O final da etapa “maratona” de 48 horas trouxe consigo a mudança no comando da edição de 2025 do Rali Dakar: o sul-africano Henk Lategan, da Toyota Gazoo Racing (Hilux IMT Evo, categoria T1+), assumiu o comando da classificação nos automóveis. O piloto saudita Yazeed Al-Rajhi (Overdrive Toyota), ao volante de máquina igual, venceu a tirada, enquanto o português João Ferreira foi o melhor entre os Mini JCW Rally 3.0D da equipa X-raid (14.º). Nas motos, o australiano Daniel Sanders (KTM 450 Rally Factory) está a “fugir” aos rivais.
Pela segunda vez, o Dakar contou com uma etapa “maratona” de 48 horas, ao longo da qual máquinas e pilotos foram sujeitos a enormes esforços. No final desta tirada que se estendeu por dois dias, Yazeed Al Rajhi (Overdrive Toyota) acabou por ficar com o melhor tempo, alcançando dessa forma um triunfo importante apesar de, já depois de cortar a meta, ter recebido uma penalização de dois minutos por excesso de velocidade.
Nasser Al-Attiyah (Dacia Sandriders) terminou inicialmente a especial no segundo lugar, mas também ele foi penalizado por excesso de velocidade, mas em quatro minutos, perdendo dessa forma o segundo posto da especial para Lategan (+4.16 m). Mais importante para o jovem piloto da Toyota Gazoo Racing foi o facto de ascender ao comando da classificação geral, na qual dispõe de 4.45 m de vantagem sobre Al Rajhi.
Voltando à tirada de 48 horas, Al-Attiyah ficou com o terceiro tempo após a penalização (+6.29 m), ao passo que Juan Cruz Yacopini e Rokas Baciuska, em mais dois carros da Overdrive, fizeram os quarto e quinto lugares da especial.
Após os problemas de ontem com o motor do Dacia, Sébastien Loeb efetuou uma segunda parte exemplar da etapa e, depois de ter estado mais de meia hora atrás na zona de paragem ontem, o francês retirou 13.42 m à desvantagem para o vencedor da etapa, Yazeed Al Rajhi. Na classificação geral, Loeb encontra-se a 18.56 m de Lategan. Menos sorte para Carlos Sainz, que está cada vez mais distante de repetir o brilharete de 2024. O espanhol da Ford M-Sport está já a 1:28.11 horas de Lategan, após o acidente de ontem.
A demonstrar bom ritmo está a dupla João Ferreira/Filipe Palmeiro, que acabou esta etapa de 48 horas na 14.ª posição e assumindo-se como a melhor representante da X-raid Mini, gastando mais 42.13 m do que Lategan. Na geral, os portugueses têm o “top-10” à vista, encontrando-se na 12.ª posição, a 36.23 m do comandante.
Na categoria Challenger, Nicolás Cavigliasso (Team BBR) efetuou o melhor tempo, mas também foi vítima das penalizações, recebendo mais três minutos e, com isso, deixando o triunfo na etapa para Paul Spierings (Team Rebellion & Spierings), mas por apenas 2 s. Gonçalo Guerreiro, navegado pelo brasileiro Cadu Sachs (Red Bull Off-Road Jr Team USA) continua em muito boa forma, tendo feito o 5.º tempo da tirada, com mais 6.18 m, sendo também de enaltecer o 7.º tempo da dupla Luís Portela Morais/David Megre (G Rally Team), a 41.37 m de Spierings.
Na categoria Challenger, Cavigliasso comanda. Guerreiro encontra-se a 6.20 m
Na classificação geral, Cavigliasso lidera com 6.20 m de vantagem sobre Guerreiro (Taurus T3 Max), o português melhor classificado neste rali na Arábia Saudita. Portela Morais e Megre ocupam a 8.ª posição, a 1:13.52 horas do comandante, ao passo que Porém/Sousa estão no 14º posto, mas já quase a três horas do líder.
Nos SSV, Brock Heger (Sébastien Loeb Racing) venceu a tirada e beneficiou de uma penalização de três minutos imposta a Xavier de Soultrait (Sébastien Loeb Racing), havendo uma diferença no final de 7.26 m entre ambos. Alexandre Pinto, navegado por Bernardo Oliveira (Old Friends Rally Team) continua a ter um excelente andamento e foi o terceiro da etapa, a 38m08s de Heger.
Nos SSV, a dupla portuguesa Pinto/Oliveira está na terceira posição, a 1:02.49 horas dos comandantes da categoria.
Na geral, Soultrait viu a sua vantagem sobre Heger reduzir-se para 5.14 m, ao passo que a dupla lusa Pinto/Oliveira está no 3.º lugar, a 1:02.49 horas do líder. Nesta categoria, João Monteiro e Nuno Morais (South Racing Can-Am) terminaram em 16.º (+4:00.03 h), estando em 15.º lugar na classificação, sabendo-se já que as duplas João Dias/Gonçalo Reis (Santag) e Carlos Vento/Jorge Brandão (Old Friends Rally Team) encontraram problemas e deverão encontrar-se fora de prova. Já nos camiões, Paulo Fiúza, que navega Vaidotas Zala, continua nos lugares no pódio, encontrando-se o trio (conta ainda com Max Van Grol) na 3.ª posição.
Outra vez Sanders
Nas duas rodas, Daniel Sanders (KTM) alcançou mais um triunfo, o terceiro consecutivo, se contarmos com o Prólogo, o que já não acontecia na categoria desde a edição de 2017, quando Joan Barreda venceu as etapas 8, 10 e 11 (tendo a 9.º sido cancelada devido às más condições climatéricas).
Sanders venceu com 7.37 m de vantagem sobre Skyler Howes (Honda) e 7.41 m sobre Tosha Schareina, com este resultado a mexer bastante no topo da classificação geral. Assim, após a etapa “maratona” de 48 horas, Daniel Sanders parece estar a fugir na liderança, tendo agora uma vantagem de 12.36 m sobre Howes, ao passo que Ross Branch (Hero) é o 3.º, a apenas 4 s do 2.º classificado. Schareina, o 4.º, está a 8 s, pelo que a luta parece estar toda atrás de Sanders…
Mau dia para o detentor do título, Ricky Brabec (Honda), que caiu de 2.º para 5.º na categoria, estando agora a 15.09 m de Sanders.
Quanto aos portugueses, Rui Gonçalves (Sherco) voltou a ser o melhor classificado, com o 24.º tempo, gastando mais 54.44 m do que o vencedor, ao passo que António Maio (Yamaha) fez o 27.º registo, com o militar da GNR a gastar mais 1:11.16 h. Mais atrás, Bruno Santos (Husqvarna) terminou a especial de 48 horas em 36.º, com mais 1:36.22 h.
Entre as motos, Rui Gonçalves (Sherco) desceu para o 23.º lugar, encontrando-se a 1:29.34 h do comandante da categoria
Na geral, Gonçalves desceu para o 23.º lugar, estando agora a 1:29.34 h do líder, Sanders, ao passo que Maio é 31.º, já a mais de 2 horas da frente, e Bruno Santos ocupa a posição 36, a pouco menos de duas horas e meia do topo.
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