BMW promete mais prazer de condução

Sem previsões de passagem à produção, o BMW Vision Driving Experience foi criado unicamente com a intenção de testar motores e sistemas dinâmicos de condução para os automóveis “Neue Klasse” que irão surgir em breve com foco na mobilidade elétrica. Este protótipo será revelado em pleno no Salão Automóvel de Xangai, na China (23 de abril a 2 de maio).

Com a passagem para os automóveis elétricos a trazer consigo novos desafios em termos de dinâmica de condução, a BMW produziu um “laboratório rolante” para ensaiar a tecnologia de gestão das motorizações e a dinâmica de condução desenvolvida especialmente para os veículos “Neue Klasse”, referida pela BMW como “Coração da Alegria” (“Heart of Joy”).

Denominado Vision Driving Experience, este protótipo tem sido testado no Centro de Condução Desportiva da BMW em Spartanburg, nos Estados Unidos da América (EUA), com os ensinamentos obtidos neste modelo a serem aplicados, futuramente, nos modelos “Neue Klasse” de nova geração.

 De acordo com a BMW, o primeiro modelo elétrico “Neue Klasse” de altura mais alta começará a ser produzido no final deste ano, em Debrecen, na Hungria, onde os preparativos para tal também decorrem a bom ritmo (as unidades de pré-produção já começaram a sair das linhas de montagem).

O conceito “Heart of Joy” procura acrescentar incutir o elemento de prazer de condução nos automóveis vindouros da BMW, os quais a marca alemã indica que terão, assim, quatro caraterísticas fundamentais: elétrica, digital, circular e prazer de condução.

Eletrónica essencial 

A capacidade de processamento da unidade eletrónica central dos modelos com conceito “Heart of Joy” será dez vezes mais rápida do que a de modelos do passado. Essa unidade de controlo irá abarcar o motor, travões, recarga, recuperação e funções de direção, trabalhando em conjunto com o “software” BMW Dynamic Performance Control para controlo e precisão de condução melhorada.

A unidade de controlo foi desenvolvida internamente com base na experiência acumulada pelos engenheiros da BMW ao longo dos anos, sendo que, no caso do concept Vision Driving Vehicle tem como objetivo encontrar os limites do prazer de condução, conforme definido pela marca alemã. Com o sistema motriz a desenvolver 18.000 Nm de binário, o raciocínio por detrás disto é que, se o sistema de controlo consegue lidar com uma explosão de potência desta magnitude, será capaz de lidar facilmente com as exigências da condução diária.

Além disso, os efeitos de recuperação de energia em travagem foram muito melhorados, com funções de controlo dinâmicas protegidas por vários pedidos de patente. A unidade de alto desempenho controla a aceleração e a travagem, a estabilização do veículo, as funções de direção dinâmica e a gestão do carregamento. Em contraste, os sistemas convencionais têm algoritmos de controlo separados para o sistema de tração e os travões.

No controlo de trajetórias, a BMW garante que este sistema exige menos entradas de controlo (“inputs”, em inglês) para manter uma trajetória precisa e estável, logo, mais intuitivo e suave.

Essa unidade de controlo será um dos quatro “super-cérebros” totalmente novos (computadores de alto desempenho) que combinam de forma inteligente vários elementos que anteriormente funcionavam separadamente. Outros três super-cérebros são responsáveis por caraterísticas que incluem a condução automatizada e altamente automatizada, o infoentretenimento e funções básicas como o controlo da climatização e os sistemas de melhoria do conforto, o acesso ao veículo e a iluminação interior e exterior.

Visualmente, também é possível ver como todo este processo está a decorrer. A marca desenvolveu códigos de cor para as diferentes fases de atuação do sistema, deixando-se ver através das jantes – verde para a aceleração, regeneração em azul e laranja para a travagem por fricção.

“O ‘Heart of Joy’ permite-nos levar o prazer de condução não só para o nível seguinte, mas para um nível superior”, afirma Frank Weber, membro do Conselho de Administração da BMW AG, responsável pelo Desenvolvimento. “Além disso, estamos a aumentar ainda mais a eficiência e, por conseguinte, a autonomia, uma vez que, no futuro, o condutor irá travar quase exclusivamente utilizando a regeneração de energia. Isto é a ‘Dinâmica Eficiente’ ao quadrado”, completou.