Executivo governamental não é contra a decisão da Brisa de substituir cada vez mais portageiros por máquinas de pagamento automático, desde que a concessionária de autoestradas assegure a continuidade da possibilidade de pagamento em dinheiro das taxas de portagem.
Com um plano de modernização em curso para os próximos anos, a Brisa poderá vir a substituir mais portageiros por métodos de pagamento automatizado, reforçando um cenário que já tem sido visto num passado recente. Essa é uma das diretrizes da sua estratégia até ao final deste década, numa medida que levanta algumas questões de cariz social para sindicatos e forças políticas.
Em resposta a uma interpelação do PCP, que compara essa estratégia da Brisa a um plano para o despedimento de mais funcionários, o Governo indicou que não vê qualquer incumprimento aos contratos de concessão em vigor desde que sejam mantidas formas de pagamento em dinheiro e em cartão.
De acordo com informações avançadas pelo Jornal de Notícias (notícia exclusiva a assinantes), o gabinete do ministério das Infraestruturas e da Habitação (MIH) clarificou a questão e garantiu que não se opõe à substituição dos portageiros por meios de pagamento automáticos desde que persistam as alternativas de pagamento em dinheiro com a possibilidade de assistência através de um sistema por voz.
“Ora, a evolução que vem ocorrendo desde há anos, com a introdução dos equipamentos designados por “EToll” – em que o utente, na presença de uma máquina de pagamento eletrónico, pode pagar a sua portagem com dinheiro ou cartão, e pode eventualmente solicitar assistência/atendimento, que é prestada a partir de um “call center”, que acompanha o utente a partir de um sistema de voz e de uma câmara instalada no local – é precisamente a substituição progressiva dos portageiros por este tipo de equipamentos”, lê-se em resposta publicada no site do Parlamento.
“Dado que a solução técnica em causa não incumpre o disposto contratual - garantir sempre a possibilidade de ocorrer no local um ato de pagamento manual –, não se julga haver nesta altura razão para qualquer medida específica a ser tomada pelo Concedente. O MIH continuará a acompanhar toda a política de modernização do setor e o necessário equilíbrio entre a qualidade do serviço prestado e a segurança de utentes e trabalhadores”, acrescenta a mesma resposta.
Em declarações ao JN, Henrique Pulido, diretor de Recursos Humanos da Brisa, explicou que a cobrança de portagens é cada vez mais automatizada, mas nega a ideia de que a companhia esteja a promover algum despedimento coletivo.
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