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Criador dos radares queria apenas ser mais rápido

Atualizado: 26 de mar.

As câmaras de controlo de velocidade encontram-se entre os dispositivos mais “temidos” pelos automobilistas, mas o seu propósito original era bem diferente



A história das câmaras de controlo de velocidade começa com a vontade um piloto de ralis de tentar melhorar a velocidade de passagem em curva! Contudo, como sucede muitas vezes e nas mais diversas atividades, o propósito original diferiu significativamente da finalidade, mas apenas num momento posterior.

 

Assim, para perceber a origem das câmaras de controlo de velocidade, rapidamente adotadas pelas autoridades para detetar excessos, é preciso retroceder à década de 1950 e às aspirações competitivas de Maurice Gatsonides, que também tinha grande interesse na área eletrónica, sendo um prolífico inventor.

 

Gatsonides idealizou o radar de velocidade para medir com precisão a velocidade com que chegava a uma determinada curva

Nascido nas Índias Orientais Holandesas, atualmente Indonésia, a 14 de fevereiro de 1911, Gatsonides desde cedo que demonstrou grande interesse pelos automóveis e pelas competições motorizadas, participando em diversas provas e criando também alguns veículos da sua autoria (com componentes de modelos da Ford, por exemplo). Entre os seus maiores feitos está a conquista do Rali de Monte Carlo de 1953, ao volante de um Ford Zephyr.

 

Foi, precisamente, sob o desejo de ser mais rápido que Gatsonides idealizou o radar de velocidade para medir com precisão a velocidade com que chegava a uma determinada curva para tentar melhorá-la em seguida. O princípio de melhoria através da verificação obrigou à criação de um dispositivo que pudesse controlar a velocidade num determinado momento e associá-lo a uma câmara para verificar também a posição do veículo. Tudo em prol da melhoria dos tempos.



O dispositivo, denominado “Gatsometer”, foi patenteado por Gatsonides e, em 1958, nasceu a Gatsometer BV, uma companhia neerlandesa que, mais tarde, começou a fornecer estes seus dispositivos às forças da autoridade para controlo da velocidade dos automóveis. Note-se que as pistolas de registo de velocidade instantânea já existiam, mas era sempre necessário ter um agente a manobrá-la, não havendo uma forma contínua de medir a velocidade de todos os automobilistas num dado local.

 

O “Gatsometer” resolveu este problema e, no final da década de 1960, os radares de controlo de velocidade começaram a ganhar relevância a apanhar os “aceleras”. Mas, as invenções de Gatsonides não se ficaram por aí, já que foi também da autoria da sua companhia a criação das câmaras de semáforo, que captam os infratores na passagem por semáforos encarnados, entre outros.

 

A indústria de dispositivos de controlo de velocidade, que teve como ponto de partida a simples vontade de Gatsonides de ser mais rápido em competição, ganhou um estatuto fundamental na prevenção da sinistralidade rodoviária, enquanto proporciona, em simultâneo, uma grande fonte de receitas para os estados.

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