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Foto do escritorPedro Junceiro

Ao volante do Opel Grandland

Atualizado: 26 de out.

Apontando a uma posição cimeira no segmento dos SUV de segmento médio, o Opel Grandland de nova geração é uma melhoria substancial em comparação com o modelo de geração anterior. Totalmente comprometido com a eletrificação, o modelo terá diferentes variantes 100% elétricas, uma híbrida “plug-in” e ainda uma “mild hybrid” de 48 V.



No ano em que celebra o seu 125º aniversário, a Opel recebe dois modelos de grande importância, o Frontera e o Grandland, que são exemplos do esforço em curso relacionado com a eletrificação, mas que também dão à marca germânica outros argumentos para se bater no mercado europeu. No caso concreto do Grandland, a Opel realinha o seu empenho no segmento C-SUV, o qual é crucial para a grande maioria das marcas generalistas, enfrentando diretamente rivais como o Peugeot 3008, Hyundai Tucson ou Nissan Qashqai, apenas para mencionar alguns.

 

O Grandland de nova geração tem também o condão de ser o primeiro Opel a ser construído na plataforma STLA Medium, do Grupo Stellantis e que é focada, principalmente, na tecnologia 100% elétrica. Porém, também admite motores híbridos, naquela que é uma circunstância essencial na atualidade.



Estilo de rutura 

O desenho do Grandland pode ser definido como de rutura em comparação com o do anterior modelo, apresentando elementos modernos como a grelha “3D Vizor” na dianteira, reconfigurada e agora iluminada, com uma barra horizontal (denominada “edge light”) e o próprio logótipo da companhia, o Opel “Blitz”, também iluminado. Esse novo desenho da dianteira retoma o conceito “Opel Compass” do protótipo Opel Experimental revelado anteriormente, o qual apontou o caminho para os modelos futuros da marca de Rüsselsheim.

 

A filosofia do “Opel Compass” (bússola, em português) é simbolizada pelo vinco longitudinal do capot interligada com a grelha translúcida na dianteira, sendo que também atrás esse conceito é observado: a luz de terceiro stop, por exemplo, na vertical e no topo do óculo traseiro, “joga” com as linhas horizontais dos farolins. Ao centro da tampa da bagageira está uma novidade – o logótipo tradicional desapareceu e dá agora lugar à palavra “OPEL” permanentemente iluminada no centro.



Por outro lado, o Grandland cresceu nas suas dimensões – mede agora 4,65 metros de comprimento (mais 173 mm), 1,93 metros de largura (mais 49 mm) e 1,66 metros de altura (mais 36 mm) –, o que confere uma postura mais robusta e volumosa. Paralelamente, a distância entre eixos cresceu para os 2795 mm e amplia o espaço disponível a bordo (a marca aponta mais 20 mm para as pernas atrás). Nota que todos os cromados desapareceram, tanto por dentro, como por fora, numa medida que visa reduzir o impacto ambiental.



Iluminação de ponta 

A iluminação foi bastante melhorada neste modelo, com a tecnologia Intelli-Lux HD a fazer a sua estreia. Este sistema de ponta conta com 51.200 pixéis no total (ou seja, 25.600 de cada lado) e permite a distribuição da luz de elevada resolução de forma eficaz durante a condução noturna. Recorrendo à câmara do veículo, o sistema consegue manipular o feixe de luz de forma mais eficaz, isolando os condutores de outros veículos (para evitar situações de encandeamento) ou impedindo os sinais de trânsito de se tornarem ilegíveis pela reflexão da luz.

 

A marca cita estudos para indicar este tipo de sistemas incrementa largamente a segurança da condução durante a noite, permitindo que o condutor reaja ao potencial obstáculo entre um a dois segundos mais cedo.

 

Simultaneamente, todas as funções automáticas do Intelli-Lux, desde a luz de cidade e para estradas secundárias até à iluminação em curva e luz de mau tempo, foram melhoradas. Em situações de mau tempo ou de nevoeiro, o sistema tem em conta o possível efeito de encandeamento causado por ruas molhadas pela chuva e ajusta a intensidade da luz em conformidade, de modo a reduzir este efeito para o trânsito em sentido contrário. As animações de boas-vindas e de despedida também são novas, dando uma primeira ideia quanto aos desenvolvimentos de iluminação possíveis no futuro.



Habitáculo tecnológico 

A Opel trabalhou num habitáculo marcado pela tecnologia e pela melhoria da qualidade geral. O Grandland exibe um interior muito mais atual do que o do modelo precedente, sobressaindo pela qualidade dos materiais presentes no tablier, na consola central e, também, nos painéis das portas, com revestimentos em tecido macio. Tudo muito cuidado e a elevar a noção de conforto no interior.

 

O condutor tem direito a um painel de instrumentos de 10 polegadas (o qual pode ser complementado com o “head-up display” Intelli-HUD), que se destaca pelas opções de alteração de grafismos e de informações. Ao centro do tablier e em posição elevada está um ecrã tátil de 16 polegadas na versão mais equipada e de 10 polegadas nas de entrada. Ambos os ecrãs dispõem de modo “Pure”, o qual reduz o conteúdo da informação para reduzir as distrações. O volante com comandos de pressão também merece elogios, quer pela pega, quer pelos próprios comandos integrados.


