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Foto do escritorPedro Junceiro

Chinesa Chery equaciona produzir carros em Espanha

Antiga fábrica da Nissan na Zona Franca de Barcelona poderá ganhar a corrida à produção de automóveis da marca asiática, de acordo com fonte próxima de negociações que estão a decorrer ao mais alto nível.



A fabricante automóvel chinesa Chery pode vir a produzir automóveis na antiga fábrica da Nissan em Barcelona, Espanha, após conversações já realizadas entre o Ministério da Indústria espanhol e os responsáveis da marca asiática.

 

Com a União Europeia a estudar a possibilidade de apertar a malha à importação de automóveis chineses – estando em curso uma investigação a nível europeu sobre os subsídios estatais concedidos pela China –, os fabricantes que apostam firmemente na expansão europeia começam a trabalhar em plano de produção locais, procurando dessa forma contornar eventuais limitações futuras que possam vir a ser aplicadas em termos de comércio.




Com a BYD confirmada já na Hungria e a Leapmotor encaminhada para ter uma fábrica em Itália, a Chery Auto, uma das maiores companhias mundiais de automóveis, poderá agora escolher Espanha como o local para produzir automóveis no Velho Continente, com o Ministério da Indústria de Espanha a confirmar a existência de contactos já bem avançados e a apontar até para a possível conclusão do acordo nos próximos dias. A informação foi avançada pela agência Reuters, citando o próprio ministério, mas também a EV Motors, parte envolvida na negociação e que tem encabeçado este esforço de trazer para Espanha a Chery.

 

A fábrica da Nissan na Zona Franca de Barcelona foi fechada em 2021, após mais de 18 anos em atividade: aberta em 1983 e fundamental para a revitalização industrial de Barcelona, a fábrica produziu modelos como o Patrol (o primeiro, em 1983), o e-NV200 ou o Navara, que foi o último modelo a ser ali produzido (literalmente). No total, entre 1983 e 2001 foram produzidos 196 mil veículos. 



Espanha reforça setor automóvel 

Com uma malha industrial ligada ao automóvel bastante forte, Espanha está a envidar esforços no sentido de reforçar a sua relevância para o setor, nomeadamente, em termos de eletrificação. Ao abrigo do programa PERTE (Proyectos Estratégicos para la Recuperación y Transformación Económica), análogo ao PRR português, é dado grande destaque aos incentivos para a transformação industrial e ecológica do setor automóvel de forma a tornar Espanha num dos centros de referência para a produção sem emissões.

 

Para já, Espanha tem assegurada uma gigafábrica do Grupo Volkswagen para a produção de baterias em Sagunto, a qual irá fornecer um volume esperado de 150 milhões de células de baterias por ano para mais de 500 mil veículos elétricos.



Adicionalmente, será também em Espanha que o conglomerado liderado pela Volkswagen irá produzir os elétricos de custo inferior a 25 mil euros, como o CUPRA Ravale ou o Volkswagen ID.2all, com destino aos demais mercados europeus.

 

Embora não seja claro que a produção da Chery em Barcelona possa vir a ser exclusivamente de elétricos, este investimento representa mais um passo no sentido de tornar Espanha num dos pontos nevrálgicos da produção automóvel europeia. Espanha é, aliás, o primeiro mercado europeu no qual a Chery entrou, por intermédio de duas das suas marcas, a Omoda e a Jaecoo, inicialmente com veículos de combustão interna, mas espera-se que cheguem também automóveis elétricos num futuro próximo, em linha com a progressão da Europa para a mobilidade sem emissões.

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