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Foto do escritorPedro Junceiro

Dakar 2025: Arranca mais uma edição do rali mais duro do mundo

Está prestes a arrancar mais uma edição do Dakar, que terá lugar uma vez mais na Arábia Saudita, com um pelotão bastante recheado de fortes candidatos ao triunfo final nas principais categorias. Nos Autos, destaque para a chegada da Dacia e da Ford M-Sport, que compensam a partida da Audi. Quanto ao contingente português, a prova de 2025 terá 26 elementos, divididos pelas diversas categorias do Dakar.



Mais do que uma prova de velocidade pura, o Dakar é uma competição de consistência e, muitas vezes, de resiliência. Que o diga Carlos Sainz, que no ano passado venceu o Dakar à geral nos Autos sem nunca triunfar numa especial de classificação. Para este ano, o piloto espanhol de 62 anos volta a ser um dos candidatos ao triunfo na categoria, mas as novidades são muitas na edição de 2025 do rali mais duro do mundo, como foi apelidado no passado.

 

Nos Autos, categoria principal, a edição de 2025 é, mesmo, de novos começos, com a chegada à competição dos Dacia Sandrider e da M-Sport Ford, com as novas Ranger. É precisamente nesta última, aproveitando a experiência já retirada no ano passado e a competência da M-Sport (que tem os Ford Puma Rally1 no Mundial de Ralis) que Sainz participa no Dakar 2025, juntamente com o espanhol Nani Roma, também ele vencedor da competição no passado, tanto nas quatro rodas (2014), como nas duas (2004).



Além desses dois pilotos, também Mattias Ekström fez a transição da Audi Sport para a M-Sport Ford, enquanto a completar o lote de pilotos oficiais desta equipa está Mitch Guthrie Jr., proveniente da categoria Challenger.

 

Além da participação mais ambiciosa da Ford, outra grande novidade assenta na chegada da Dacia e de uma equipa de pilotos bastante competente. Os Sandrider já deram uma excelente prova da sua competitividade ao vencerem o Rali de Marrocos, em outubro do ano passado, pelo que a sua expectativa para esta estreia no Dakar é muito grande.

 

Recorrendo a uma tripla de pilotos bastante experiente e rápida – Nasser Al-Arriyah, Sébastien Loeb e Cristina Gutiérrez –, a marca romena será, certamente, uma “força” a ter em conta, embora a fiabilidade seja uma incógnita, mesmo após os diversos testes ao longo do último ano e da participação competitiva em Marrocos.



No caso da Toyota, serão várias as Hilux T1 Evo presentes na partida do Dakar 2025, com a Toyota Gazoo Racing, a dispor de uma nova estrutura diretiva, a inscrever seis equipas à partida. Lucas Moraes e Seth Quintero apresentam-se como os pilotos Toyota sobre quem recaem maiores responsabilidade depois da saída de Al-Attiyah para a Dacia, mas também não é de descartar a prestação de Giniel de Villiers, um veterano, e de Henk Lategan, este último uma jovem promessa com bons indicadores já dados. Outras Hilux serão inscritas pela Overdrive Racing, com Yazeed Al Rajhi como nome mais sonante.


Português na X-raid  

Na equipa X-raid há uma aposta no Mini JCW bastante melhorado, incluindo agora uma motorização 3.0 de seis cilindros de origem BMW. Este será um dos argumentos a favor desta equipa, que contará com o regresso de Sven Quandt, depois de este ter estado integrado no esforço da Audi no Dakar. A formação conta com a experiência e velocidade de Guillaume de Mévius e Guerlain Chichérit, mas também com um reforço luso na forma de João Ferreira (navegado por Filipe Palmeiro), que tem dado excelente conta de si em edições passadas e no cenário nacional do todo-o-terreno.



Ferreira, que em 2024 terminou o Dakar no quinto lugar dos SSV depois de ter chegado a estar na luta pelo triunfo a meio da competição, reforça a X-raid e poderá ter como ambição um lugar no top 10, naquele que seria um excelente resultado para o luso.

 

Destaque, ainda para a nova aventura dos ex-vencedores das Motos, Toby Price e Sam Sunderland, que irão fazer dupla num Toyota Hilux.

 

Haverá ainda outras categorias usualmente muito disputadas, como a Challenger ou a SSV, esta última com Xavier de Soultrait a ter a oposição de Francico “Chaleco” López Contardo, tratando-se de dois nomes bem conhecidos do “off-road”.



