combustão, sendo também produzidos a partir da captação do CO2 na atmosfera, o que os tornaria então neutros em emissões de carbono.
Os combustíveis sintéticos ou sustentáveis revestem-se de grande importância pelo potencial de reduzir significativamente as emissões poluentes
No entanto, além de serem ainda muito dispendiosos, são cada vez mais as entidades comprometidas com a sua utilização e desenvolvimento, procurando torná-lo mais acessível para utilização nos automóveis já em circulação. Algumas marcas, como a Stellantis, já indicaram que uma grande parte dos seus motores mais recentes são compatíveis com os e-fuels, ao passo que outras trabalham no seu desenvolvimento, como é o caso da Porsche, que trabalha no Chile para a produção de combustíveis sintéticos.
Os grupos ambientais contestam esta possibilidade de utilizar os combustíveis sintéticos, indicando que não resolvem a questão da emergência climática, mas, em termos políticos, a sua aceitação para 2035 poderá ajudar a minimizar a oposição de partidos mais populistas que se opõem à proibição da venda dos veículos com motor de combustão interna a partir daquela data.
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