Dacia prepara elétrico antichineses

Luca de Meo, administrador-delegado do Grupo Renault, confirmou a produção na Europa de citadino elétrico novo, que receberá o logotipo da Dacia e será proposto por menos de 18.000 €, de forma a posicionar-se como alternativa aos automóveis chineses com a mesma tecnologia mais baratos (Leapmotor T03 e BYD Seagull).

A Dacia modernizou o Spring (muito) recentemente, mas anuncia-se já a sucessão do citadino elétrico que a marca romena do Grupo Renault produz na China. Luca de Meo, o administrador-delegado do consórcio, confirmou-o durante conferência com analistas do setor automóvel, explicando esta decisão com a necessidade de reagir à concorrência dos fabricantes chineses, nomeadamente da BYD (Seagull) e Leapmotor (T03).

O citadino elétrico novo da Dacia será desenvolvido em tempo-recorde (apenas 16 meses!) e fabricado na Europa, para evitar as tarifas impostas pela União Europeia aos automóveis elétricos importados da China. Luca de Meo prometeu posicioná-lo abaixo dos 18.000 €, o que também já sucede que o Spring, que está à venda no mercado nacional com preços a partir de 16.900 € (sem despesas administrativas e de transporte).

Seagull e T03 ainda não estão disponíveis em Portugal, mas qualquer dos modelos será proposto por menos de 20.000 €. O sucessor do Spring, que também contará com nome novo, tem introdução comercial planeada para o segundo semestre de 2026, antecipando-se, por isso, à estreia do ID.1 anunciado pela Volkswagen para 2027 (também no caso do modelo da marca alemã, preço na ordem dos 20.000 €).

O Grupo Renault, para o citadino elétrico da Dacia, recorrerá à mesma arquitetura técnica da geração nova do Twingo (AmpR Small), citadino elétrico antecipado por protótipo exposto, em janeiro, no salão de Bruxelas. Este modelo tem arranque de produção planeado para o início de 2026, na fábrica do consórcio em Novo Mesto, Eslovénia. E, confirmando-se as expetativas, também contará com versões abaixo de 20.000 €.

Em 2024, o Spring foi o nono citadino mais vendido na Europa (21.000 exemplares, de acordo com a Dataforce) e, contabilizando só os carros com motores elétricos, apenas a Fiat 500e, com 29.000 unidades, conseguiu superá-lo.