A maior fabricante europeia de motos, a KTM, anunciou que vai dar início a um processo de reestruturação voluntária para tentar evitar a falência, encontrando-se em situação financeira bastante delicada. Com mais de 5000 funcionários, a marca austríaca procura encontrar soluções para se manter em atividade.
A KTM, que passou de 160 empregados e um volume de produção de 6000 motos em 1992 para uma capacidade de até 1000 unidades por dia, enfrenta agora tempos difíceis, anunciando o início de um processo de reestruturação jurídica para assegurar o seu futuro. O pedido voluntário será apresentado na sexta-feira, 29 de novembro, com o objetivo de concluir o processo no prazo de 90 dias.
O CEO da KTM, Stefan Pierer, e o Co-CEO, Gottfried Neumeister, fizeram o anúncio perante os mais de 5000 funcionários da empresa, revelando um plano abrangente para enfrentar os atuais problemas financeiros da companhia que, no plano desportivo, conta ainda com participações de relevo no MotoGP e no Dakar.
"A marca KTM é o trabalho da minha vida e vou lutar por ela."
Em comunicado, Stefan Pierer, CEO da KTM AG, explica que, “nas últimas três décadas, crescemos e tornámo-nos no maior fabricante de motociclos da Europa. Inspiramos milhões de motociclistas em todo o mundo com os nossos produtos. Agora estamos a fazer uma paragem nas boxes para o futuro. A marca KTM é o trabalho da minha vida e vou lutar por ela”.
No entanto, essa luta promete ser bastante complicada, já que a companhia-mãe da KTM, a Pierer Mobility AG, indicou também em necessidade que “as necessidades de financiamento da KTM AG ascendem atualmente a um montante elevado de três dígitos. Atualmente, a direção da empresa não prevê que seja possível obter atempadamente o financiamento intercalar necessário”.
O processo de reestruturação “oferece a possibilidade de continuar a gerir os ativos sob supervisão e de reorganizar o Grupo KTM de forma independente”, enquanto se procura “acordar um plano de reorganização com os credores no prazo de 90 dias. O redimensionamento do grupo deverá não só garantir a continuidade do Grupo KTM a longo prazo, mas também criar a base para sair fortalecido do processo”.
A Pierer Mobility AG revela, ainda, que este “processo de reestruturação resultará em perdas potenciais adicionais, por exemplo, devido a despesas não recorrentes, tais como amortizações necessárias (por exemplo, para custos de desenvolvimento capitalizados) e custos para reduções de pessoal, bem como a diminuição dos custos fixos devido à redução do desempenho operacional e outros custos decorrentes do processo de reestruturação”.
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