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Foto do escritorPedro Junceiro

Fiat 600e RED

A Fiat amplia a gama de automóveis elétricos com o 600e RED, um compacto posicionado acima do 500e e com mais espaço para as pequenas famílias e que também não esquece as causas sociais.


Apresentando-se como uma versão mais familiar do 500e, do qual retira inspiração em termos de desenho, o novo 600e – aqui denominado  600e RED devido à parceria com a (RED), que combate a desigualdade no tratamento de doenças como a SIDA – vem reforçar o posicionamento da Fiat no segmento B, no qual conta com um passado virtuoso, com nomes como o Punto ainda na memória.


Por enquanto apenas disponível em versão elétrica

 

Por enquanto apenas disponível em versão elétrica, o novo 600e tem no visual um dos seus maiores atributos, graças a linhas inspiradas no 500e, embora com alguns detalhes que também “piscam o olho” ao universo dos crossovers, como as proteções das cavas das rodas para maior robustez. A tonalidade vermelha remete para a tal cooperação com a (RED), mas a marca disponibiliza outras duas cores – branco e preto. Aqui, procura-se a simplicidade. A mesma cor é aplicada nos elementos de design dos bancos em tecido reciclado, onde o padrão de revestimento apresenta a palavra “FIAT” em repetição, e no elemento decorativo lacado presente no tablier.



Na frente, destaque para a grelha protuberante com a inscrição “600” e para os grupos óticos ovais, enquanto a traseira sobressai pelo vidro traseiro de grandes dimensões que facilita a visibilidade, pelos farolins estilizados e por mais uma representação gráfica “600” no para-choques, acompanhada pela bandeira italiana. As jantes de base são de 16 polegadas e, no caso da edição RED mais sustentável e acessível, são agraciadas com embelezadores, o que… já é estranho.

 

Acolhedor por dentro

A bordo, o 600e demonstra virtudes na simplicidade e na ergonomia, sendo modelo bem pensado para utilização diária, valendo-se de boa quantidade de espaços de arrumação, como é o caso da área coberta por elemento dobrável magnético na consola central, numa solução replicada do Jeep Avenger. Sem grande surpresa, os materiais utilizados no tablier e nos painéis das portas são maioritariamente plásticos duros, embora se destaque a qualidade percetível na construção e ainda o tal elemento em vermelho no tablier para dar maior vivacidade a um interior que se mostra acolhedor em termos de espaço.



Com 4,18 m de comprimento, o 600e oferece habitabilidade correta, com bancos traseiros cómodos e espaço adequado para dois adultos, desde que não superem o 1,85 m de altura. Já o ângulo de abertura das portas peca por ser escasso, dificultando a entrada e a saída. A bagageira de 360 litros está na média do que o segmento oferece.

 

Do lado da tecnologia, a Fiat não faz concessões e surge bem equipado, com painel de instrumentos digital de 7,0” de grafismo simples (variável de acordo com o modo de condução) e ecrã central de 10,25” com sistema de infoentretenimento rápido no manuseamento, conexão sem fios a Apple CarPlay e Android Auto e serviços conectados que permitem acompanhar o estado do veículo, por exemplo. Existem ainda entradas USB-A e C na área de arrumação coberta. Entre os detalhes curiosos está a representação gráfica da cidade de Turim na área de pouso do smartphone (tal como no 500e), logo abaixo dos comandos físicos de ar condicionado.



Cumpridor sem rasgos

Ao recorrer a sistema motriz utilizado noutros modelos do grupo Stellantis, o 600e apresenta assim um motor elétrico de 156 cv (115 kW) e 260 Nm, o que lhe permite evidenciar um desempenho eclético e eficaz, sobressaindo pela facilidade com que ganha ritmo, tanto em cidade, como fora dela. As prestações variam de acordo com o modo de condução escolhido, sendo mais intensas no modo Sport, ao passo que o modo Eco limita a potência para incrementar a eficiência, o que faz variar de forma evidente a intensidade das respostas de acordo com o momento. Todavia, em situação alguma demonstra falta de energia, sobressaindo ao invés pela descontração e facilidade de condução.


A bateria com 54 kWh de capacidade permite uma autonomia homologada de até 400 km

 

A bateria com 54 kWh de capacidade (“apenas” 51 kWh úteis) permite uma autonomia homologada de até 400 km (com o modo Eco a disponibilizar mais uma dezena de km), um valor que se assume como exequível quando se conduz maioritariamente em ambientes citadinos ou envolventes.



A média de 100 km do ensaio traduziu-se num valor de 13,7 kWh/100 km, claramente positivo, mas o ritmo de autoestrada é mais penalizador em termos de autonomia (a 120 km/h, a autonomia decai substancialmente). Nota para o carregamento de 100 kW em postos rápidos, repondo até 80% do estado de carga em 27 minutos, e para a eficácia da regeneração “B” selecionável a partir dos botões de condução na consola central (os quais nem sempre permitem rapidez nas manobras).


Em linha com o espírito de condução descontraída que os 156 cv permitem, o 600e revela comportamento vincadamente orientado para o conforto, com amortecimento suave e perdulário em mau piso, enquanto a direção é leve em trajetos urbanos. Sem rasgos particulares de emotividade na condução, vale a pena notar que este Fiat cumpre perfeitamente com uma tónica segura e prática, mostrando também pisar seguro e agilidade apreciável na cidade.



Relação preço/equipamento

Embora num segmento cada vez mais em expansão, o 600e assume-se como um concorrente muito sério, nomeadamente, pela sua componente estética que lhe valerá muitos olhares em linha com o conceito do 500. O aspeto gracioso e a habitabilidade são argumentos importantes, mas também o é o facto de ter um preço contido nesta versão 600e RED – 36.350€ – com lista de equipamento de muito completa, nomeadamente em termos de tecnologia e de comodidades (Cruise Control, sensores traseiros, faróis LED ou Keyless-Go), destoando apenas a escolha de jantes de 16” com embelezadores.


A competência em termos de prestações e a suavidade são outras das suas virtudes, mesmo que a autonomia em autoestrada possa ser demasiado variável. Enfim, uma prova de que a Fiat quer ser eticamente positiva, não só pela parceria com a (RED), organizada estabelecida em 2021 com a missão de ser “boa para as pessoas e boa para o planeta”.



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