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Elétricos interessam aos europeus, conclui estudo

Atualizado: 20 de ago.

Seja por corte de incentivos, por falta de infraestrutura ou devido aos preços elevados da tecnologia, o automóvel elétrico ainda não conquistou o mercado europeu. Porém, segundo um estudo recentemente realizado, os condutores parecem interessados em fazer a transição a curto/médio prazo.



Um relatório recentemente divulgado concluiu que uma percentagem significativa dos condutores europeus aprova a chegada do automóvel elétrico e que estes veem com bons olhos a troca do seu veículo atual, a combustão, por um elétrico.


Apesar das recentes notícias relativas ao abrandamento das vendas de automóveis elétricos em alguns dos principais mercados europeus – motivado, por exemplo, pelo fim de incentivos à sua compra, por dificuldades de carregamento ou pelos custos elevados de aquisição – os resultados de um estudo realizado em doze países da União Europeia pelo Observatório Europeu dos Combustíveis Alternativos dizem que cerca de um terço dos condutores europeus estão dispostos a mudar para um veículo elétrico nos próximos cinco anos. A longo prazo, a proporção de pessoas disposta a fazer a transição sobe para metade.


Um terço dos condutores europeus estão dispostos a mudar para um veículo elétrico nos próximos cinco anos.

O estudo considerou atuais condutores de elétricos, bem como condutores de automóveis a combustão, mas os resultados conjuntos permitiram concluir que os europeus são, no geral, a favor da mobilidade elétrica.



Elétricos? São mais os “sim” do que os “talvez” e “não” somados

Os resultados permitiram igualmente identificar variações de atitude de país para país. Na Bélgica, por exemplo, somente 22% dos inquiridos disseram que tencionam adquirir um veículo elétrico nos próximos cinco anos. Acrescem 10% que pretendem adquirir um veículo elétrico dentro de cinco a dez anos e outros 12% que pretendem adquirir um veículo elétrico, no entanto, sem um prazo definido. Comparando com França, 33% dos condutores de veículos não elétricos inquiridos pretendem adquirir um veículo elétrico nos próximos cinco anos, 8% pretendem fazê-lo dentro de cinco a dez anos e apenas 6% mostram intenção de o fazer, sem ter, no entanto, um prazo estabelecido para tal. Em Itália, a percentagem total de condutores de veículos a combustão dispostos a trocá-lo por um puramente elétrico é, talvez de forma inesperada, superior aos 44% e 47% registados, respetivamente, na Bélgica e em França, atingindo os 65%. Em Espanha, a proporção atinge mesmo os 70%.


O relatório refere ainda que 57% dos condutores de automóveis térmicos inquiridos estão dispostos a trocá-los por elétricos a curto, médio ou longo prazo.

Cerca de 18% revela estar indeciso e 25% excluem totalmente essa hipótese. Considerando que o horizonte temporal para a compra de um elétrico se centra nos próximos cinco anos, um terço dos inquiridos europeus afirma ainda estar a ponderar essa hipótese. De acordo com os resultados agora divulgados, 29% dos condutores de viaturas a combustão já estão “familiarizados” ou “muito familiarizados” com a tecnologia dos automóveis elétricos, enquanto cerca de 37% se descreve como “interessado nos automóveis elétricos a bateria”. Porém, os números relativos à Alemanha diferem ligeiramente, uma vez que a percentagem de pessoas que estão a considerar comprar um elétrico a bateria dentro de cinco anos é superior (37%) à média dos doze países da União Europeia analisados. No entanto, a familiaridade com os veículos elétricos (30%) e o interesse (36%) são tão bons como a média.



Condutor europeu quer elétricos a 20.000 euros

Dos inquiridos alemães, franceses e dos Países Baixos, 29% excluem a possibilidade de vir a ter um automóvel elétrico no futuro, um valor que é ligeiramente superior à média dos doze países envolvidos na análise. Na Bélgica e no Luxemburgo, a percentagem sobre para 35%. Em Itália, por outro lado, apenas 19% dos condutores de veículos não elétricos inquiridos excluem a possibilidade de ter um automóvel elétrico no futuro.


O relatório chegou igualmente à conclusão de que 20.000 euros é o preço médio que os condutores europeus estão dispostos a pagar por um elétrico a bateria.

