Dando corpo à intenção da marca norte-americana de oferecer uma real “liberdade de escolha” no que respeita às motorizações, lançamento no mercado europeu de uma versão e-Hybrid do Avenger, tendo por base a tecnologia híbrida de 48V (MHEV) para a redução dos consumos de combustível e, consequentemente, das emissões de gases de escape.
Já com versões a gasolina e 100% elétricas, o Avenger apresta-se a receber uma nova versão eletrificada que também pretende dar continuidade ao esforço de redução de emissões poluentes da Jeep, dando, em simultâneo, outra alternativa aos clientes europeus. Este acaba por ser um ponto relevante, na medida em que o SUV é um modelo desenhado e pensado apenas para o Velho Continente, mas com os códigos funcionais e estéticos obrigatórios na marca norte-americana.
Mas há ainda outra data relevante para a Jeep na Europa: 6 de junho de 1944. No ‘Dia D’, desembarque das tropas aliadas na Normandia , movimento decisivo no rumo da II Guerra Mundial, também contou com o contributo importante dos veículos da marca, que passaram, por isso, a simbolizar, também, uma ideia de liberdade. Algo que a Jeep não pretende colocar de parte, mesmo nesta fase de transição energética em que ambiciona dar liberdade de escolha aos seus condutores.
A marca do Grupo Stellantis destaca o facto de ter três opções de motores distintas e caixas manual e automática, a que se juntará, ainda este ano, uma versão de tração integral eletrificada, a 4xe, que terá um segundo motor elétrico para o eixo traseiro, permitindo-lhe, dessa forma, oferecer tração às quatro rodas para fomentar o seu espírito aventureiro.
Imagem sem mudança
Lançado recentemente, o Avenger – Carro do Ano Europeu em 2023 – não recebe qualquer novidade estética de monta, que não apenas um novo (e discreto) "e" de cor verde na tampa da bagageira, enquanto a versão 100% elétrica conta com um "e" azul. Por dentro, este SUV de segmento B também mantém os seus principais predicados, como o painel de instrumentos digital de 10,25” com quatro visualizações disponíveis (selecionáveis pelo condutor), ou o ecrã tátil de 10” para o sistema de infoentretenimento U-Connect de última geração.
O volante conta com patilhas na face posterior para o controlo manual/sequencial da caixa de velocidades, dando também outra liberdade ao condutor. Os bancos podem ter revestimento em couro sintético, ajuste elétrico e função de massagem, ao passo que o sistema de áudio premium da JBL pode ser também incluído na lista de equipamentos para oferecer uma qualidade sonora superior. Para dar maior luminosidade ao habitáculo, a marca disponibiliza também um tejadilho panorâmico em vidro.
Ao nível da segurança, o Avenger beneficia também de uma melhoria neste capítulo, preparando a entrada em vigor das novas regras europeias referentes aos assistentes tecnológicos, com o Nível 2 de condução autónoma a ser também destacado (inclui elementos como a travagem de emergência autónoma, reconhecimento de sinais de trânsito, assistência à manutenção na faixa de rodagem e assistência à atenção do condutor).
De resto, o habitáculo permanece um local acolhedor e bem construído, polvilhado por alguns apontamentos especiais da Jeep, como os muitos espaços de arrumação e ‘bónus’ gráficos escondidos com detalhes da história da marca, como as grelhas icónicas da marca desenhadas nalguns dos locais do veículo. O plástico domina a bordo, sem surpresa, mas conferindo uma visão robusta e duradoura.
Eletrificado para se destacar
Se o modelo elétrico representou cerca de 30% das vendas do Avenger desde o lançamento, a chegada do Avenger e-Hybrid trará consigo uma outra abordagem da marca, oferecendo uma variante que permite reduzir as emissões poluentes e os consumos de forma eficaz sem comprometer as prestações. Antes pelo contrário, já que o sistema eletrificado também confere uma ligeira melhoria do desempenho.
