A Mercedes-Benz revelou a geração mais recente do CLA, que mantém a aparência de coupé de quatro portas, embora mais evoluída para oferecer mais espaço a bordo. Porém, as novidades mais relevantes estão sob a carroçaria: mais refinado, sistemas mais “inteligentes” e versão elétrica nova com autonomia perto dos 800 km, a qual merece destaque na revelação.
Definido como o automóvel da Mercedes-Benz mais “inteligente” de sempre, o CLA agora revelado pertence a uma gama inteiramente nova de modelos, numa filosofia ao abrigo da qual cada novidade terá versão elétrica e híbrida. Com este pano de fundo, a estreia do CLA de geração inteiramente nova é feita com versões 100% elétricas, a mais eficiente das quais promete quase 800 km de autonomia entre recargas.
Para o CLA, automóvel que sempre primou pela mescla entre os conceitos coupé e berlina, a geração vindoura demarca-se pelo aprumo das linhas em favor da eficiência aerodinâmica, com linhas suavizadas e mais arredondadas à frente, aqui não evitando mesmo algumas semelhanças com os modelos da gama EQ 100% elétrica.
Destaque para a separação dos faróis face à grelha, posicionada mais abaixo no para-choques, enquanto uma barra luminosa superior passa a unir os grupos óticos. Também a grelha dianteira passa a ser totalmente iluminada nos CLA elétricos (sendo uma estreia absoluta na Mercedes), com 142 LED animados. As versões híbridas manterão uma grelha mais tradicional, com padrão Mercedes-Benz em cromado e moldura iluminada em LED.
A linha de tejadilho de contornos suaves mantém-se como imagem distintiva, descendo rumo à secção traseira, com tampa da bagageira encurtada para um visual robusto. A Mercedes-Benz refere que esta é mais uma evolução da imagem “Sensual Purity”, combinando elegância com robustez, algo que as cavas das rodas volumosas também ajudam (acomodando jantes até 19 polegadas).
Nas dimensões, o CLA mede 4.723 mm de comprimento (mais 4 cm do que a geração precedente), ao passo que a distância entre eixos passou para os 2.790 mm (mais de 6 cm em relação ao anterior, o que contribui para mais espaço para passageiros e bagagens.

Dom da inteligência
O CLA define-se como o modelo mais avançado de sempre da marca germânica, tirando partido de capacidades melhoráveis por vários anos por via de atualizações “over-the-air” e de um sistema operativo (MB.OS) desenvolvido internamente pela Mercedes-Benz com capacidades de aprendizagem graças à integração de inteligência artificial (AI) da Microsoft e da Google.
O novo sistema melhorado por IA torna possível equipar cada veículo com um supercomputador ligado à Mercedes-Benz Intelligent Cloud (nuvem digital), o que permite atualizações regulares “over-the-air”para as funções mais importantes do veículo, incluindo, pela primeira vez, os sistemas de assistência à condução. Isto mantém o CLA atualizado e atraente durante muitos anos.

O conceito MBUX Superscreen é alimentado por “chips” de ponta com gráficos em tempo real fornecidos pelo motor de jogo Unity, ao passo que a operação do sistema procura pautar-se pela funcionalidade, graças à aplicação do conceito MBUX Zero Layer, o qual deixa as funções mais importantes (ou mais utilizadas pelo condutor) no ecrã central em posição de fácil alcance. Na visão das aplicações, estas podem agora ser agrupadas em pastas individuais, reduzindo a confusão de ícones.
Mas, caso não queira operar o ecrã, os ocupantes podem acionar o assistente virtual com comandos por voz, mais evoluído e sempre presente no ecrã principal (“Zero Layer”) sob a representação visual de uma estrela. Com a possibilidade de entabular até conversas complexas, este assistente virtual tem por base o ChatGPT4 aliado ao motor de busca Microsoft Bing e à Internet. Graças a isso, pode também responder a questões relacionadas com a navegação e pontos de interesse, embora neste aspeto a Mercedes destaque a parceria com a Google para a utilização da aplicação Maps, utilizando a “nuvem” da gigante tecnológica americana. Esta permite integrar de forma fluida e em tempo real os destinos e os interesses do condutor, bem como a possibilidade de incluir os postos de carregamento, também com informação de ocupação em tempo real.