No que diz respeito às vantagens dos elétricos, os inquiridos referem fatores como serem considerados menos prejudiciais para o ambiente, mas reconhecem que a maior desvantagem são mesmo os custos de aquisição. O relatório chegou igualmente à conclusão de que 20.000 euros é o preço médio que os condutores europeus estão dispostos a pagar por um elétrico a bateria, seja novo ou usado. Este valor é ainda superior ao que estão dispostos a gastar, em média, num veículo com motor de combustão (15.000 euros). Já em países como a Alemanha, os consumidores estão mesmo dispostos a chegar aos 25.000 euros. Na Hungria, as pessoas estão dispostas a gastar um máximo de 5.000 euros num veículo térmico novo ou usado e até 10.000 euros num modelo elétrico a bateria novo ou usado.



Autonomia continua a ser prioridade na escolha de um elétrico

No que à autonomia diz respeito, a maior parte dos condutores inquiridos gostaria de ter mais de 500 quilómetros (47%) disponíveis numa carga de bateria e cerca de 34% refere um valor entre 300 e 500 quilómetros como adequado. Entre os atuais condutores de elétricos, 84% confirma que a autonomia disponível no seu veículo é sempre ou quase sempre suficiente. Apenas 6% dos condutores europeus de elétricos a bateria afirmaram ter uma autonomia de até 200 quilómetros, 41% entre 201 e 400 quilómetros e 53% mais de 401 quilómetros.


Em termos de carregamento, o local mais utilizado para o efetuar é uma estação no domicílio

Em termos de carregamento, o local mais utilizado para o efetuar é uma estação no domicílio (55% dos inquiridos, diariamente ou várias vezes por semana). Se for considerado o carregamento através de uma tomada doméstica, este número sobe para 80%. As estações públicas de carregamento normal ou rápido - 18% e 10% respetivamente - são utilizadas com menos frequência, também diariamente ou várias vezes por semana.



Embora a Alemanha seja um dos países onde os condutores estão mais satisfeitos com a autonomia dos seus elétricos (cerca de 93%), este é também o país incluído no estudo onde a percentagem de carregadores domésticos é mais baixa, cerca de 47%. Por outro lado, o carregamento no local de trabalho é mais popular (27%) do que a média dos países (20%), cenário que se prolonga, por exemplo, à Bélgica. Já na Dinamarca, a situação é inversa, uma vez que 78% dos utilizadores de viaturas elétricas carregam em casa através de uma wallbox e outros 35% ligam o seu elétrico a uma tomada doméstica convencional. Cerca de 38% faz o carregamento no seu local de trabalho. Também em Itália, 54% dos inquiridos recorrem a uma wallbox em casa e 25% utilizam uma tomada doméstica.


Cerca de um terço das pessoas disse que nunca teve de esperar numa estação de carregamento

Ainda no que ao carregamento diz respeito, cerca de um terço das pessoas disse que nunca teve de esperar numa estação de carregamento, optando por seguir viagem até à próxima no caso da sua primeira escolha estar ocupada. E quando em viagem além-fronteiras, 60% dos participantes no estudo designam a experiência no estrangeiro como “fácil” ou “muito fácil”.



Incentivos à compra são bem-vindos. Tecnologia V2G também

Outras conclusões interessantes do estudo referem que 96% dos condutores europeus usam os seus elétricos todos os dias ou várias vezes por semana. Quase três quartos dos veículos elétricos dos inquiridos são novos e 69% das viaturas são particulares. Um em cada cinco é alugado e um em cada dez é um veículo cedido pela empresa.


Apenas 44% dos inquiridos sabe o que é a tecnologia V2G – Vehicle to Grid, mas 68% demonstram interesse nessa funcionalidade. A Alemanha é o país onde a percentagem de elétricos novos é significativamente superior à média europeia, mas a proporção de veículos adquiridos é inferior. Quer o leasing, quer o número de viaturas profissionais são mais relevantes.



A maior parte dos participantes no estudo refere que os subsídios para a compra de veículos elétricos são o incentivo mais eficaz para a transição, mas assumem as suas dúvidas perante o receio que sentem pela potencial falta de soluções de carregamento AC e DC, levando-os a não dar, para já, o passo final para a mobilidade elétrica.


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