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Foto do escritorPedro Junceiro

Hispano Suiza em Portugal

Atualizado: 31 de out.

A conceituada marca espanhola de hiperdesportivos apresentou-se em Portugal com o Carmen Boulogne como “cartão de visita” para uma companhia que, num segmento de luxo, procura oferecer uma experiência completa aos seus clientes. A sublinhar a exclusividade da marca, associada à C. Santos VP no nosso país, apenas 24 unidades serão produzidas dos novos modelos, cada um com um custo superior a dois milhões de euros (sem impostos).



Nascida como uma das primeiras marcas automóveis de luxo do mundo, a Hispano Suiza regressa agora à alta roda da indústria automóvel precisamente com o objetivo definido de oferecer automóveis únicos e exclusivos, mas também uma experiência de compra e de personalização extremamente reservada para que cada um dos seus 24 novos automóveis seja especial.

 

Ao apresentar-se em Portugal, onde estará ligada à C. Santos VP, a Hispano Suiza destaca, precisamente, a sua faceta exclusiva e de alta tecnologia, com automóveis 100% elétricos e dotados de sistemas de ponta, desenvolvidos por uma equipa de engenharia com provas dadas na competição automóvel, seja naquelas mais convencionais, seja nas mais modernas. A este respeito, grande parte dos engenheiros da marca sediada junto ao traçado de Barcelona, em Montmelò, fizeram parte da formação de Carlos Sainz na Extreme E.



Sergio Martínez Campos, CEO da Hispano Suiza, aponta essa competência tecnológica da marca para o desenvolvimento dos novos Carmen, Carmen Boulogne e Carmen Sagrera, três conceitos distintos de supercarros, enaltecendo que é também uma forma de fixar o talento espanhol no país e evitar que rume a outras paragens. Um dos exemplos é o das baterias, cujas células são fornecidas pela LG, mas a montagem das mesmas é feita internamente pela Hispano Suiza, com a marca a ter ainda um software avançado que lhe permite gerir o estado das baterias e, caso exista necessidade, proceder à reparação de módulos isolados.

 

Se essa é uma das mais-valias da marca, Martínez Campos aponta ainda o facto de a Hispano Suiza ser “mais do que uma marca de automóveis – é claro que têm de ser muito bons, excelentes –, mas aquilo que nós oferecemos é toda uma experiência de acompanhamento na personalização, com a visita à fábrica, ver a montagem do carro e, também poder estar com a família fundadora. Que outra marca é que permite isso? Queremos dar aos clientes o prazer de pertencer a algo único”.



Herança do passado 

Essa mesma ligação ao passado está presente na fase moderna da Hispano Suiza, marca que teve um período de hiato entre 1946 e 2018. Embora fundada em 1904 pelo espanhol Damián Mateu e pelo suíço Marc Birkigt (as suas nacionalidades são a razão para o nome da marca), a companhia viria a ser nacionalizada em 1946, com os seus bens a serem vendidos ao Instituto Nacional de Industria (INI) que, por sua vez, deu origem à ENASA, ao abrigo da qual foram produzidos veículos de marca Pegaso. Os fundadores, no entanto, conseguiram manter o nome da empresa.

 

Entre 1904 e 1946, atravessadas duas guerras mundiais, uma pandemia e uma depressão económica, a Hispano Suiza manteve, no entanto, grande vigor, com a produção de mais de 12 mil automóveis e 27 modelos (o Carmen é o 28º), além de uma outra particularidade, a de ter produzido mais de 50 mil motores para aviões. Na atualidade, estão catalogadas cerca de 1500 unidades de automóveis clássicos pelo mundo inteiro.


 O Carmen foi o primeiro automóvel após “renascimento” da marca

 

Quanto aos modelos atuais, o Carmen foi o primeiro automóvel do “renascimento”, com dois motores elétricos e potência combinada de 1010 cv (750 kW) para 1700 kg de peso, enquanto o Carmen Boulogne ganhou dois motores elétricos suplementares para uma potência combinada de 1115 cv (819 kW) e impressionantes 1600 Nm de binário. Mais recentemente, a marca catalã lançou ainda o Carmen Sagrera, mais focado na utilização em pista e com idêntica potência.



