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Dacia: o “design” como arma para manter o custo controlado

Cimentando o conceito de “value for money”, a Dacia olha para o design como uma “ferramenta” para manter o custo sob controlo. Um trabalho apurado de desenho e de conceção que dá frutos, como explicam Elisa Jarier e Julien Ferry, responsáveis da marca romena.


Dacia Logo

Custo contido pelo design: eis um dos princípios aplicados pela Dacia no processo de desenvolvimento dos seus automóveis, procurando sempre obter uma relação custo/benefício otimizada para que isso se reflita no valor a pagar pelos clientes.

 

Anteriormente vista como uma marca “low-cost”, a Dacia alterou a sua perceção com a mais recente geração de modelo, tendo hoje por objetivo ser uma marca que conquista pelo desejo e não apenas pelo custo.

Porém, que não hajam enganos: o custo contido continua a ser um dos objetivos primordiais da Dacia, que tira grande partido das sinergias do Grupo Renault no qual está inserido.

 

Isso tem-se refletido numa alta taxa de conquista de clientes que antes não eram proprietários de automóveis da companhia, situando-se nos 76%, ao passo que a taxa de lealdade à marca é igualmente elevada, sendo esta de 68%. Atualmente, a Dacia direciona os seus novos modelos a um cliente-alvo consciente em termos de preço de aquisição, custos de manutenção e, também, sustentabilidade, numa lógica de servir o consumidor através de um automóvel essencial e com tudo o que importa.


Dacia Jogger Dacia Sandero

Design inteligente 

Sob os auspícios do conceito “Design to cost”, algo que pode ser entendido como o design ao serviço do custo, os engenheiros da Dacia procuram obedecer a princípios como os de “padronizar e reutilizar”, optando por uma abordagem inteligente em que há abertura para trabalhar com os parceiros e fornecedores, buscando então soluções conjuntas para oferecer o essencial a um custo contido. Na mais recente edição das “Dacia Talks”, desta feita dedicada ao design, Elisa Jarier, responsável de Produto, e Julien Ferry, líder de Veículos Globais, explicaram os segredos e os pequenos detalhes nos quais a Dacia consegue fazer a diferença, salientando ambos que a procura pela poupança e pelo essencial é feito logo no processo de desenho.

 

Um dos exemplos mais concretos é o do sistema de infoentretenimento. O mais básico (“Media Control”) recorre ao smartphone do condutor como elemento central, tendo uma inserção mais cuidada nos modelos, como é visto nos novos Duster e Spring, mas com interface melhorada para ser mais intuitivo de utilizar.

Porém, é no sistema “Media Display”, o mais completo, que esse esforço ganha maior visibilidade. O ecrã de grandes dimensões tem agarrado o módulo eletrónico completo, mas com o trabalho efetuado em parceria com a fornecedora a permitir reduzir o tamanho da CPU e de todos os componentes necessários. Como é pequeno, o próprio sistema de distribuição do ar condicionado é compacto, numa medida que também contém o custo.



Brincar com os detalhes 

Outra dimensão na qual as poupanças de custos são obtidas de forma fácil e sem perceção para os ocupantes é na oferta de jantes – a marca oferece cinco opções de jantes, mas efetivamente apenas existem três, já que neste último caso é apenas o acabamento que as diferencia e faz parecer distintas, como explica Julien Ferry, olhando também para o interior para apontar os pontos em que conter custos é mais fácil.

 

Considerando redundante a existência de ajuste de altura para os bancos dianteiros e para os cintos de segurança, apenas os bancos têm ajuste em altura, enquanto a pala de proteção do Sol dispensa o acolchoamento, já que não é uma peça de contacto recorrente. “O dinheiro que poupamos não é guardado no bolso. Com essa poupança, investimos no estilo dos carros, mas também nos ecrãs, que é para onde se olha mais. É aqui que investimos mais”, sustenta Julien Ferry.

 

A adoção inteligente de materiais e revestimentos para locais de contacto frequente é também natural, com a marca a aplicar os materiais mais macios na parte superior do habitáculo, mais junto ao olhar e ao possível contacto.

 

Também nos sistemas de assistência e de segurança, a Dacia adota uma abordagem descomplexada em que apenas as tecnologias consideradas essenciais para o condutor são incluídas. Por exemplo, no novo Duster 4x4, as tecnologias de utilização comum nos percursos “off-road” estão presentes, como o controlo de velocidade em descida ou os modos de condução.



Aproveitar as bases 

Pertencendo ao Grupo Renault, a Dacia também tira partido natural de tecnologias e “ferramentas” essenciais para manter o custo sob controlo, como é o caso da plataforma CMF-B, que tem vindo a ser amplamente utilizada pela Renault e pela Dacia, com o novo Duster a ser o oitavo modelo nesta arquitetura que chegará a 2030 com mais de dois milhões de veículos produzidos.

 

As motorizações e componentes mecânicos são outras das bases em que a Dacia tira partido de estar envolvida no seio do Grupo Renault, sobretudo numa era em que a eletrificação começa a ganhar um espaço fundamental nas vendas e na necessidade de cumprimento de metas ambientais.

 

Para a Dacia é, também, importante contar com um modelo de distribuição e de gama simplificado e de fácil compreensão e personalização para os clientes. Neste âmbito, a Dacia procura também tornar-se numa marca de perceção digital, indicando que cerca de 30% das vendas que fez tem como ponto de partida o contacto digital.



Portugal nos mercados da frente 

O desejo de se tornar numa marca capaz de cativar pelo que oferece e não apenas pelo custo baixo tem dado frutos em termos de crescimento de mercado. Portugal é um dos países de maior sucesso para a marca romena (está entre os dois com mais matrículas), situando-se no “top 4” das vendas no mercado total, com 7.502 unidades matriculadas até maio, mais 22,3% do que em igual períodos de 2023.


Olhando apenas para o mercado de ligeiros de passageiros, a marca está no “top 3”, com uma quota de mercado de 7,58%, com 7.289 veículos matriculados, mais 19,3% do que no período de janeiro a maio do ano passado.

 

Outros dados importantes passam pelo facto de ser a marca líder entre os clientes particulares, assumindo-se como a escolha mais procurada pelos clientes individuais. Sandero e Duster são os modelos mais vendidos, enquanto o Duster no período de apenas dois meses garantiu já mil encomendas, mesmo antes de a nova geração chegar ao mercado.

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