Crescimento, eletrificação e posicionamento na linha da frente do mercado “premium” são os pilares da estratégia da marca alemã, que tem SUV novo para consolidá-la, por combinar imagem icónica com motorização elétrica eficiente e potente, e muitas tecnologias inovadoras: o Q6 SUV. Confirma-o a prova dos nove à versão 55 e-tron quattro com 388 cv, que percorre até 618 km entre recargas da bateria.
Os automóveis elétricos, nos primeiros seis meses do ano, asseguraram 16,5% do mercado nacional, com as compras de particulares a representarem 17,5% das vendas, enquanto as das empresas valeram 43% - nos dois casos, abrandamentos na procura, de 17,5% no, e de 6,9% no segundo. No entanto, contabilizando-se todos os canais, números no verde, e não no vermelho – crescimento do mercado, no seu todo, de 5,7%, na comparação com o período homólogo do ano passado, devido à sazonalidade associada às empresas de “rent-a-car”, sempre mais ativas antes do verão do que depois, em país muito dependente da atividade turística.
Dissecando mais os números das matrículas, a procura de automóveis “premium” (entenda-se luxo) aumentou 13,8%, enquanto a de modelos apenas com motores elétricos progrediu 12,5%. No “bolo”, os primeiros tiveram “fatia” de 25,5%, e a dos segundos foi de 16,5%. Neste cenário, a Audi progrediu 1,2%, para 2605 unidades, com os EV a representarem 28%, contra 31% dos PHEV (híbridos Plug-In), 27% das mecânicas a gasolina, e apenas 14% das Diesel. Considerando o enquadramento, percebe-se o otimismo com que a marca alemã aborda esta ponto final de ano na Europa e no nosso país, tanto mais que tem muitas novidades na agenda!
A primeira é este Q6 SUV e-tron com 4,77 m de comprimento. Posiciona-se entre o Q4 e-tron (4,58 m) e o Q8 e-tron (4,90 m), tem primeira aplicação na marca da plataforma PPE (acrónimo de Premium Platform Electric), desenvolvida em parceria com a Porsche, e, na versão 55, combina motor assíncrono dianteiro com motor síncrono traseiro. Nas duas máquinas, caixas automáticas de 1 velocidade, e alimentação a cargo de bateria de iões de lítio com 100 kWh de capacidade (a útil é de 94,8 kWh). Trata-se de configuração que disponibiliza quatro rodas motrizes (tração integral quattro) e a arquitetura elétrica de 800 V beneficia muito a eficiência do sistema e a velocidade de carregamento do acumulador, reivindicando-se só 21 minutos para aumentar a energia armazenada de 10% para 80% num ponto de carga rápida com 270 kW de potência (corrente contínua), ou 10 horas num terminal do tipo doméstico a 11 kW (corrente alternada) – proximamente, admissão de até 22 kW.
A Audi, para o Q6 SUV 55 e-tron quattro, anuncia até 618 km de autonomia, mas o número de quilómetros percorridos, depois de iniciarmos qualquer percurso com bateria a 100%, depende sempre da condução, devido à sensibilidade do sistema tanto ao modo de ação selecionado, como à utilização do acelerador. Neste teste, ativando o programa “efficiency” no “drive select”, médias de 13,9 kWh/100 km na cidade, e de 22,1 kWh em autoestrada (no segundo ambiente rodoviário, mantivemos a velocidade de 110 km/h!). O registo combinado de 17,7 kWh/100 km aproximou-se (muito) do homologado, confirmando-se, portanto, a possibilidade de cerca de 600 km entre recargas da bateria, devendo, no entanto, destacar-se que o alcance máximo do automóvel também depende do funcionamento da climatização, das características das estradas, e das temperaturas exteriores.
Interior impressiona
O Q6 SUV e-tron tem 2,89 m entre eixos, o que beneficia tanto a dinâmica como a habitabilidade. No segundo caso, combinando-se aquelas dimensões com o piso plano no habitáculo, todos os ocupantes do automóvel desfrutam de liberdade de movimentos, sobretudo nos lugares posteriores. Já a capacidade da mala, com os encostos dos bancos traseiros na vertical, é de 526 litros, permitindo-se, por isso, o transporte de muita bagagem. E existe compartimento adicional para arrumação sob o “capot” dianteiro, que tem 64 litros, ótimo para colocar todos os cabos para carregamento da bateria.
O painel de bordo encontra-se digitalizado. Tem monitores para a instrumentação (11,9’’), sistema multimédia (14,5’’) e passageiro dianteiro (10,9’’). O condutor não visualiza o terceiro, por este contar com sistema que impede essa possibilidade, o que elimina fonte potencial de distrações, mas conta com Head-Up Display (inclui tecnologia de realidade aumentada, que simula a projeção das informações cerca de 200 metros à frente do Q6 SUV). Em estreia na Audi, sistema operativo Android Automotive, que permite a integração de Android Auto e Apple CarPlay. Trata-se de plataforma moderna, que admite a instalação de aplicações com recurso a loja na Internet, atualizada muito regularmente. O assistente de voz responde a 800 ordens de comando, e tem capacidades cognitivas e proativas (isto é, memoriza as rotinas de utilização, e sugere a ativação de funções!).
A apresentação do interior é excecional, devido à combinação de tecnologias que funcionam muitíssimo bem, com materiais impecáveis e montagem de qualidade. Entre os opcionais montados na unidade ensaiada, num total de 38.030 € (!), teto panorâmico em vidro (2010 €), MMI Experience Pro (4340 €), Pacote S Line com os revestimentos em microfibra e couro da Audi Exclusive (5640 €), e Pacote Comfort Pro com alarme (4305 €), que inclui, entre outros elementos, regulação elétrica da coluna da direção e dos bancos dianteiros, ou sistema para abertura da bagageira. Resumindo, potencial enorme de personalização.
Dinâmica entusiasma
Também na lista extensa (e dispendiosa…) de extras, equipamentos com impacto positivo na dinâmica do Q6 SUV, nomeadamente o Pacote Dynamic Plus (2715 €), que inclui a suspensão pneumática adaptativa com amortecimento controlado de forma eletrónica. O sistema funciona muitíssimo bem, e trabalha de acordo com o modo de condução ativo (efficiency, Comfort, dynamic ou individual), melhorando ora o conforto e a suavidade, ora a agilidade, a estabilidade e a precisão, otimizando a capacidade de filtragem dos pisos e o controlo de movimentos da carroçaria em apoio, em manobras de esquiva e transferências de massa. O centro de gravidade baixo também beneficia a dinâmica, independentemente do peso elevado.
Os modos de condução integrados no drive select também adaptam as respostas da direção e do sistema de propulsão, o que melhora a experiência aos comandos de automóvel silencioso e rápido (0-100 km/h em 5,9 s, devido ao Lauch Control, e velocidade máxima limitada eletronicamente a 240 km/h, para proteção, também, da autonomia). O Q6 SUV estava equipado com jantes de 21’’ (3585 €), sistema de travagem com pinças em vermelho (415 €), e luzes traseiras OLED com assinaturas digitais diferenciadas e diferenciadoras (1405 €), entre muitos outros itens.
A Audi, que apresenta identidade visual nova com este Q6 SUV, tem de orgulhar-se do automóvel que produziu. O Porsche equivalente, o Macan 4 Electric com 408 cv, vende-se por 86.793 € e percorre até 612 km entre recargas da bateria.
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