Tudo muda no SUV topo da gama, que dá continuidade à estratégia de eletrificação da marca com três motorizações “zero emissões” – a autonomia máxima estimada é de até 600 km. Considere-se, ainda, a versatilidade dos 7 lugares!
A Peugeot, após o lançamento do 3008 (e respetivas versões E-3008), prossegue a “empreitada” da eletrificação com o novo 5008 (e o primeiro E-5008), utilizando uma estratégia bem mais evidente de partilha de identidade – algo menos óbvio na geração anterior –, mas com focos muito distintos, desde logo pela adoção de uma carroçaria maior pensada para as famílias numerosas, como provam os 7 lugares a bordo.
A apresentação do E-5008 antes do 5008 com mecânicas térmicas segue a preferência estratégica concedida aos modelos sem motor de combustão por parte da Peugeot, marca que está empenhada em liderar a eletrificação do automóvel na Europa. Atualmente, conta já com uma gama ampla de soluções com a tecnologia, entre veículos de passageiros e comerciais (12). Este modelo consolida essa estratégia.
O “design” como imagem de marca
O primeiro aspeto a salientar do desenho do novo SUV francês é a sua similitude com o E-3008, nomeadamente, na dianteira. Algo que é perfeitamente assumido pelos responsáveis da Peugeot, que estimam “cerca de 60%” de partes em comum entre os dois modelos. O desenho da dianteira, por exemplo, é revelador dessa aproximação, sendo praticamente igual à do E-3008.
A marca justifica com as respostas que teve na geração precedente do modelo, em que muitos clientes do 5008 ‘pediam’ a mesma abordagem estilística do mais compacto 3008, bem como o mesmo desenho interior. Mas, o E-5008 exibe grandes diferenças a partir do pilar B para trás, tornando-se mais alto e comprido para comportar a sua real missão – a de ser um transportador de famílias mais numerosas.
Voltando a apostar na ideia de “Allure”, em que o “design” serve para surpreender e conquistar, o desenho demarca-se por detalhes como a linha de tejadilho a incorporar um elemento contrastante que termina na base do pilar C para indicar o espaço a bordo ou a dianteira com a grelha moderna de aspeto tridimensional com o logótipo no centro e que será também adotada por todos os novos modelos da marca. A assinatura luminosa acompanha a grelha dianteira e é parte fundamental para a imagem da Peugeot com as suas três garras. Na traseira, com uma imagem mais vertical, sobressaem os farolins em posição horizontal para conferir ideia de maior largura.
Com 4,79 m de comprimento, 1,89 m de largura, 1,69 m de altura e 2,89 m de distância entre eixos, houve a preocupação de incrementar o espaço a bordo para os passageiros (pensando nalgumas soluções novas), mas também o do espaço da bagageira, sobretudo quando os sete lugares estão erigidos. Neste caso, os 259 litros permitem um pouco mais de versatilidade, com os responsáveis da Peugeot a recordarem que “é sempre estranho ter-se um carro para famílias, mas não ter espaço para as suas bagagens”.
Uma solução prática, por exemplo, é o de existir um alçapão mais fundo sob o piso que se estende para debaixo dos bancos da terceira fila, no qual se podem esconder os cabos de carregamento ou outros objetos mais pequenos. Esse alçapão (cerca de 50 litros) não está disponível na versão elétrica de dois motores (AWD), devido à necessidade de incorporar o segundo motor elétrico na secção traseira. Com os cinco lugares erigidos, a capacidade da bagageira é de 748 litros, enquanto o seu rebatimento permite ficar com um total de dois metros de comprimento para objetos mais longos. No caso do rebatimento das duas últimas filas de bancos, a capacidade da área da bagageira ascende a 1815 litros.
A base para este novo modelo é a plataforma STLA Medium, a mesma do E-3008, apresentada aqui na sua variante mais longa (apresenta-nos o limite da arquitetura em termos de dimensões).
Interior “tecno-requintado”
A bordo, a marca segue também os princípios gerais do novo E-3008, num modelo de aparência chique, mas também muito tecnológico com a adoção de particularidades como o i-Cockpit na sua nova geração ou de um efeito “lounge” graças aos materiais escolhidos (muito refinados e também a pensar na sustentabilidade) e espaço a pensar nas grandes famílias. As superfícies texturizadas dominam uma grande parte do habitáculo (inspiradas no tema da exploração espacial), com a iluminação ambiente personalizável a ter também um papel importante para oferecer um interior acolhedor (a par do tejadilho panorâmico). O volante destaca-se por ter dimensões compactas e novos comandos integrados.
No que diz respeito ao sistema i-Cockpit, o ecrã panorâmico (flutuante e ligeiramente curvado) de 21’’ divide-se entre a área destinada à instrumentação (com efeito tridimensional) e a de controlo do sistema de infoentretenimento de alta resolução que permite acessos multifacetado às aplicações online, tecnologia de inteligência artificial ChatGPT ou navegação conectada, além de permitir também a personalização dos botões “i-toggles” com as funções mais utilizadas por parte do condutor. Os comandos por voz ativados a partir da frase “Ok Peugeot” também permitem interagir com o veículo e com os sistemas. Na versão GT, o Peugeot i-Connect Advanced é de série, permitindo navegação conectada TomTom com função de planeamento de viagem. Para sublinhar a vertente de conforto e de refinamento, o E-5008 conta com bancos Confort e ar condicionado de três zonas, não faltando, ainda, opções como os bancos climatizados (aquecidos e ventilados).
