Marca conhecida pelos seus automóveis desportivos, a Abarth está a fazer o seu caminho para a eletrificação, desafiando as opiniões dos entusiastas mais tradicionais do motor de combustão. Gaetano Thorel, responsável pelas operações europeias da Fiat e da Abarth, aponta que a identidade irreverente e desportiva da Abarth não se altera e que o preço dos desportivos elétricos até começa a estar num patamar semelhante.
Na fase em que está iminente a chegada ao mercado do novo Abarth 600e como o seu modelo de produção mais potente de sempre, a marca italiana do “escorpião” prossegue a sua filosofia de desenvolver automóveis capazes de entusiasmar e de desafiar as convenções, mesmo que tenha ainda pela frente muitos adeptos críticos dessa transição.
O 600e, que terá versões de 240 cv e de 280 cv (Scorpionissima), é visto como um passo em frente em matéria de desportivos compactos, com uma abordagem mais extrema que tira partido, inclusive, da experiência acumulada na competição, graças à participação da Stellantis Motorsport no processo de desenvolvimento.
É também com este modelo, o segundo elétrico a ser lançado pela Abarth depois do 500e, que Gaetano Thorel, responsável pelas operações europeias da Fiat e da Abarth, acredita que está dado o mote para que mesmo os defensores dos motores de combustão encontrem um automóvel divertido de conduzir que os faça, igualmente, mudar a página.
No evento de apresentação do 600e, que teve lugar em Balocco, Itália, Thorel recordou a importância do momento atual, com a Abarth a comemorar o seu 75º aniversário, e a dar continuidade à sua estratégia de lançamentos sem emissões. Dizendo que ainda tem visto muitas críticas e até agressividade quanto à decisão de se converter à eletrificação, Gaetano Thorel afirmou que o 600e vem responder a questões fundamentais para os clientes da marca, como as prestações de alto nível, o desempenho do chassis apurado e, não menos importante, a questão do preço, que começa a encontrar a sua paridade com os desportivos de combustão interna.
Sobre as críticas lidas e ouvidas nas redes sociais, Thorel respondeu que, “na Abarth, não queremos converter ninguém, mas queremos dialogar com os nossos clientes e aprender com eles e dar-lhes a conhecer também os nossos automóveis novos”.
“A Abarth continua fiel à sua missão de oferecer paixão e até um pouco de desobediência aos condutores e queremos que os seguidores da Abarth continuem a confiar na marca. Para isso, vamos convidar os clubes da marca para lhes mostrar a evolução destes carros novos e demonstrar que são os melhores Abarth de sempre”, adicionou.
O peso do preço e das restrições
Para aquele responsável, os preços dos elétricos desportivos começam a ser um fator a ter em conta no momento de comprar um modelo deste género e o 600e vai precisamente nesse sentido. “Os preços europeus deste carro começam nos 45.000€, alinhando-se com as variantes desportivas a combustão do mesmo segmento. Nos desportivos, os elétricos não são necessariamente mais caros do que os modelos de combustão”, adiantou.
Mas, também indicou que existe um outro fator a ter em conta num futuro que poderá não estar muito longínquo, uma vez que, mesmo que os modelos elétricos tenham hoje uma depreciação elevada no mercado de segunda mão, a entrada em vigor de restrições de entrada a veículos com motor de combustão no centro de muitas cidades irá inverter o cenário a favor dos modelos sem emissões.
“A partir de agora qualquer autarquia que bloqueie a entrada de veículos a combustão irá fazer os carros de combustão desvalorizar muito mais depressa do que os elétricos, pelo menos em perspetiva”, considerou.
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