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Foto do escritorPedro Junceiro

Ghosn: fusão Honda-Nissan beneficia apenas a primeira

Atualizado: 26 de dez. de 2024

Antigo homem-forte da Aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn criticou abertamente a decisão tomada por Honda e Nissan de avançarem para uma fusão, considerando que a segunda marca será subjugada tanto pelas decisões como pelos interesses da primeira.



Outrora uma das grandes figuras da indústria automóvel ao liderar a Aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn está agora arredado dos “holofotes” depois de ter sido preso no Japão e acusado de desvio de fundos da marca e de fraude fiscal.

 

Porém, o ex-executivo, agora residindo no Líbano após fuga à justiça japonesa, observa com apreensão as notícias recentes de que a Honda e a Nissan pretendem avançar para uma fusão até agosto de 2026, adiantando em declarações à estação americana CNBC que a Nissan será vítima de destruição caso tal aconteça mesmo.


"Vão ser vítimas de uma carnificina", antecipa Carlos Ghosn, comentando o futuro da Nissan após a fusão com a Honda

 

“Penso, sem sombra de dúvidas, que a Honda vai estar no lugar do condutor, o que é muito triste de ver, depois de ter liderado a Nissan durante 19 anos e ter trazido a Nissan para a vanguarda da indústria, ver que vão ser vítimas de uma carnificina, porque há uma duplicação total entre a Nissan e a Honda”, referiu Ghosn ao programa ‘Squawk Box Europe’ da CNBC.


Isto porque, explica Ghosn, “não existe praticamente nenhuma complementaridade aqui, o que quer dizer que se quiserem criar sinergias será talvez através da redução de custos, da duplicação de planos, da duplicação de tecnologia e sabemos exatamente quem vai pagar o preço disso. Vai ser o parceiro menor e vai ser a Nissan”.



Garantindo que a complementaridade entre a Renault e a Nissan era maior no tempo em que atuou como CEO da Aliança, Ghosn deu a sua visão de que “a Nissan está em modo de pânico, à procura de alguém que os salve desta situação porque são incapazes de gerar a solução por si mesmos”.

 

Note-se que, após muita especulação, a Honda e a Nissan confirmaram mesmo que assinaram um memorando de entendimento para uma fusão entre as duas marcas, com o potencial de criar o terceiro maior construtor automóvel a nível mundial. A Nissan tem estado em sérias dificuldades financeiras, tendo revelado um plano de reestruturação que inclui o despedimento de mais de 9000 trabalhadores em todo o mundo, cortes salariais e a revisão de toda a sua gama.

 

Esperando-se a conclusão deste processo de fusão com a Honda para agosto de 2026, será nesta data que as ações da nova companhia – ainda sem nome ou estrutura, sendo ainda uma fase embrionária – serão listadas na Bolsa da Valores de Tóquio. A Mitsubishi poderá vir a formar parte nesta fusão, embora a marca dos “três diamantes” não tenha ainda anunciado a sua decisão.

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