A motorização híbrida assenta no sistema lançado recentemente pela Stellantis para os seus novos modelos, com base numa arquitetura elétrica de 48V, a qual conta com competências reforçadas para assim ser ainda mais eficiente. A "base" é o motor 1.2 Turbo, tricilíndrico com 100 cv e 205 Nm, estando associado a um motor elétrico de 21 kW/28 cv e 55 Nm e a uma caixa automática de 6 velocidades, de dupla embraiagem.
Tanto o motor (funciona de acordo com o ciclo Miller e tem um turbo de geometria variável) como a caixa de velocidades foram desenvolvidos especificamente para aplicações híbridas.
Falta ainda nomear outros elementos deste sistema – a bateria de iões de lítio com 0,9 kWh de capacidade situada sob o banco dianteiro esquerdo (mantendo dessa forma o espaço a bordo e na bagageira) e o motor de arranque por correia que consegue, também, suavizar os procedimentos de arranque do motor de combustão. A marca aponta uma redução dos consumos de até 20% (30% em ciclo urbano), para um valor de 4,9 l/100 km, com emissões de CO2 a partir de 111 g/km.
Com uma bateria tão compacta, o Avenger e-Hybrid consegue percorrer apenas até um quilómetro em modo elétrico, se as circunstâncias ideais estiverem reunidas (velocidade até 40 km/h e terreno mais ou menos plano).
Eis, precisamente, uma das virtudes deste sistema: mantendo uma velocidade constante, seja em cidade, seja em estrada nacional, o motor de combustão é, muitas vezes, silenciado e substituído pelo motor elétrico, que assume as rédeas da locomoção. Em modo Eco, isto é, aquele que mais privilegia a redução dos consumos durante a condução, o Avenger e-Hybrid já demonstra ótimas respostas, as quais saem valorizadas, sobretudo, nos outros dois modos (Normal e Sport), que alteram a forma como a potência é entregue. No modo mais desportivo, o e-Boost proporcionado pelo motor elétrico dá a este SUV uma prontidão mais notória nas acelerações e recuperações.
Desenvolto e muito agradável de conduzir, com movimentos de carroçaria muito bem contidos e suspensão confortável "q.b.", nota ainda para o excelente isolamento acústico, mesmo em velocidades de autoestrada.
Também fora de estrada
Mas um Jeep também tem de respeitar critérios históricos de versatilidade fora de estrada e, mesmo sendo este um modelo de tração dianteira, conta com alguns atributos especiais que lhe dão alguma força nesse campo. Em primeiro lugar, beneficia de uma altura ao solo de 200 mm, tirando ainda partido de sistema Selec-Terrain de série, com programas eletrónicos que alteram alguns parâmetros da entrega da potência para, dessa forma, poder lidar melhor com pisos de lama, areia e neve (os três modos que constam do Selec-Terrain).
Junte-se ainda o Controlo de Velocidade em Descida e o Avenger e-Hybrid revela atributos mais do que suficientes para se destacar até em obstáculos que, à partida, pareceriam intransponíveis (cruzamento de eixos e inclinação lateral incluídos).
Quanto aos níveis de equipamento, o modelo contará com três, com o Longitude a trazer, de série, elementos como o ecrã digital de 7” para o painel de instrumentos, ecrã tátil de 10,25”, faróis Full LED, jantes de 16” ou o Cruise Control. A versão intermédia Altitude eleva a "parada", com painel de instrumentos de 10,25”, jantes de 17”, bancos premium com regulação elétrica ou Cruise Control adaptativo. Por fim, a versão Summit assume-se como a mais recheada, com o interior multicor, jantes de 18”, câmara traseira, sensores de estacionamento 360º e assistências eletrónicas para condução semiautónoma de Nível 2. Depois, a marca coloca à disposição do cliente diferentes "packs", como o dos bancos em pele com função de massagem ou o tejadilho com revestimento em pele.
O Avenger e-Hybrid tem lançamento planeado para o final de abril, com preços a partir de 26.500 € para o modelo de entrada (Longitude), passando pelos 28.500 € do intermédio (Altitude) e culminando nos 31.000 € da versão de topo (Summit).
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