A terceira etapa do Dakar de 2025 trouxe dificuldades para os líderes das principais categorias. Nos Autos, Henk Lategan (Toyota Gazoo Racing) perdeu mais de sete minutos para os seus perseguidores, enquanto nas Motos foi Daniel Sanders (KTM) a perder quase toda a vantagem que já levava na geral. Entre os portugueses, nota para o quinto posto da dupla João Ferreira/Filipe Palmeiro (X-raid Mini).
Após a etapa “maratona” do Dakar de 2025, disputado na Arábia Saudita, uma vez mais, a etapa seguinte acabou por adensar a luta no topo da classificação nas duas principais categorias, tanto nos automóveis (Ultimate), como nas motos (Rally GP), com os respetivos líderes a terem prestações menos boas na tirada entre Bicha e Al Henakiyah.
O jovem sul-africano Saood Variawa triunfou na etapa 3
Nos Autos, o triunfo ficou com o jovem sul-africano Saood Variawa, ao volante de um Toyota Hilux IMT Evo da Toyota Gazoo Racing, batendo os Mini JCW da X-raid de Guerlain Chicherit e Guillaume de Mévius por 23 e 45 segundos, respetivamente. A etapa foi bastante discutida com várias mudanças de posições entre os primeiros, acabando por ser Variawa a sair-se melhor. Entre os primeiros ficou também a dupla João Ferreira/Filipe Palmeiro, também num Mini da X-raid, terminado a etapa com o quinto posto, a 3.15 m do vencedor.
Já o líder da classificação geral, Henk Lategan (Toyota Gazoo Racing) perdeu 7.31 m, fazendo o 11.º tempo da especial, eliminando alguma da vantagem que detinha, sobretudo para Nasser Al-Attiyah (Dakar Sandriders), que foi o sexto mais rápido, perdendo 3.34 m para Variawa. Bem pior foi o dia para outro piloto da Dacia, com Sébastien Loeb a capotar e a perder imenso tempo na especial (mais de uma hora), praticamente terminando aqui todas as suas aspirações a um resultado entre os primeiros.
Lategan segurou o comando, tendo agora 7.17 m de vantagem sobre Al-Attiyah
Na geral, então, Lategan segurou o comando, tendo agora 7.17 m de vantagem sobre Al-Attiyah, ao passo que no terceiro posto está agora o surpreendente Mattias Ekström, com a Ford Ranger da M-Sport a 9.34 m da frente. Yazeed Al Rajhi (Overdrive Racing) desceu para quarto, estando a 11.45 m do líder da Toyota. Já a dupla Ferreira/Palmeiro sobe ao nono lugar, sendo os melhores da equipa X-raid, a 32.07 m de Lategan.
Guerreiro mais longe nos Challenger
Na categoria Challenger, Nicolás Cavigliasso (Team BBR) venceu a tirada com 14 segundos de vantagem sobre Paul Spierings (Team Rebellion & Spierings), com Yasir Seaidan (Team BBR) a ficar logo atrás, apenas um segundo mais lento do que Spierings. Gonçalo Guerreiro, com o brasileiro Cadu Sachs como navegador (Red Bull Off-Road Jr Team USA) terminou com o sétimo tempo, gastando mais 13.09 m do que o vencedor, ficando à frente da dupla Luís Portela Morais e David Megre (G Rally Team), que demorou mais 13.14 m a cumprir a especial.
Cavigliasso ampliou substancialmente a sua vantagem sobre Gonçalo Guerreiro
Na classificação geral, Cavigliasso ampliou substancialmente a sua vantagem sobre Gonçalo Guerreiro, cifrando-se agora em 19.29 m, sendo que Luís Portela Morais está na sétima posição, fruto de uma prestação muito consistente desta dupla.
Os demais pilotos portugueses da classe Challenger ainda não chegaram ao final da especial.
Nos SSV, Francisco “Chaleco” Lopes (Can-Am Factory Team) venceu pela primeira vez uma tirada na edição do Dakar em 2025, com o chileno a bater Xavier de Soultrait (Sébastien Loeb Racing) por 3.47 m e Brock Heger (Sébastien Loeb Racing) por 4.12 m. Alexandre Pinto, navegado por Bernardo Oliveira (Old Friends Rally Team) fez o quarto tempo, a 13.32 m da frente. A dupla João Dias/Gonçalo Reis (Santag), que na etapa “maratona” encontrou grandes problemas, terminou esta classificativa no nono lugar, imediatamente à frente de outra dupla portuguesa, composta por João Monteiro/Nuno Morais (South Racing Can-Am).
Nos SSV Alexandre Pinto está no terceiro lugar, já a 1h12.34 m do líder
Na classificação geral dos SSV, Soultrait mantém o comando, com 5.39 m de vantagem sobre o seu colega de equipa, Heger, enquanto Alexandre Pinto está no terceiro lugar, já a 1h12.34 m do líder, mas também com uma diferença muito confortável para quem segue atrás, já que “Chaleco” Lopez está a mais de uma hora e meia de distância. Monteiro e Morais estão em 13.º lugar, a 5h47.28 m, enquanto a dupla Dias/Reis está no 19.º lugar, mas a quase 40 horas de distância, fruto dos azares da “maratona”.
A estreia de Santolino
Nas Motos, o dia será de comemorações para Lorenzo Santolino e para a Sherco, com o “motard” espanhol a garantir o seu primeiro triunfo no Dakar, terminando a terceira etapa 1.21 m na frente de Bradley Cox (BAS World KTM Racing Team). Trata-se do sexto triunfo da Sherco nesta prova, mas é apenas a primeira desde a edição de 2019, quando Mickael Metge levou a melhor numa tirada, então ainda na América do Sul.
Ricky Brabec (Honda) ficou com o terceiro melhor tempo, levando mais 4.01 m do que Santolino a cumprir a especial, ao passo que Skyler Howes (Honda) ficou pouco atrás, com mais 4.10 m do que o vencedor do dia.
No entanto, para Daniel Sanders (KTM), vencedor de todas as etapas até aqui, o dia esteve longe de ser positivo, já que o australiano não foi além do 23.º tempo, perdendo 14.49 m para Santolino. Com este resultado, manteve a liderança da prova na geral, mas perdeu muita da sua vantagem. Sanders tem agora apenas 1.57 m de vantagem sobre Howes, com Ross Branch (Hero) logo atrás, a 2.05 m. Anima-se, assim, a luta pelo comando do Dakar nas duas rodas.
Quanto aos portugueses, Rui Gonçalves (Sherco) teve uma boa prestação na terceira etapa, terminando em 15.º lugar, levando mais 7.36 m a cumprir a especial do que Santolino, ao passo que António Maio (Yamaha) fez o 31.º tempo, com mais 25.02 m. Bruno Santos (Husqvarna) aparece com o 44.º tempo, tendo cumprido a especial com mais 37.28 m do que o vencedor.
Na geral, Gonçalves subiu para o 19.º lugar, a 1h22.21 m de Sanders, enquanto Maio está agora na 28.ª posição, a 2h12.57 m do líder. Bruno Santos surge em 35.º, mas já quase a três horas de diferença.
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