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China estará à procura de aliados para travar taxas sobre carros

Imposição de taxas alfandegárias sobre automóveis produzidos na China está no centro da mais recente disputa comercial entre União Europeia a China. Negociações avançam agora entre as duas partes para travar as mesmas e os responsáveis asiáticos esperam ter na Alemanha um país aliado



A Comissão Europeia anunciou, em meados de junho, o seu plano para aplicar taxas alfandegárias adicionais sobre os automóveis produzidos na China, variando entre os 17,4 e os 38,1%, consoante os construtores, esperando-se a publicação de mais detalhes no próximo dia 4 de julho, incluindo mais detalhes da investigação que está a ser ainda levada a cabo pelas autoridades europeias quanto ao financiamento dos construtores chineses.

 

As autoridades comerciais e governamentais chinesas reagiram com desagrado a esta possibilidade, tendo já existido algumas negociações entre as duas partes para travar a imposição dessas mesmas taxas.

No passado fim de semana, o comissário europeu para o comércio, Valdis Dombrovskis, teve uma primeira conversa por videochamada com o seu homólogo chinês, com alguns pontos de vista coincidentes, mas com uma disputa ainda no financiamento estatal aos construtores chineses.



Enquanto isso, na semana passada, o ministro alemão do comércio, Robert Habeck, visitou a China durante três dias, encontrando-se com o seu homólogo chinês Wang Wentao, tendo surgido informações de que a China terá levantado a hipótese de reduzir o imposto a pagar pelos automóveis com motores de combustão de alta cilindrada provenientes de outros países caso a proposta da Comissão Europeia não seja aprovada.

 

Atualmente, a China aplica uma taxa de 15% nos automóveis de passageiros provenientes de outros países, mas está a estudar a possibilidade de responder à Comissão Europeia com um aumento de 25% para os automóveis com motor de combustão de grande cilindrada, numa medida de reciprocidade.

 

De acordo com uma fonte anónima, citada pelo The Straits Times, a sugestão de uma redução da taxa a pagar pelos automóveis de grande cilindrada poderia beneficiar os construtores alemães, que têm no mercado chinês um dos seus mercados principais. A Alemanha, por si só, não poderá travar a proposta de aumento de taxas alfandegárias a pagar pelos automóveis chineses, mas é sugerido que possa usar o seu peso na União Europeia para procurar aliados de outros países de forma a obter-se uma maioria qualificada que trave a aprovação das tais taxas.



Outras fontes também apontadas no mesmo meio de comunicação argumentam que a China está a pressionar alguns países individualmente, de forma a tentar obter aliados no seu esforço para travar as taxas sobre os automóveis elétricos feitos na China (que também afetam outros construtores que não apenas os locais).

 

A disputa comercial poderá resvalar para lá da indústria automóvel, já que a China está a aventar a possibilidade de impor, também, taxas acrescidas sobre produtos de grande importância para alguns países europeus, como o brandy proveniente de França ou a carne de porco proveniente de Espanha.

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