Motos: Brabec à defesa 

Na sempre disputada categoria das Motos, a lista de inscritos contava com 136 “motards”, sendo que Ricky Brabec (Honda) é o principal candidato ao triunfo, na medida em que é o atual vencedor da prova nas duas rodas. Com Toby Price e Sam Sunderland a optarem por um novo projeto nas quatro rodas, Brabec é um de apenas dois vencedores do Dakar a competir este ano, com o outro a ser Kevin Benavides (KTM).

 

À luz das participações de anos anteriores, outros pilotos têm de ser encarados como candidatos a lugares cimeiros, como são os casos de Ross Branch (Hero), Adrien Van Beveren (Honda) ou Daniel Sanders (KTM), que venceu o Rali de Marrocos, em outubro.



Lista de portugueses 

A prova de 2025 contará, uma vez mais, com um número interessante de participantes lusos, com 17 equipas a contarem com algum elemento de nacionalidade portuguesa, num total de 26 inscritos. A participação mais sonante será a de João Ferreira que, como já foi referido, passou dos SSV para a classe principal Ultimate, aos comandos de um Mini JCW da X-raid.

 

Também nas quatro rodas, mas na classe Challenger, haverá um total de sete equipas com elementos portugueses à partida: Mário e Rui Franco (Francosport), Pedro Gonçalves e Hugo Magalhães (Franco Sport), Gonçalo Guerreiro, navegado pelo brasileiro Cadu Sachs (Red Bull Jr Team USA), Luís Portela Morais e David Megre (G Rally Team), Rui Carneiro, navegado pelo noruguês Ola Floene (G Rally Team), Ricardo Porém e Nuno Sousa (MMP) e Maria Gameiro com José Marques (X-raid).



Nos SSV, repete-se mais uma forte presença lusitana, com cinco equipas: Alexandre Pinto e Bernardo Oliveira (Old Friends Rally Team), João Monteiro e Nuno Morais (South Racing Can-Am), João Dias e Gonçalo Reis (Santag Racing), Fausto Mota, a navegar o piloto italiano Enrico Gaspari (TH-Truks Team), e Jorge Brandão, a navegar o espanhol Carlos Vento (Old Friends Rally Team). Nos Camiões, destaque para a participação de Paulo Fiúza no Iveco da equipa Skuba Team De Rooy, com Valodatas Zala e Max van Grol.


Nas duas rodas, também há esperanças lusas numa classificação entre os 20 primeiros, apesar de só estarem inscritos três pilotos portugueses: António Maio (Yamaha) repete a presença com a ambição reforçada num bom resultado, enquanto Bruno Santos (Husqvarna) vai consolidar a sua experiência no Dakar depois da estreia na edição do ano passado. Rui Gonçalves (Sherco) tem como missão situar-se em redor dos dez primeiros, algo que apenas os azares mecânicos o têm impedido. Embora corra com a licença alemã, Sebastian Buhler, luso-alemão, aponta igualmente a um lugar nos dez primeiros.



A prova

O percurso do Dakar para 2025 apresenta inúmeros destaques, incluindo a extenuante Chrono Stage de 48 horas, que testará a resistência no início da corrida, e a etapa maratona, em que as equipas têm de confiar apenas nas suas próprias capacidades e recursos para sobreviverem à noite sem assistência externa.


O rali termina em Shubaytah, a 17 de janeiro, onde um pódio comemorativo aguarda os vencedores.

 

As icónicas dunas do “Empty Quarter” regressam como peça central da segunda semana do rali, apresentando aos participantes imponentes dunas de areia e uma navegação desafiante que irá ajudar a determinar a classificação final.



No total, a prova inclui 12 etapas, com distâncias que vão desde os “curtos” 134 km da etapa cronometrada do último dia à exigente Etapa 6 de 606 km. O dia de descanso, a 10 de janeiro, oferecerá uma breve pausa, mas a intensidade recomeça imediatamente a seguir, com os concorrentes a enfrentarem as mais longas especiais cronometradas e as desafiantes dunas na segunda semana. No total, serão percorridos 7726 km, dos quais 5180 km ao cronómetro.



Participantes 

No final das verificações administrativas e técnicas, 335 veículos foram aprovados para participar na edição número 47 do Dakar, com um total de 580 pilotos, representando 52 nacionalidades. À partida para o Prólogo estão 134 motos (21 Rally GP, 113 Rally 2, incluindo 25 Original by Motul), bem como 64 carros na classe Ultimate, 2 na classe Stock, 52 na classe Challenger, 39 SSVs e 44 camiões.

 


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