Clássicos reinterpretados 

Ao olhar para o passado, a marca catalã quis fazer também a ligação ao presente com o Carmen a ser inspirado no Dubonnet Xenia, um modelo único que se encontra atualmente Museu de Los Angeles. A inspiração repercute-se não só nas linhas, mas também na própria filosofia da Hispano Suiza.

 

“Temos o objetivo de fazer automóveis altamente exclusivos, mas com uma visão contemporânea. Renascemos elétricos porque queríamos dar uma face moderna à companhia, mas com uma elevada componente artesanal”, acrescenta o CEO da marca. “Não fazemos modelos em série, produzimos sob encomenda e por medida. Toda a nossa equipa venceu provas de Extreme E, pelo que dizemos que passamos a tecnologia da pista para a estrada”. 



 O regresso da marca à “vida”, em 2019, faz-se também como resposta a um desejo da família fundadora, que desejou voltar a ver os Hispano Suiza na estrada, como noutros tempos. Para tal, o investimento total pertence também ao Grupo Peralada, liderado pelos irmãos Javier, Miguel e Isabel Suqué Mateu, descendentes da família original, e que tem negócios em várias áreas, desde a de produção e distribuição de vinhos à da cultura e lazer, com hotéis, casinos, eventos gastronómicos e de outros géneros. As receitas de 2023 ascenderam a um total de 786 milhões de euros.



Plataforma versátil 

Os três primeiros automóveis do relançamento (Carmen, Carmen Boulogne e Carmen Sagrera) são 100% elétricos e prometem prestações de topo, com recurso igualmente a materiais de alto nível, como a fibra de carbono. Cada unidade leva cerca de 12 meses até estar concluída, tendo sido já produzidas quatro das 24 previstas. Com a homologação já concluída nos Estados Unidos da América, onde os primeiros veículos já foram entregues, a marca ultima também o processo de homologação na Europa, tendo já cumprido positivamente 33 dos 34 exigidos – falta apenas o das emissões poluentes, o que deverá cumprir sem qualquer problema, atendendo ao tipo de veículo em questão.

 

Porém, Sergio Martínez Campos garante-nos que a Hispano Suiza não está “fechada” no seu dogma elétrico e que os próximos automóveis – que estarão na mesma categoria de exclusividade – poderão ser híbridos. “Sempre quisemos fazer um hipercarro e algo de diferente. Se tivéssemos um carro com motor de combustão, era mais um. Mas a nossa plataforma permite diferentes tipos de motorização. Não estamos fechados a outros conceitos. Tudo depende do que o cliente quer”, explicou o responsável.



Visão conjunta com a C. Santos VP 

O anúncio do acordo de colaboração com a C. Santos VP para a distribuição exclusiva dos modelos da Hispano Suiza no mercado português é, para Miguel Costa, Diretor-Geral da Divisão de Automóveis de luxo da empresa portuguesa, “uma honra”.

 

“A incorporação destes extraordinários veículos na nossa carteira é uma clara aposta na excelência e na inovação. Estamos convictos de que os modelos Carmen, Carmen Boulogne e Carmen Sagrera captarão a atenção dos nossos clientes mais exigentes, que buscam a exclusividade e a sofisticação cada detalhe”, acrescentou Miguel Costa.


O Carmen Boulogne tem um custo de partida de 2.35 milhões de euros

 

Quanto a preços, o Carmen tem um custo anunciado a partir de 2.2 milhões de euros, enquanto o Carmen Boulogne tem um custo de partida de 2.35 milhões de euros. O mais exclusivo Carmen Sagrera tem um preço a partir de 2.5 milhões de euros. Todos estes valores não incluem impostos.

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