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Condutores desconhecem fim dos motores térmicos em 2035

Estudo do Observador Automóvel, do Cetelem, revela que a maioria (64%) dos condutores inquiridos em Portugal desconhece a existência de uma lei europeia que proíbe a venda de automóveis novos com motores de combustão interna a partir de 2035.



A introdução de novas medidas para reduzir as emissões poluentes relacionadas com o setor dos transportes terá o seu culminar em 2035, quando entrar em vigor (se o plano atualmente delineado for mantido na forma atual) a interdição de venda de automóveis novos com motores de combustão interna na Europa. Porém, um estudo efetuado pelo Observador Automóvel 2024, do Cetelem, indica que a larga maioria dos condutores inquiridos em Portugal desconhece essa medida!

 

Essa é uma das conclusões retiradas da mais recente edição de um estudo que, anualmente, “sente o pulso” dos condutores em relação às novas tendências da indústria, seja em relação à eletrificação, seja em relação aos custos associados à propriedade de um automóvel.

 

No inquérito deste ano, abordando as muitas mudanças relacionadas com o lado ambiental, destaca-se o facto de 64% dos condutores portugueses inquiridos não estarem a par da proibição da venda de veículos a combustão a partir de 2035, um valor acima da média de todos os países participantes no estudo (51%) e que também é elevado. Adicionalmente, esse prazo estabelecido é, segundo 70% dos inquiridos, demasiado exigente.



Zonas de Emissões Reduzidas dividem opiniões 

Uma das medidas implementadas por diversos países para combater as alterações climáticas foi a aplicação de Zonas de Emissões Reduzidas (ZER), que limitam a circulação automóvel para reduzir a poluição e melhorar a qualidade do ar.

 

Em Portugal, existe apenas uma ZER, no centro de Lisboa, e os cidadãos demonstram ter pouco conhecimento sobre o tema, como refletem os dados do Observador Automóvel 2024: 67% dos portugueses afirmam ter conhecimento da existência da regulamentação no mundo, mas apenas 27% sabem exatamente o que são estas zonas, enquanto 33% assumem desconhecer o assunto.



No que respeita às zonas de emissões reduzidas existentes no país, 48% dos portugueses respondem não saber se existem, 8% dizem que não existem e 44% mostram ter conhecimento. Em relação aos planos para o futuro, 54% não sabem se serão implementadas mais ZER no País, 9% dizem que não serão criadas num futuro próximo e 37% afirmam que sabem que algumas cidades planeiam adotar a medida no futuro próximo.


Independentemente de virem a existir ou não mais ZER, 44% dos inquiridos confiam que conduzem automóvel que poder circular dentro das mesmas. 19% não sabem...

Perante esta potencial impossibilidade de circulação nalgumas zonas, os automobilistas portugueses planeiam evitá-las (40%) ou optar por outro meio de transporte (31%). Já 25% garantem que pretendem continuar a circular nas ZER, mesmo que isso seja proibido. E só 12% tencionam adquirir um veículo novo que seja permitido nas ZER (12%).

 

O estudo revela, porém, que 83% dos inquiridos consideram que não há capacidade para a compra de carro novo permitido nas ZER, nomeadamente por parte das famílias com baixos rendimentos, e 52% afirmam que a medida é irrealista e, ou nunca acontecerá, ou não será bem-sucedida.

 

Não obstante, 81% dos portugueses defendem que as ZER são uma medida necessária para resolver o problema da qualidade do ar, mas 59% referem que é ineficaz no combate à poluição.



Falta de conhecimento é transversal a todos os países 

O princípio e a aplicação das ZER variam muito de país para país. Por exemplo, a zona de Lisboa está dividida em duas, com uma norma mínima Euro 2 e uma norma mínima Euro 3. Em relação ao âmbito do estudo, apenas 4 dos 16 países “ouvidos” ainda não tinham criado uma ZER: a China (existe apenas para veículos pesados de mercadorias), os EUA (dispõem de zona de teste em Santa Monica, na Califórnia), a Turquia e o México (os projetos estão em discussão). Nos restantes, existe pelo menos uma Zona de Emissões Reduzidas.

 

Apesar de 7 em cada 10 pessoas terem conhecimento da existência das ZER, apenas um terço sabe exatamente do que se trata. Atualmente, a maioria dos países europeus, em especial os que possuem ZER eficazes, destacam-se por terem o maior número de condutores com conhecimento exato da sua existência, os casos de Alemanha, Bélgica, Itália e França, com resultados de 50% ou próximos disso.



Paralelamente, 6 em cada 10 pessoas inquiridas em todos os países acreditam que as ZER são uma solução para os problemas atuais. Uma percentagem quase idêntica de condutores considera que compreende o que é proibido e o que é permitido (55%). No entanto, esta medida é considerada injusta para os agregados familiares com baixos rendimentos por 8 em cada 10, o que sublinha uma vez mais a importância do critério financeiro quando se trata de automóveis. Além disso, 7 em cada 10 pessoas consideram o calendário de implementação das medidas demasiado apertado.

 

Quanto às ZER existentes em cada país, no geral, apenas 4 em cada 10 afirmam que estão presentes no seu país e 1 em cada 2 automobilistas não sabe se serão introduzidas. Em metade dos países deste estudo, a percentagem de pessoas que admitem não saber ultrapassa mesmo os 50%. Consequentemente, a maioria dos inquiridos neste estudo (55%) está confiante de que o seu veículo poderá circular dentro das ZER.

 

O estudo teve em conta as respostas de 15.000 pessoas entrevistadas "online" em 16 países de diferentes continentes: Alemanha, Áustria, Bélgica, China, Espanha, EUA, França, Holanda, Itália, Japão, México, Noruega, Polónia, Portugal, Reino Unido e Turquia.


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