É o momento da verdade para a Polestar, o fabricante de automóveis elétricos criado a partir da divisão com que a Volvo, muito discretamente, competia com a BMW M ou a Mercedes-AMG, que somente agora passa a contar com gama diversificada. Este SUV Coupé posiciona-se entre a berlina 2 e o SUV 3.
A Polestar adotou fórmula (numérica) curiosa para “batizar” os automóveis novos, designando-os de acordo com a ordem cronológica do arranque da produção e da estreia no mercado e não em função das dimensões ou do posicionamento comercial. E, assim, este 4 posiciona-se entre o 2 e 3! O SUV Coupé com 4,84 m de comprimento apresenta-se com versões Long Range Single Motor (200 kW/272 cv e tração traseira) e Long Range Dual Motor (400 kW/544 cv e quatro rodas motrizes). Preços em Portugal: respetivamente, 66.700 € e 73.700 €.
Preços em Portugal: respetivamente, 66.700 € e 73.700 €.
O 4 mede mais 23,4 cm do que o 2 e só menos 6 cm do que o 3. A base é a plataforma SEA da Geely para geração nova de automóveis elétricos, do Volvo EX30 aos smart #1, #3 e #5. No caso do Polestar, que tem a particularidade de não contar com vidro traseiro, razão na origem da câmara posterior para captação das imagens projetadas no retrovisor interior, combinação que não beneficia a visibilidade posterior, a variante utilizada é SEA 1 estreada pela Zeekr, no 001.
Nas duas versões do 4, modelo produzido na China e na Coreia do Sul baterias CATL com 100 kWh de capacidade bruta (94 kWh úteis). O sistema admite carregamentos com potências até 200 kW (corrente contínua) ou até 22 kW (corrente alternada) – na primeira condição, 10% a 80% de carga em 30 minutos; na segunda, 0% a 100% em 5h30. Em complemento, tecnologia V2L para a alimentação de equipamentos externos. A Polestar anuncia até 620 km de autonomia para a unidade menos potente e até 590 km para a topo de gama.
O 4 com 272 cv e tração traseira acelera de 0 a 100 km/h em 7,1 s, enquanto o SUV Coupé com 544 cv, no mesmo arranque, demora apenas 3,8 s! Nas duas versões, para proteção da autonomia, 200 km/h de velocidade máxima. Em opção (4500 €), Pack Performance com apontamentos decorativos em amarelo, jantes de 22’’ e pneus 265/40, amortecimento variável com regulação específica e travões com discos dianteiros Brembo.
O interior do 4 parece-se com o do 2 e do 4, exceto num pormenor… O painel de bordo tem desenho minimalista, com o comando de quase todas as funções do carro concentrado no monitor (tátil) com 15,4’’ de sistema multimédia que tem o mesmo “software” dos outros Polestar (Android Automotive), mas aparece posicionado horizontalmente, o que sucede pela primeira vez na marca. Atualiza-se remotamente, devido à disponibilidade de Internet, e é compatível com Apple CarPlay e Android Auto. O funcionamento “estranha-se e entranha-se”, com o assistente de voz a apoiar-nos no controlo de funções, uma vez que (quase) não existem comandos físicos. A qualidade de materiais e montagem combina com o posicionamento “premium” e também temos de elogiar a abundância de espaço, sobretudo nos bancos posteriores, que contam com encostos reguláveis em inclinação. A bagageira tem 526 litros a 1536, somando os 31 sob o piso, e há compartimento dianteiro com 15 litros.
O SUV Coupé tem, ainda, pacote extenso de assistências eletrónicas à condução, com atuação dependente das informações captadas por câmaras (12), radar (um) e sensores de ultrassons (12). Em opção, Pack Pilot (1500 €) com funções que permitem, por exemplo, mudanças automáticas de faixa de rodagem (ativa-se com o acionamento do “pisca”). O monitor da instrumentação tem 10,2’’ e mostra os dados fundamentais (autonomia, carga na bateria, velocidade, etc.). O Pack Plus (5500 €) soma-lhe um Head-Up Display com 14,7’’ de superfície de projeção. Contando com todos estes recursos, podemos concentrar-nos apenas na estrada! Entre os equipamentos apresentados de série, tejadilho panorâmico em vidro com função de escurecimento automático.
Dinamicamente, o 4, tratando-se de automóvel mais baixo e compacto do que o 3, comporta-se melhor, diferenciando-os, sobretudo, a agilidade e a precisão nas mudanças de apoio. A versão com 200 kW não tem a capacidade de aceleração nem o fôlego do SUV Coupé com 400 kW, mas é-nos permitido adaptar a entrega da potência, a sensibilidade do chassis (direção e suspensão), a intrusão do controlo de estabilidade e até a atuação do One Pedal Drive, o sistema que gere a intensidade da regeneração de energia nas desacelerações e travagens – no “standard”, eliminando a pressão no acelerador, redução quase instantânea e muito significativa da velocidade de marcha.
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