O Elroq reforça a aposta da Skoda na eletrificação, apontado bem ao “coração” do segmento dos SUV compactos. Com um estilo bem conseguido (estreia a estética “Modern Solid”, este é um modelo elétrico que revela muitos outros argumentos. Primeiras impressões ao volante do Elroq mais acessível, com bateria de 55 kWh e 170 cv de potência.
Com o Enyaq a dar muito boa conta de si entre os elétricos de grande porte (com mais de 200 mil unidade entregues), a Skoda procura replicar o conceito de sucesso com o novo Elroq, automóvel de estilo SUV que vem colocar a marca checa no segmento dos compactos elétricos, atualmente um dos mais importantes na Europa.
Mas o Elroq é também uma revisitação de um livro de receitas já conhecido: em primeiro lugar, tem por base a plataforma MEB do Grupo Volkswagen, conseguindo por isso aproveitar a sinergia deste conglomerado em termos de custos. E este é um tema relevante, uma vez que se cruza com o ponto do seu posicionamento análogo ao do Karoq – a Skoda quer que os dois modelos tenham preços semelhantes, dando ao condutor a possibilidade de escolher entre um e outro modelo.
O visual exterior sobressai pela estética “Modern Solid”, linguagem de desenho que é estreada neste modelo, diferenciando-se pela dianteira mais arrojada: em lugar da grelha tradicional, apresenta a chamada “Tech-Deck” em preto brilhante, enquanto o para-choques assume desenho robusto com inserção “Unique Dark Chrome” e configuração dividida dos grupos óticos, um conceito a que a Skoda dá o nome de “faróis quatro olhos”.
Os faróis LED são de série, mas pode ainda contar tecnologia LED Matrix com ajuste seletivo das luzes de máximos. Outros apontamentos visuais passam pela aplicação do nome “Skoda” por extenso no capot e na tampa da bagageira ou pelas jantes de grandes dimensões, começando das 19 polegadas e indo até às 21 polegadas.
Boa ergonomia
Por dentro, apesar de medir “apenas” 4,5 metros (4488 mm), o espaço é abundante, sobretudo nos lugares traseiros, com a Skoda a demonstrar novamente a sua capacidade de aproveitamento do espaço. A tecnologia fica a cargo de painel de instrumentos digital que pode ser complementado com “head-up display” com realidade aumentada, projetando várias informações no para-brisas simulando a sua colocação no horizonte.
Ao centro está o ecrã tátil de 13 polegadas (de série), com interface melhorada e estrutura de menus mais lógica, assente num conceito de barras no topo e na base do ecrã, cada uma com atalhos específicos. A climatização deixa de ter comandos físicos e passa a estar incluída no sistema de infoentretenimento, o que, uma vez mais, não se revela propriamente fácil de utilizar em andamento. De resto, a ergonomia é correta, com todos os comandos bem situados e de fácil interação, se descontarmos a passagem da climatização para o ecrã tátil. Os materiais utilizados para os revestimentos são também de muito bom nível, elevando a sensação de qualidade a bordo para um patamar cimeiro.
A funcionalidade continua a ser um dos seus atributos, como já é hábito da Skoda, patente em elementos como o chapéu de chuva escondido na porta, o raspador de gelo na tampa da bagageira ou os muitos espaços de arrumação no habitáculo, mas também na própria bagageira, que além dos 470 litros, tem ainda locais de arrumação nas laterais e uma rede sob a chapeleira para guardar o cabo de carregamento.
Sobriedade e refinamento
Uma vez ao volante, podemos tirar partido de excelente posição de condução e de suporte muito bom do banco, ajudando a um entrosamento maior com o Elroq. A unidade que pudemos experimentar durante a apresentação internacional, que teve lugar em Palma de Maiorca, foi a de entrada na gama, a Elroq 50, que deverá ter maior procura.
Dispõe de bateria de iões de lítio com 55 kW (52 kWh úteis) de capacidade e autonomia combinada WLTP de 375 km, enquanto o motor elétrico debita 170 cv (125 kW) de potência e 310 Nm de binário máximo. Valores adequados para um modelo de acesso à gama, que não propõem ambições desportivas, mas que permitem toadas ritmadas e muito agradáveis. Vale-se também dos modos de condução para alterar vários parâmetros dinâmicos, pelo que o Elroq consegue assim adaptar-se a momentos diferentes de viagem.
Muito bem insonorizado (aliás, é um dos seus pontos fortes), o Elroq destaca-se, simultaneamente pelo excelente comportamento – a suspensão é complacente no mau piso e competente na forma como sustém a carroçaria nas mudança de direção mais rápidas. As passagens em curva são feitas com estabilidade e segurança e, em autoestrada, sente-se robusto e preciso, como as referências do segmento.
O consumo energético resultante deste primeiro contacto não nos pareceu particularmente baixo, com um registo de 17,5 kWh/100 km ao cabo de 135 km feitos pelas estradas de Palma – algumas das quais de montanha.
Vale a pena esperar?
O novo Elroq será lançado no mercado nacional em março de 2025 (embora nem todas as variantes estejam disponíveis de início) e tem tudo para conquistar o seu espaço no mercado e num segmento de grande relevo. Enquanto não chega o Epiq, que será o SUV mais pequeno e mais acessível (em 2026), este Elroq assume o estatuto de Skoda elétrico mais acessível, mas isso não quer dizer que seja parco em argumentos.
O Skoda Elroq será lançado no mercado nacional em março de 2025
Antes pelo contrário: do “design” ao espaço a bordo, passando pelo refinamento de condução e por todas as soluções “simply clever” presentes, este Elroq é um elétrico muito competente e versátil. Ainda não existem preços oficiais, mas a marca aponta para um valor de 28.500€ + IVA, ou seja, 35.055€, valor estimado.
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