Novidade na gama da Toyota, o Hilux Hybrid recorre a sistema “mild hybrid” de 48 V para melhorar a eficiência geral, mantendo todo o carácter do modelo, sobretudo fora de estrada. Esta versão está integrada na atualização do modelo e chegará a Portugal no primeiro trimestre de 2025.
A gama Hilux tem mais uma versão, proporcionando também a entrada deste modelo carismático na era da eletrificação. Com uma reputação quase lendária de robustez e de fiabilidade, o Hilux (ou a Hilux, tratando-se de uma pick-up) tem vindo a desempenhar diversas funções nalguns dos terrenos mais exigentes do mundo, sendo incontornável quando se pensa em automóveis para ambientes mais inóspitos.
Em breve, passará a contar com a sua primeira motorização eletrificada do modelo, com recurso a um sistema “mild hybrid” de 48V de múltiplos benefícios, como o desempenho mais suave e refinado em estrada, além de níveis de ruído e de vibrações inferiores, de acordo com a Toyota. Tal é conseguido sem comprometer as capacidades todo-o-terreno da pick-up: por exemplo, a capacidade de passagem a vau em águas profundas (700 mm) ou nas suas capacidades de transporte de carga não sofrem alterações.
Sistema eletrificado
Visualmente, pouco há a destacar neste modelo, embora conte com grelha tridimensional e para-choques dianteiro específicos para a versão eletrificada. Mas é sob a chapa que se escondem as novidades, nomeadamente, no que toca ao sistema “mild hybrid”. O motor 2.8 turbodiesel (de injeção direta, turbo de bocal variável e intercooler arrefecido a água) debita 204 cv de potência às 3400 rpm e 500 Nm de binário máximo entre as 1600 e as 2800 rpm. Para reduzir as emissões poluentes, inclui filtro de partículas, tecnologia de Redução Catalítica Seletiva e injeção adicional de ureia.
Em comum com outros modelos Hilux, o Hybrid 48 V é compatível com gasóleo HVO100, um combustível não fóssil produzido a partir de fontes 100% renováveis.
A assistência eletrificada é proporcionada pelo novo motor-gerador elétrico (unidade síncrona de ímanes permanentes), alimentado por uma bateria de iões de lítio de 48V e um conversor DC-DC. Quando carregada, a bateria híbrida pode fornecer até 12 kW adicionais de potência e 65 Nm de binário ao motor térmico em aceleração. Os novos componentes, concebidos para integração simples na estrutura geral do veículo, suportam o tipo de condições de funcionamento adversas que a Hilux irá provavelmente encontrar, como a capacidade de passagem a vau de 700 mm.
A bateria híbrida de iões de lítio de 48V tem 13 células e uma capacidade de 4,3Ah, beneficiando da tecnologia de recuperação de energia para ser recarregada em andamento. Com um peso de apenas 7,6 kg, é também suficientemente compacta para ser colocada por baixo dos bancos traseiros, com um impacto mínimo no espaço do habitáculo. Tanto a bateria híbrida como o conversor DC-DC de baixo perfil estão protegidos contra a entrada de água.
Um tensor de dois braços fornece a tensão da correia necessária para o motor-gerador elétrico. Este foi concebido para ser utilizado em veículos comerciais a gasóleo e para suportar as exigências da condução em estradas irregulares. Contribui igualmente para assegurar uma melhor resposta em termos de aceleração e um desempenho em termos de ruído e vibrações equivalente ao dos veículos de passageiros com motor a gasolina. A atuação do sistema start-stop também é melhorada, tornando-se mais discreta, além de ter ainda uma redução de 20% no regime de ralenti do motor, de 720 rpm para 600 rpm.
O estado de funcionamento do motor-gerador é indicado no ecrã digital do painel de instrumentos com uma leitura que mostra “CHG” (acrónimo para “Charge”, ou seja, regeneração de energia), “ECO” (assistência elétrica) e “PWR” (acrónimo para “Power”, ou seja, assistência elétrica).
Novas capacidades fora de estrada
Esta variante eletrificada da Hilux estreia a tecnologia “Multi-Terrain Select”, o qual ajusta os parâmetros do chassis, como o controlo eletrónico de tração, a suspensão e a pressão dos travões - para melhorar a tração, a maneabilidade e a estabilidade em diferentes condições de condução.
Estreia da tecnologia “Multi-Terrain Select”
Existem seis configurações: “Areia”, “Lama”, “Rocha”, “Terra”, “Neve” e “Auto”, com este último a ser a recorrer aos sensores à volta do veículo para avaliar as condições da estrada, aplicando de seguida as definições de controlo adequadas. Os modos “Areia”, “Lama”, “Rocha” e “Auto” podem ser ativados quando a Hilux está em (baixa) velocidade L4.
De resto, a Hilux Hybrid 48 V mantém as medidas generosas, com 5325 mm de comprimento, 1855 mm/1900 mm de largura e 1865 mm de altura, sendo vendida em Portugal apenas em variante de cabina dupla, com caixa de carga de 1555 mm de comprimento e capacidade de carga útil até uma tonelada e capacidade de reboque até 3000 kg.
