O Fiesta encontra-se "fora de cena” e o Focus está na fase final da carreira, mas a Ford não quer abandonar as categorias dos subcompactos e dos compactos. Prova-o, por exemplo, o investimento no desenvolvimento de plataforma nova para elétricos pequenos (logo, mais acessíveis) que permitam ampliar a gama da marca norte-americana.
A trabalhar atualmente numa nova geração de automóveis elétricos (na Europa com o Explorer e o Capri a serem os mais recentes exemplos), a Ford também ambiciona regressar a um segmento no qual deu cartas durante décadas, o dos utilitários compactos, do qual se retirou com o ponto final na produção do Fiesta.
O diretor-geral da divisão de elétricos da Ford, Marin Gjaja, revelou que está a ser pensada uma geração nova de modelos elétricos com dimensões compactas e preços acessíveis.
No entanto, o diretor-geral da Model E, a divisão de elétricos da Ford, Marin Gjaja, revelou ao "site" da revista britânica Autocar que está a ser pensada uma nova geração de modelos elétricos compactos e acessíveis que impulsionem a estratégia de eletrificação da marca, mas também vá ao encontro dos desejos dos clientes europeus.
Para o efeito, está a ser desenvolvida uma nova plataforma (com a particularidade de o projeto estar a ser liderado por um ex-engenheiro da Tesla, Alan Clarke), que poderá dar origem a "sucessores espirituais" do Fiesta (na imagem) e do Puma, mas também do Focus, caso pretendam subir de segmento.
“Passamos atualmente muito tempo a nível corporativo a discutir a acessibilidade de preços. Sabemos que temos de o fazer e que é um músculo que temos de fortalecer com o tempo”, diz o diretor-geral da Model E.
“Se olharem para a nossa gama global, neste momento não temos muita oferta no segmento mais barato. A chave, para nós, é ser acessível, diferenciado e rentável. Estivemos muito tempo nessa categoria, ora ganhando dinheiro, ora perdendo. A questão é: como é que se compete neste segmento, sobretudo quando se tem um local de produção de muito baixo custo como a China a 'bombear' veículos acessíveis?”, disse Gjaja, só depois revelando que a Ford, nos EUA, está a trabalhar numa plataforma nova para automóveis acessíveis que poderão, também, comercializar-se na Europa.
"A chave para nós é ser acessível, diferenciado e rentável".
De acordo com a Autocar, um dos modelos a surgir com base nessa plataforma deverá ser o sucessor do Puma (considerando já que o atual modelo terá uma versão elétrica ainda este ano), com quaisquer outros modelos a serem ainda apenas hipotéticos. O primeiro carro produzido com base na arquitetura nova será lançado apenas em 2026 ou 2027 e, primeiramente, nos EUA.
“O nosso sentido é de que a adoção dos elétricos será baseada em veículos mais pequenos. É aí que vão ver a maior aceleração, no grupo que é mais sensível aos custos com combustíveis – habitualmente, quanto mais acessível o veículo, mais o condutor é focado nos custos”.
Neste sentido, tanto a plataforma, como os novos veículos daí resultantes terão como objetivo principal a eficiência – de custos e de utilização, não sendo de descartar a opção por conceitos tecnológicos menos dispendiosos, como as baterias de fosfato de ferro-lítio (LFP), cuja durabilidade é também um fator a seu favor.
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