Na segurança, os progressos na capacidade de processamento permitem também evoluir os assistentes à condução, com o MB.DRIVE a introduzir novas funcionalidades para ajudar o condutor na sua tarefa, podendo, em opção, tornar-se num modelo de Nível de Autonomia 2 avançado (SAE) no caso de equipar o cruise control adaptativo com assistente de direção e possibilidade de mudança de via autónoma.
Nota, ainda, para os faróis opcionais Multibeam LED com que as luzes diurnas passam a ter o formato de uma estrela, padrão que é replicado nos farolins atrás. De série, o modelo conta com tecnologia LED High Performance.
Interior luminoso
A bordo, a identidade é totalmente nova, aliando requinte e tecnologia ao tornar-se também cada vez mais minimalista. O destaque é o já referido MBUX Superscreen de aspeto “flutuante”, que se estende por toda a largura do painel de bordo – sob uma grande superfície de vidro estão o ecrã do condutor de 10,25 polegadas e o ecrã central de 14 polegadas. Após o lançamento no mercado, o MBUX Superscreen estará disponível como opção com um ecrã adicional de 14 polegadas para o passageiro da frente.
A consola central torna-se também “flutuante” para aumentar a sensação de desportividade, dividindo-se em dois níveis, ao passo que a ideia de componentes que “flutuam” é repetida nos grandes painéis centrais das portas revestidos a pele.
De resto, a marca procurou melhorar a sensação geral de qualidade, bem como a luminosidade do habitáculo, pelo que, além da iluminação ambiente, o CLA conta de série com um tejadilho panorâmico de grandes dimensões, com proteção contra os raios ultravioletas e calor.

Elétricos primeiro
A eletrificação está na “ordem do dia” e o CLA é prova disso, com uma pegada de carbono reduzida em 40% em toda a sua cadeia de valor comparativamente com o antecessor não eletrificado. Os primeiros modelos a surgirem no mercado são os CLA 250+ com Tecnologia EQ e CLA 350 4MATIC com Tecnologia EQ, ambos elétricos, mas esperam-se depois as versões híbridas.
O CLA 250+ (para simplificar) conta com motor traseiro síncrono permanente mais eficiente capaz de debitar 272 cv (200 kW) de potência e 335 Nm (0 aos 100 km/h em 6,7 segundos), enquanto o mais potente CLA 350 4MATIC posiciona-se no topo com 354 cv (260 kW) de potência e 515 Nm de binário (0 aos 100 km/h em 4,9 segundos). Este conta com um motor adicional (também síncrono permanente) no eixo dianteiro, de 109 cv (80 kW), atuando como “boost” adicional para garantir motricidade e desativando-se quando não é necessário para maior eficiência do conjunto.
O eixo traseiro, em ambos os casos, distingue-se pela utilização de uma transmissão de duas relações, a primeira pensada para rápida aceleração e maior eficiência em cidade e a segunda para utilização em autoestrada e altas velocidades.
Ambas as versões elétricas são “alimentadas” por bateria de iões de lítio (NMC) de 85 kWh (capacidade útil), com densidade energética incrementada em até 20%, reduzindo-se a utilização de cobalto e a à procura por soluções que minimizem o seu impacto ambiental. Em virtude de todos estes avanços motrizes e técnicos, a versão de entrada CLA 250+ apresenta uma autonomia alargada de até 792 km, enquanto a versão de tração integral tem um máximo de 771 km.
O CLA recorre a arquitetura de 800 V, melhorando os tempos de carregamento para o máximo de 320 kW em postos adequados CC – desta forma, a título de exemplo, o CLA 250+ repõe até 325 km em dez minutos. A bomba de calor incrementa a eficiência.

Híbridos depois
Mais para o final do ano está prometido um sistema híbrido com três níveis de potência, beneficiando da tecnologia de 48 V com um motor elétrico integrado na transmissão (bem como o inversor). Esses modelos terão por base motores de combustão ainda mais eficientes, com escolhas entre tração dianteira e integral 4MATIC.
Sem apontar muitos detalhes, a Mercedes explica que o motor elétrico proporcionará “um apoio inteligente em toda a gama de velocidades” – em cidade e com necessidades de potência abaixo dos 20 kW, podem ser conduzidos apenas com energia eléctrica. O chamado “cruzeiro elétrico” é possível a velocidades até cerca de 100 km/h. Uma caraterística especial do motor de combustão é a sua capacidade de recuperação em todas as oito mudanças, recuperando até 25 kW de energia.
Comments