A notícia encontra-se nas páginas da Imprensa belga. A chinesa NIO tem interesse na compra da fábrica da Audi em Bruxelas, que o Grupo VW pretende encerrar, por falta de competitividade. Passando a produzir na Europa, este construtor evitaria o pagamento de taxas aduaneira de 21% para os automóveis elétricos fabricados na China.
A NIO encontra-se na “pole position” à compra da fábrica da Audi em Bruxelas, de acordo com a Imprensa belga, que também diz que responsáveis do fabricante de Shanghai, China, preparam proposta para assumirem o comando de infraestrutura que emprega cerca de 3000 funcionários. Em julho, devido à produção limitada do Q8 e-tron, SUV que também registou decréscimo na procura com o abrandamento das vendas de automóveis elétricos na Europa, a marca do Grupo VW confirmou o plano para a supressão de 1410 postos de trabalho até ao final de 2024 e mais 600 no início de 2025, decisão que abre caminho ao encerramento da unidade.
A fábrica de Bruxelas, em 2006, produziu cerca de 200.000 VW Golf e a empregava 4500 a 5000 trabalhadores.
No final dessa década, o consórcio industrial passou o controlo da infraestrutura para a Audi, para a produção da primeira geração do A1, que saiu das linhas de montagem apenas em 2018. Desde 2019, este compacto é fabricado pela Seat em Martorell, Espanha. Entretanto, a unidade foi reconvertida para automóveis elétricos, com a produção a arrancar em 2018, com o e-tron que mudou de nome para Q8 e-tron em 2023.
O interesse da NIO, ou de outro fabricante chinês pela unidade, surpreende muito pouco. A introdução pela União Europeia (EU) de tarifas aos automóveis elétricos “made in” China – no caso deste fabricante “premium” baseado em Shanghai com fundação que remonta apenas a 2014 e, atualmente, conta com duas fábricas em Hefei, em parceria com o JAC Group, consórcio sob controlo direto de Pequim, são 21% a somar aos 10% aplicados a todos os modelos importados do país asiático –, originou corrida à procura de locais para a transferência rápida de produção para o Velho Continente.
A NIO não comentou informação confirmada por sindicatos belgas, após visita de delegação de investidores chineses à fábrica de Bruxelas. A marca produz apenas automóveis elétricos, contando com gama diversificada de modelos, e tem como “bandeira” o sistema de substituição (rápida) de baterias, que desenvolveu como alternativa aos postos de carregamento convencionais – tem 1300 pontos apenas na China!
A NIO tem como “bandeira” o sistema de substituição (rápida) de baterias
Em maio, a NIO apresentou marca nova, a Onvo, para comercializar modelos mais acessíveis do que produtos “premium” que tem na gama, de forma a reposicionar-se na corrida à massificação do automóvel elétrico na China e na Europa. Durante os primeiros oito meses de 2024, no Velho Continente, com o ET7 como “ponta de lança”, a marca comercializou apenas 1777 unidades no Velho Continente.
A NIO participou na Fórmula E de 2014 e 2023, ganhando mesmo o primeiro título de pilotos, com o brasileiro Nelson Piquet Jr. (duas vitórias em 11 ePrix).
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