Tal como as versões de motor convencional, possui arquitetura de carroçaria sobre um chassis estrutural. As molas de lâminas resistentes e os amortecedores duplos da suspensão traseira asseguram robustez fora de estrada e maior conforto em estrada, com a Toyota a perspetivar níveis de refinamento de condução semelhantes aos de um SUV tradicional. As credenciais de robustez e de versatilidade são apoiadas pela distância ao solo de 310 mm e ângulos de aproximação e de saída de 29 e 26 graus, respetivamente.
Melhoria tecnológica
Na conectividade, esta Hilux “mild hybrid” inclui melhorias no equipamento, como o sistema “Toyota Smart Connect” e um conjunto áudio premium JBL composto por nove altifalantes.
No que diz respeito ao sistema “Toyota Smart Connect”, este comporta uma melhoria na utilização e na funcionalidade, com recurso à navegação com base na “cloud” para planeamento de viagem eficiente, auxiliado por informações de trânsito atualizadas ao minuto. O sistema também inclui um assistente de voz para operação mãos-livres de chamadas de telemóvel e funções áudio. A integração de smartphones é possível através do Apple CarPlay (sem fios) e do Android Auto (com fios).
A aplicação para smartphone “MyToyota” permite ao proprietário operar remotamente determinadas funções do veículo – trancar/destrancar as portas e utilizar o sistema de ar condicionado para aquecer ou arrefecer o habitáculo antes de uma viagem. A aplicação também fornece dados sobre o veículo e pode ser utilizada para agendar e lembrar serviços.
Na segurança, também há novidades, estando equipada com a mais recente formulação do “Toyota Safety Sense”, que inclui um sistema de Pré-Colisão melhorado para detetar melhor os peões à noite, os ciclistas durante o dia e os veículos em sentido contrário ou os peões nos cruzamentos quando em curva. Quando tais perigos são detetados, o sistema emite alertas sonoros e visuais antes de aplicar a força de travagem, se necessário. Outros itens incluídos são o cruise control adaptativo com reconhecimento de sinais de trânsito (que pode ajustar a velocidade de acordo com as alterações no limite de velocidade) e o controlo automático das luzes de máximos durante a condução noturna.
Gama remodelada
Em termos de gama, esta Hilux Hybrid 48 V será lançada no primeiro trimestre de 2025 na versão de cabina dupla com o nível de equipamento Invincible, sendo produzida na África do Sul. Tal como a restante gama Hilux, esta versão também dispõe de garantia até dez anos ou 200.000 km para maior tranquilidade do proprietário, desde que a manutenção seja efetuada sempre na rede da Toyota a nível nacional.
Analisando o segmento das pick-ups em Portugal, a Hilux é líder destacada, com os dados de vendas entre janeiro e junho a indicarem 710 unidades vendidas do modelo da Toyota, representando 44,54% do total deste segmento (para referência, a Isuzu D-Max é a segunda, com 410 registos em igual período). Os responsáveis da marca salientam que as vendas nacionais têm como maior clientela o setor frotista e profissional, embora seja também usada em grande medida para lazer.
A Toyota adianta que as vendas da Hilux com caixa automática têm registado uma tendência crescente, razão pela qual a motorização 2.4 D de 150 cv passará a ser vendida apenas com este tipo de transmissão em Portugal. Essa motorização disponibiliza ainda 400 Nm de binário, acelerando dos 0 aos 100 km/h em 12,8 segundos. Por seu turno, a motorização 2.8 D debita 204 cv, 500 Nm e acelera dos 0 aos 100 km/h em 10,7 segundos.
A Hilux atualizada passará a contar com um novo sistema de infoentretenimento conectado nas versões Trial, Tracker, Invincible e GR Sport II, melhorando as suas competências, além de um conjunto de assistentes de segurança mais completo, o “Toyota Safety Sense”.
Outra novidade relevante é a versão GR Sport II, exclusivamente com o motor 2.8 D, com design diferenciado por nova grelha e para-choques dianteiro, vias mais largas, jantes de 17 polegadas específicas, spoiler e cobertura de caixa de carga de série. No interior, o modelo destaca-se pelos bancos desportivos com revestimento em pele e Alcantara pretos (pespontos em cinza), pedais desportivos, cintos de segurança em vermelho e novos acabamentos no habitáculo.
Nota que a gama da Hilux continua a ser dividida entre versões de trabalho (motor 2.4 D 4x2 ou 4x4), chassis (2.4 D 4x4) e de lazer (2.4 D 4x4, 2.8 D 4x4 e 2.8 D Hybrid 48 V).
Preços
Quanto a preços (com IVA incluído), as versões de trabalho começam nos 38.370€ para a variante de caixa metálica 4x2, com a variante de cabina extra e caixa metálica a ter um custo de 41.970€ (3L). Nas versões de lazer, os preços arrancam nos 45.180€ da Hilux Trial (3L), passando pelos 47.300€ da variante Tracker (3L), ao passo que a nova motorização Hybrid Invincible terá um custo de 60.110€ (3L). A versão topo de gama GR Sport II (3L) terá um custo de 61.110€. As variantes 5L terá um custo superior de 53.990€, 54.510€, 68.690€ e 69.690€, respetivamente.
As primeiras unidades a chegar ao mercado são as Trial e Tracker, enquanto as versões GR Sport II e MHEV só no início de 2025.
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