Quanto à versatilidade, este novo SUV destaca-se pela configuração de 3 filas, com 3 lugares na segunda e 2 na terceira, não faltando um sistema “Easy Access” (acesso simplificado) para entrar ou sair desses bancos, que são individuais e até úteis para utilização por parte de adultos até 1,70 m de altura. A segunda fila pode ser movimentada longitudinalmente em 150 mm (na proporção 60:40), o que também permite jogar com o espaço livre para os ocupantes da terceira fila ou na bagageira.
Eletrificar para reinar
Na Peugeot já não se fala em versões de motor de combustão “puras” e a prioridade é dada à eletrificação, pelo que a gama, sabe-se já, terá predominância de versões elétricas a bateria. Como apontou Gaetan Demoulin, diretor de produto da nova família 5008, a marca aponta a “clientes atentos à questão estética, tecnológica e funcional, mas também com um formato distinto e dinâmico, sendo que o outro benefício para os clientes é o das emissões zero”.
Neste sentido, serão três as ofertas elétricas em 2025. O ponto de partida é a Electric 210 com motor dianteiro de 157 kW/210 cv e 345 Nm e bateria com 73 kWh de capacidade (pesa 520 kg) para uma autonomia estimada em ciclo combinado WLTP de 502 km. Esta versão, com uma tara de 2218 kg (a única que se conhece nesta fase), acelera dos 0 aos 100 km/h em 9,7 segundos e atinge 170 km/h.
Também com base nesta arquitetura de motor único dianteiro, mas com potência acrescida para os 170 kW/230 cv (e 343 Nm de binário), existe uma versão com bateria de 98 kWh de capacidade (o peso do acumulador é de 574 kg), sendo este o modelo “long range” com autonomia prevista de até 660 km.
Ainda no conjunto das opções sem emissões poluentes, a versão Dual Motor com 2 motores elétricos terá uma potência combinada de 240 kW/320 cv (157 kW/210 cv do motor dianteiro mais 83 kW/110 cv do motor), em combinação com a bateria de 73 kWh de capacidade, para uma autonomia estimada de até 500 km.
Ainda sem consumos energéticos oficiais, a Peugeot aponta para um valor preliminar com base nos seus próprios testes de 14,6 kWh/100 km.
Todas as versões elétricas surgem de série com carregador de bordo de 11 kW, havendo um de 22 kW em opção para tornar os carregamentos na rede de corrente alternada mais rápidos. Nos postos de corrente contínua, admite-se 160 kW de potência máxima. Quanto a tempos de espera, apenas são conhecidos dados da versão com motor único e bateria com 73 kWh: numa “wallbox” de 7,4 kW leva 7 horas a carregar de 20 a 80% do estado de carga, encurtando esse tempo para 4h30 no caso de ser ligado a uma “wallbox” de 11 kW. Num posto de carga rápida, é preciso esperar 30 minutos.
Mas, além das versões elétricas, o 5008 também estará disponível com versões eletrificadas em dois conceitos que mantêm o motor de combustão como parte integrante. A versão de base será a Hybrid 136 E-DSC6, sistema MHEV de 48V que conjuga um motor 1.2 PureTech a gasolina com um motor elétrico para redução dos consumos (5,7 l/100 km). A potência total desta versão é de 136 cv. Anuncia-se 0 a 100 km/h em 11,3 segundos. Por fim, a marca também apresentou uma versão híbrida Plug-In (PHEV) com 195 cv e caixa automática E-DSC7, sobre a qual não revelou detalhes, desconhecendo-se, por exemplo, o motor de combustão utilizado.
Dois níveis de equipamento
Para simplificar a gama e o leque de opções, a Peugeot lança o E-5008 com dois níveis de equipamento, Allure e GT. De série, desde a versão de base, jantes de 19’’, câmara traseira, dois monitores de 10”, entre outros itens. No modelo de topo, jantes de 20”, faróis com tecnologia Pixel LED, i-Cockpit panorâmico de 21” ou tampa da bagageira com abertura elétrica, entre outros. O GT demarca-se ainda pela utilização de acabamentos em alumínio real sensação de maior qualidade ou de Alcantara para os bancos com padrão especial.
O equipamento de segurança apresenta-se reforçado, com o E-5008 a receber o sistema Drive Assist Plus 2.0 que utiliza todos os sensores do veículo (câmaras, radar, etc.) e as informações do sistema de navegação conectado. Inclui controlo de velocidade de cruzeiro adaptativo com função Stop & Go e mudança de faixa semiautomática a partir de indicação dada pelo condutor.
A abertura de encomendas está prevista para o final do segundo trimestre, com a chegada ao mercado a decorrer apenas no final do terceiro trimestre, mas não com todas as versões. Primeiro, chegam o elétrico de 210 cv com bateria de 73 kWh, o Hybrid de 136 cv e o Plug-in de 195 cv. Só em 2025 chegam os outros elétricos, ou seja, os AWD e o Long Range.
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