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Foto do escritorPedro Junceiro

Aston Martin procura carro vendido em 1924

A Aston Martin está à procura do primeiro automóvel da sua história, o A1, também conhecido por “Coal Scuttle”, ou “balde de carvão”, em português, que foi vendido em 1924 e desapareceu pouco tempo depois



O A1 foi o primeiro automóvel a ser construído pela Bamford & Martin Ltd, a empresa que se tornou na Aston Martin pouco tempo depois de produzir aquele modelo. Agora, a marca britânica está à procura desse modelo histórico produzido no verão de 1914 e que, durante dez anos, ajudou os fundadores da empresa a publicitar o negócio.

 

Porém, o “Coal Scuttle”, nome que lhe foi dado pelo estilo simples a evocar o utensílio que, naquela época, era muito comum nas casas do Reino Unido, foi vendido em 1924, por 50 libras esterlinas, e algum tempo depois o modelo desapareceu por completo.

 

Agora, 110 anos após o seu fabrico e 100 anos após a sua venda, o Aston Martin Heritage Trust (AMHT) está a lançar uma caça global por esta peça inestimável da história da marca.



A génese da marca 

O ano de 1914 está gravado na História como o ano em que o assassinato do Arquiduque Francisco Fernando, herdeiro da coroa do império Austro-Húngaro, deu início à Primeira Guerra Mundial. No entanto, para a Aston Martin simboliza também o nascimento do seu primeiro automóvel.


O A1 pretendia ser um carro desportivo de alta qualidade para rivalizar com a Bugatti

 

Construído por uma pequena equipa de engenheiros liderada pelos fundadores da marca, Lionel Martin e Robert Bamford, este automóvel pretendia ser um carro desportivo de alta qualidade para rivalizar com a Bugatti. O conflito de cariz mundial, que durou entre 1914 e 1918, interrompeu o desenvolvimento do veículo, embora Lionel Martin tenha conseguido registar formalmente o automóvel como um “Aston-Martin” a 16 de março de 1915.


Bamford combateu em França durante a guerra e, tendo sobrevivido ao conflito e à pandemia da gripe espanhola, optou por deixar o negócio para se concentrar numa vida mais calma com a sua mulher e filha, passando a sua participação acionista a Kate Martin, mulher do seu antigo parceiro de negócios Lionel.



Em 1919, no rescaldo da guerra, a Bamford & Martin Ltd reagrupou-se e inscreveu o A1 “Coal Scuttle” no primeiro evento desportivo disponível no Reino Unido, uma prova de Londres a Edimburgo. Este teste à maquinaria, por entre diversos tipos de percursos, foi um sucesso, conseguindo terminar o evento em tempo útil e ganhando mesmo uma medalha de ouro.

 

No início da década de 1920, o “Coal Scuttle” chegou a ser pilotado na outrora famosa pista de Brooklands, passando ainda por outros locais do Reino Unido. Diversos registos fotográficos comprovam muitas dessas passagens, com o AMHT a ter uma coleção significativa de imagens no seu espólio. A análise às mesmas revela que o A1 teve mais do que um conjunto de guarda-lamas dianteiros, luzes diferentes e atualizações mecânicas.

 

Poço de dúvidas 

Depois de vendido em 1924 pela soma relevante de 50 libras esterlinas, o rasto do carro desaparece. Mas o valor despendido em 1924 leva o AMHT a acreditar que o veículo não foi destruído nos anos seguintes, já que seria inconcebível gastar-se aquela soma para deixá-lo em más condições. No entanto, tudo após a venda do carro são suposições e dúvidas, como revela Steve Waddingham, historiador da Aston Martin e administrador do AMHT.



“Sou fascinado por este carro e pergunto-me frequentemente o que lhe terá acontecido. Se acabou por ser desmantelado, será que partes dele sobreviveram, como a bonita caixa do radiador? Sendo o primeiro Aston Martin, o carro não tinha quaisquer emblemas exteriores, por isso, se o radiador foi guardado como recordação, estará pendurado numa parede algures, sem ser identificado?”, interroga-se Waddingham, lembrando que outro modelo da Aston Martin, o protótipo A3, esteve muitos anos escondido sob uma carroçaria caseira.


“De forma semelhante, será que o “Coal Scuttle” sobreviveu sob outra forma? Estarão os restos enferrujados algures num pomar ou escondidos num celeiro? Tudo é possível. Naquele que teria sido, e talvez ainda seja, o seu 110º aniversário, gostaríamos de saber o paradeiro ou o destino do nosso primeiro carro. Pedimos aos entusiastas que verifiquem as suas coleções, casas de banho, lojas e, sim, até pomares! Se alguém souber mais sobre o carro, ou se tiver restos de automóveis não identificados que pensem ser relevantes, gostaríamos muito de saber”. 

 

A companhia deixa um site para contacto de pessoas que eventualmente tenham mais conhecimentos sobre este modelo tão especial, podendo fazê-lo em https://amht.org.uk/contact.

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