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Foto do escritorPedro Junceiro

“Bom negócio”: Tavares explica Leapmotor

Os primeiros Leapmotor estão quase a chegar à Europa, com dois modelos elétricos acessíveis. Recentemente, Carlos Tavares, diretor-geral do consórcio Stellantis, explicou como esta parceria com a marca chinesa é um “bom negócio” para ambas as duas partes, por permitir tirar partido da competitividade de custos dos automóveis "made in" China.



Criada em meados deste ano para distribuir os automóveis da Leapmotor fora da China, a Leapmotor International B.V. resulta da parceria estabelecida entre a Stellantis e a marca chinesa com o intuito de aproveitar a competitividade de custos destes veículos e oferecê-los aos condutores europeus.

 

O modelo de negócio desta parceria foi detalhado recentemente por Carlos Tavares, CEO da Stellantis, que detém a maioria da nova empresa (51/49) e, ainda, 21% das ações da casa-mãe, assumindo assim o papel de investidor estratégico na Leapmotor. Clarificando essa aposta, o principal responsável da Stellantis adianta que esta é uma forma de tirar partido das condições vantajosas da produção de veículos chineses quando vendidos na Europa.


“Quando se faz uma comparação do custo de produção de um veículo elétrico na China em relação ao custo de produção de um veículo elétrico na Europa, a diferença é de 30%"

 

“Quando se faz uma comparação do custo de produção de um veículo elétrico na China em relação ao custo de produção de um veículo elétrico na Europa, a diferença é de 30%. À saída da fábrica, eles têm 30% de custo a menos em comparação com a Europa”, detalhou o português recentemente, durante uma mesa redonda com os jornalistas, em Mangualde.


“[Desses 30%] chegam cá com uma vantagem de 20% e isso equivale a vender um carro de segmento C por um preço de segmento B. Portanto, o que nós fizemos foi muito simples: fizemos um negócio em que tomámos 21% da casa-mãe da Leapmotor e fizemos um acordo em que tudo o que é exportação para fora da China, ou seja, com esses 30% de competitividade de custo comparado com o mundo ocidental, se faz através de uma empresa de exportação que a Stellantis controla a 51/49”, acrescentou, sublinhando que “controlamos, consolidamos e os lucros dessa empresa vêm para a Stellantis”.



Contornar as taxas 

Por outro lado, esta abordagem também permite à fabricante chinesa retirar proveitos perante a imposição previsível de taxas alfandegárias suplementares sobre os veículos chineses na Europa, como avançou também o CEO da Stellantis. Ou seja, um negócio em que ambas as partes tiram dividendos.


Esta abordagem também permite à fabricante chinesa retirar proveitos perante a imposição previsível de taxas alfandegárias suplementares sobre os veículos chineses na Europa

 

“É um bom negócio se funcionar corretamente do ponto de vista operacional, porque estamos a utilizar a competitividade de custos da China para nosso proveito. Obviamente que o interesse deles é que vão poder utilizar a nossa rede de concessionários e vão poder utilizar as nossas fábricas no mundo inteiro. Inclusive para contornar as regras alfandegárias. Ou seja, se um carro não pode ser exportado da China para a Europa porque se pôs uma barreira alfandegária... Não interessa, exporta-se o carro desmontado e utilizamos uma qualquer fábrica que temos na Europa para fazer a montagem final e contornar a questão”, vincou.

 

“Portanto, acho que este negócio faz todo sentido, primeiro, porque estamos a utilizar em nosso proveito essa competitividade de custos e, segundo, porque ao colaborar connosco a Leapmotor pode andar à volta de todas essas barreiras alfandegárias, porque nós podemos oferecer um sistema industrial e um sistema de distribuição comercial que é inigualável no mundo inteiro. Portanto, estamos aí numa parceria que em que os dois ganham”, resumiu.



Arranque em dupla 

Os dois primeiros modelos a chegar à Europa serão o C10 e o citadino T03, havendo o plano de abrir as vendas em setembro, embora também em 2024 os Leapmotor cheguem aos mercados da América do Sul, Médio Oriente e África e Índia e Ásia-Pacífico.

 

O T03 é um citadino elétrico urbano de segmento A com a marca a prometer habitabilidade comparável à de um modelo de segmento acima, com 265 km de autonomia em ciclo WLTP. Por outro lado, o C10 é um SUV familiar entre os segmentos C e D, mais equipado e com 420 km de autonomia em ciclo WLTP.

 

A marca detalha que o C10 é o seu primeiro produto global, desenvolvido de acordo com as normas mundiais de segurança com base na arquitetura própria LEAP3.0 e tecnologia célula-chassi (CTC).

 

A ofensiva da Leapmotor International irá conhecer novos avanços ao longo dos próximos anos, estando previsto o lançamento de quatro modelos novos até 2027 – um SUV de segmento C (meados de 2025), um compacto de segmento C (início de 2026), um compacto para o segmento B (meados de 2026) e um outro SUV compacto entre os segmentos B e C (início de 2027).

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