A Citroën marca presença no Salão Automóvel de Paris (Mondial de l’Auto Paris 2024) com uma atualização profunda dos C4 e C4 X, berlinas compactas de segmento C, que adotam estilo mais evoluído e tecnologia reforçada a bordo. Apostando na eletrificação simples e acessível, os C4 e C4 X terão versões 100% elétricas, híbridas e térmicas (consoante os mercados e numa fase posterior).
De uma só assentada, a Citroën renova os C4 e C4 X, com estes dois modelos de segmento C a beneficiarem de uma reconfiguração estética, a par de novos atributos tecnológicos para o interior que visam tornar estes dois automóveis mais apelativos. A estreia destes Citroën acontece no Salão Automóvel de Paris (Mondial de l’Auto Paris 2024).
Lançado no final de 2020, o C4 ocupava, no primeiro semestre de 2024, o segundo lugar no mercado europeu das berlinas compactas do segmento C, combinando todos os tipos de motorização, o que sublinha o bom acolhimento que este modelo recebeu nos mercados europeus. Por seu turno, lançado em 2023, o C4 X permitiu à marca francesa entrar num segmento dos modelos compactos de aspeto mais dinâmico, com esta atualização a ser um esforço para ampliar a sua presença na Europa.
Assim, os C4 e C4 X recebem mudanças significativas, com a dianteira profundamente alterada em ambos os casos, incorporando o novo logótipo (com os “chevrons” a revelarem um acabamento em “Silver Chrome”), entre muitos outros detalhes mais especiais, inspirando-se, de certa forma, no concept Oli, revelado em 2022. O para-choques dianteiro é agraciado com uma placa de proteção inspirada num SUV na secção inferior, na cor “Mercury” nas versões You e Plus ou “Silver Chrome” na variante Max.
Também distintos, os faróis dianteiros LED apresentam uma assinatura luminosa caraterística dividida em três segmentos horizontais distintos, ao passo que os “piscas” dianteiros são em LED, integrados diretamente na parte inferior da assinatura luminosa. Cada elemento foi concebido em estreita colaboração com os engenheiros para otimizar a eficácia, como demonstra o trabalho nas proteções periféricas verticais dos faróis dianteiros, que orientam o fluxo de ar.
Na parte traseira, a grande maioria das alterações incidem no C4, cujas linhas ganharam maior simplicidade, com a ligação entre a parte inferior do pilar C e os farolins mais elegante e estreita, contribuindo para a eficácia aerodinâmica global. A unir os grupos óticos traseiros está uma faixa em “Preto Glossy”, pano de fundo para a designação Citroën. Por seu turno, o C4 X não necessitou de alterações significativas na traseira, apesar de algumas atualizações nos farolins LED e a introdução do novo logótipo.
A marca destaca ainda a chegada de jantes de novo desenho “Amber” de 18 polegadas, com acabamento diamantado e “design” aerodinâmico, proteções laterais redesenhadas também com preocupação aerodinâmica e “Color Clips” que correm horizontalmente pela traseira do automóvel. Estreiam-se também duas cores na palete de opções: o “Verde Manhattan” e o “Cinzento Mercury”, que se juntam aos “Azul Eclipse”, “Vermelho Elixir”, do “Branco Okenite” e do “Preto Perla Nera” (nacarado). Além disso, continua disponível a opção em dois tons com tejadilho preto.
Mais tecnológico e o conforto “de sempre”
Esta mudança de “design” é acompanhada pelo reforço do conforto a bordo, com a adoção de bancos Citroën Advanced Comfort redesenhados e de um novo painel de instrumentos digital de 7 polegadas, em complemento ao ecrã tátil de 10 polegadas. O painel de instrumentos digital está ligado à navegação conectada 3D de série no nível Max (opção no Plus), oferecendo um grafismo mais moderno e com uma leitura intuitiva. É complementado por head-up display a cores que mostra as informações essenciais. O volante apresenta o novo logótipo da marca.
Adicionalmente, ambos os modelos oferecem sistema de infoentretenimento de última geração com navegação 3D, assente num ecrã HD de 10 polegadas, que pode ser personalizado pelo cliente graças ao seu sistema de “widgets”. O sistema permite ainda reconhecimento de voz natural e assistente digital ativado com o comando vocal “Hello Citroën”. A tecnologia conectada é reforçada com a integração do ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI. Disponível através do Pack Connect Plus, esta ferramenta de inteligência artificial torna o reconhecimento de voz mais fluido e natural e promove a facilidade de interação graças a um assistente digital para facilitar a vida quotidiana.
