Sexto elemento da “família” de superdesportivos icónicos iniciada com o GTO, em 1984, por isso sucedendo, igualmente, a F40, F50, Enzo e LaFerrari, este “cavallino rampante” com motorização V6 híbrida, com 1200 cv, é o automóvel mais potente na história do fabricante de Maranello! A produção está limitada a 799 exemplares e encontra-se toda vendida. Preço: 3,6 a 4 milhões de euros, dependendo do nível de personalização!
A Ferrari, em exclusivo para Portugal, “abriu-nos as portas” da fábrica-fortaleza de Maranello e, no moderno “e-building”, unidade construída para a produção da geração nova de “cavallinos rampantes”, incluindo do supereléctrico com apresentação prevista para 2025, surpreendeu-nos com a estreia mundial do F80, o descendente de GTO (1984), F40 (1987), F50 (1995), Enzo (2002) e LaFerrari (2013). O “rival” número um é o McLaren W1, hiperdesportivo que sucede a F1 e P1, também tem sistema híbrido e supera o concorrente italiano na potência (1275 cv)!
Este sexto membro da família de automóveis icónicos do fabricante italiano conta com muitas tecnologias derivadas, diretamente, dos SF-24, os monolugares com que a Scuderia Ferrari compete na Fórmula 1, e dos 499P que aceleram no Mundial de Resistência (WEC), sob o comando da AF Corse, equipa com que venceram as 24 Horas de Le Mans em 2023 e 2024. Explica-se, assim, o facto mais impactante do F80: é o automóvel homologado para estrada mais potente na história de marca que comemora os 80 anos da adoção do nome atual em 2025, facto que explica a designação do modelo. A motorização híbrida com V6 3.0 biturbo e três máquinas elétricas rende 1200 cv e permite arranque 0 a 100 km/h em 2,15 segundos e uma velocidade máxima de 350 km/h (limitada)!
O F80 apresentasse-nos como a referência nova da Ferrari em termos de excelência técnica e inovação tecnológica, tanto mais que todos os componentes essenciais do hiperdesportivo foram desenvolvidos e são fabricados internamente, incluindo baterias e motores elétricos. A produção encontra-se limitada a 799 exemplares, todos já vendidos, anunciando-se um preço entre os 3,6 e os 4 milhões de euros/unidade, dependendo da personalização de automóvel que tem o início de entregas aos clientes programado apenas para o quarto trimestre do próximo ano.
Bancos assimétricos
A Ferrari, neste F80 desenhado no Centro Stile liderado por Flavio Manzoni, demonstra-nos a dimensão do significado da excelência absoluta num supercarro equipado com mecânica de combustão interna e as tecnologias mais modernas, nomeadamente o sistema híbrido! O fabricante de Maranello desenvolveu arquitetura orientada para o desempenho, empenhando-se na otimização tanto do chassis produzido com alumínio, fibra de carbono e titânio como da aerodinâmica (ativa). Esta abordagem extrema explica o recurso a uma suspensão ativa desenvolvida em colaboração com a Multimatic, empresa canadiana que também colaborou com a Ferrari no programa Purosangue. Assim, garante-se, dispõe-se de máquina tão competente no circuito como na estrada, conduzindo nos limites ou de forma mais descontraída.
Combinando-se estas características, explicaram-nos os responsáveis da Ferrari, o automóvel utilizar-se-á muito mais regularmente. O F80, no “cockpit”, também é diferenciado, por privilegiar o condutor e apresentar a configuração de monolugar, mesmo se o automóvel está homologado para duas pessoas. A marca apresenta-o como “1+”, devido ao posicionamento assimétrico das “bacquets”. Esta solução diminui a largura e, assim, mais eficiência aerodinâmica e menos peso.
A escolha do grupo motopropulsor seguiu o mesmo princípio dos supercarros antecessores. GTO e F40 tinham motores V8 turbo, como os Fórmula 1 da década de 1980. Hoje, na categoria-rainha dos desportos motorizados e no WEC, utilizam-se V6 turbo em combinação com máquinas elétricas. Assim, sem surpresa, encontramos sistema híbrido no hiperdesportivo novo, que também tem primeiro turbo elétrico (e-turbo) da Ferrari – graças ao motor elétrico arrumado entre cada turbina e o compressor, potência específica elevada (300 cv/litro) e resposta imediata a baixa rotação.
Três modos de condução
O V6 tem 900 cv e o sistema híbrido formado pelo eixo dianteiro com dois motores elétricos mais a máquina do módulo MGU-K mobilizam outros 300 cv – o segundo atua como motor de arranque da mecânica de combustão, recupera energia para recarregar a bateria de alta tensão e gera suplemento de binário em determinadas condições dinâmicas (potência máxima de 70 kW na fase regenerativa, 60 kW para apoiar a mecânica de 3 litros). O F80, no volante, tem o eManettino para a escolha dos programas de condução já conhecido dos Ferrari sistemas híbridos Plug-In. O sistema tem três modos (Hybrid, Performance e Qualify), dispensando-se o eDrive disponível no SF90 Stradale e no 296 GTB por não poder ativar-se qualquer função 100% elétrica neste hiperdesportivo. A caixa é a interpretação mais recente da F1, com embraiagem dupla (DCT), 8 velocidades e função manual ativada em patilhas no volante de forma sequencial.
A aerodinâmica desempenha um papel fundamental no F80, que tem um “spoiler” móvel (ativo) e um extrator na traseira, e um triplano e um “S-Duct” na dianteira. O conjunto gera 1050 kg de força descendente vertical a 250 km/h! O desempenho é reforçado por uma suspensão ativa diretamente envolvida no desenvolvimento do efeito de solo, um eixo dianteiro elétrico que permite a tração às quatro rodas para maximizar a utilização do binário e da potência do sistema híbrido de propulsão, e a tecnologia CCM-R Plus dos travões desenvolvidas com a Brembo também deriva da competição automóvel (100-0 km/h em 28 metros, anuncia-se). Finalmente, no Ferrari com desenho que antecipa a próxima geração de desportivos do fabricante italiano, pneus Michelin “à medida” e jantes de 20’’ (dianteiras) e 21’’ (traseiras).
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