De igual forma, é permitida agora a reprodução sem fios do smartphone no ecrã central HD de 10 polegadas e ainda há a possibilidade de o sistema de infoentretenimento ser aprimorado com atualizações “over-the-air”. Nota, por fim, para o conjunto de até 20 tecnologias de assistência à condução.
Já no que diz respeito ao conforto, aquela que é uma qualidade muito querida à Citroën, a marca melhora o conforto dos assentos graças ao reforço com espuma de 15 mm de espessura, que torna o suporte do corpo mais agradável, sobretudo nas viagens mais longas. O conforto postural é igualmente reforçado, com um melhor apoio, havendo ainda regulação em altura e do apoio lombar para o condutor. A marca realça que estes bancos, quando combinados com a suspensão Citroën Advanced Comfort, tornam a experiência de viagem altamente suave e tranquilizante. Recorde-se que a suspensão utiliza batentes hidráulicos progressivos, para aquilo que a Citroën define por “sensação de tapete voador”.
Nota para o facto de as medidas interiores não se alterarem – uma vez que não se trata de uma nova geração, mas sim de uma atualização de meio ciclo –, pelo que a distância entre eixos continua a ser de 2670 mm. A bagageira varia entre os 380 e os 1250 litros no C4, enquanto o C4 X anuncia 510 litros de capacidade para bagagens.
Motorizações com foco na eletrificação
Na Europa, esta atualização é acompanhada por uma gama de motores que promove a eletrificação, permitindo aos consumidores reduzir as emissões de CO2, com versões elétricas e híbridas. Para alguns mercados, haverá também um motor exclusivamente térmico, na forma do bloco 1.2 PureTech 130 cv EAT8.
Porém, o foco está mesmo na eletrificação, pelo que a gama compreende duas variantes 100% elétricas, com 136 cv (100 kW) e 355 km de autonomia e com 156 cv (115 kW) e 415 km de autonomia. No C4 X, a autonomia dos elétricos melhora para 360 km e 425 km nas versões de 136 cv e de 156 cv, respetivamente, tirando partido das linhas mais aerodinâmicas atrás. A versão de 156 cv conta com bateria de maior capacidade – 54 kWh –, ao passo que a menos potente, de 100 cv, recorre a bateria de 50 kWh.
Ambos os modelos e ambas as motorizações podem utilizar carregadores rápidos DC de 100 kW, podendo passar de 10 a 80% do estado de carga em menos de 30 minutos. Neste sentido, para facilitar as viagens mais longas, a marca disponibiliza a aplicação Citroën e-Routes, uma espécie de assistente pessoal, conectado ao veículo e que se adapta em tempo real para otimizar a viagem, sugerindo, por exemplo, rotas alternativas, se necessário, para chegar ao destino com a máxima eficiência. Em 2025, as funções do planeador de viagens serão oferecidas diretamente no sistema de infoentretenimento a bordo do automóvel.
Outra tecnologia a ser disponibilizada nos novos ë-C4 e ë-C4 X é a de “Vehicle-to-Load (V2L), que permite que o carro forneça eletricidade a dispositivos externos. A marca irá disponibilizar uma tomada dedicada como acessório que permitirá conectar um dispositivo ao veículo no primeiro semestre de 2025.
Híbridos são novidade
Novidade absoluta é a chegada dos “mild hybrid” de 48 V, tecnologia permite gerar poupanças nos consumos de combustível e nas emissões de CO2 de cerca de 20%, sendo particularmente vantajosa em meios urbanos. O motor 1.2 PureTech é sempre o mesmo, ou seja com três cilindros, turbocompressor de geometria variável e corrente de distribuição, funcionando no ciclo Miller para eficiência térmica otimizada. Porém, varia a potência de conjunto – 136 cv (e 230 Nm de binário) na mais potente e 100 cv (205 Nm de binário) no “mild hybrid” de entrada.
Simultaneamente, o motor elétrico síncrono de ímanes permanentes debita 21 kW (28 cv) e 55 Nm de binário, gerindo as necessidades energéticas registadas a baixo binário e a baixa velocidade. Também ajuda a arrancar o motor de combustão e recarrega a bateria durante a travagem. O conjunto híbrido é ainda complementado pela caixa de velocidades de dupla embraiagem eletrificada ë-DCS6 de seis velocidades e pela bateria de iões de lítio de 48 V e 432 Wh colocada sob o banco dianteiro esquerdo, preservando o espaço interior e o volume da bagageira.
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