Algumas das funções mais frequentemente utilizadas, como o controlo da climatização, também podem ser operadas a partir de botões físicos

Algumas das funções mais frequentemente utilizadas, como o controlo da climatização, também podem ser operadas a partir de botões físicos situados em posição elevada, o que melhora o acesso durante a condução. As saídas de climatização nas extremidades do tablier passaram para as portas, num detalhe chamativo. Na consola central há ainda espaço para arrumar o smartphone e carregador “wireless” para o mesmo, embora fique escondido sob um plástico translúcido, solução que está longe de ser prática. A marca alemã indica que este elemento é funcional, mas pareceu-nos exatamente o oposto.



Em contrapartida, existem muitos compartimentos de arrumação, como os bolsos para o telemóvel nos encostos dos bancos dianteiros ou a grande arrumação sob a consola central. No que diz respeito aos bancos e numa tradição de longa data, a Opel volta a oferecer os seus bancos certificados pela Aktion Gesunder Rücken e.V. (AGR), os quais privilegiam o conforto, com estes bancos ergonómicos a terem almofadas laterais ajustáveis individualmente.

 

A funcionalidade Intelli-Seat é de série em todos os bancos dianteiros, tratando-se de uma ranhura especial ao centro do banco que reduz a pressão sobre o cóccix e aumenta o conforto de condução, mesmo em viagens longas em autoestrada. Os tecidos e revestimentos do interior são feitos de materiais com conteúdo reciclado.


Na habitabilidade traseira, o novo Grandland sobressai pela positiva

 

Na habitabilidade traseira, o novo Grandland sobressai pela positiva, com muito espaço para as pernas e em altura, dando assim boa conta de si, o mesmo se podendo dizer da bagageira, que se cifra nos 550 litros e que está entre as referências do segmento (chega aos 1641 litros com o rebatimento dos encostos traseiros em proporção 40/20/40). A distância entre eixos é distinta consoante a motorização, sendo maior no caso dos elétricos – 2795 mm contra 2784 mm do híbrido de 48 V.



Eletrificar para conquistar 

A gama do Grandland é totalmente eletrificada, embora em moldes distintos, tirando partido das características da plataforma STLA Medium, que permite uma vasta quantidade de motorizações. Na base da gama estará a versão Hybrid com sistema “mild hybrid” de 48 volts, o qual combina o motor 1.2 turbo (três cilindros) de 136 cv (230 Nm de binário) com uma pequeno motor elétrico de 21 cv (15,6 kW) e bateria de 48 V para assim permitir a circulação em modo elétrico quando as condições de condução assim o permitam (dispõe de caixa eDCT6). Este é um sistema que já tem sido utilizado noutros modelos do grupo Stellantis e volta aqui a primar pela eficiência e facilidade de utilização.

 

Progressivo nas respostas, este sistema responde bem às solicitações do acelerador, graças à ajuda do binário da máquina elétrica (51 Nm), sobretudo quando no modo de condução mais desportivo. Por outro lado, no modo mais económico de condução, assume maior facilidade de circular com o motor térmico desligado, baixando os consumos. A Opel aponta para uma média homologada de 5,5 l/100 km e num trajeto de cerca de 40 km durante a apresentação dinâmica, na Alemanha, obtivemos um valor de 5,9 l/100 km.



A outra unidade ensaiada na apresentação tratou-se da versão elétrica com motor de 213 cv (157 kW) e 345 Nm, com bateria NMC de 73 kWh (úteis), com esta unidade a destacar-se pela progressividade de respostas, preferindo a suavidade ao ímpeto desmesurado, enquanto a qualidade de viagem é sublinhada pela excelente insonorização, à qual não é alheia o facto de dispor de vidros duplos. Os modos de condução permitem variar as performances, com o modo “Sport” a oferecer, por outro lado, reações mais lestas, mas não fulgurantes. Aliás, os 0-100 km/h cumprem-se em 9,0 segundos.

 

Com autonomia homologada de 523 km, este modelo é a escolha inicial dos Grandland elétricos, tendo cumprido um trajeto de 50 km com muita autoestrada com uma média de 18,7 kWh/100 km. Além dessa bateria, este motor estará também disponível com bateria de 82 kWh, sendo que uma diferença entre as duas é a potência de carregamento – 160 kW na de 73 kWh e de 150 kWh na de 82 kWh.


O comportamento do Grandland revela melhorias substanciais

 

Em ambos os casos o comportamento do Grandland revela melhorias substanciais: o amortecimento a pender para o lado mais firme (além das jantes de 20 polegadas), não prejudica grandemente o conforto, mas ajuda a oferecer boa agilidade, ainda que este Opel não tenha ambições desportivas. O refinamento geral e a boa insonorização contribuem para uma experiência de condução muito agradável, sublinhando a melhoria face ao anterior, sobretudo quando equipado com vidros duplos. Duas ressalvas: apenas as versões elétricas contam com suspensão traseira independente (as demais têm barra de torção) e há a possibilidade de ter, no equipamento GS, suspensão com amortecimento de frequência seletiva (FSD), cujos amortecedores passivos permitem melhorar o dinamismo e o conforto de forma percetível.



Gama vai crescer 

Além das três versões já descritas (duas elétricas e uma “mild hybrid”), a gama do Grandland será ampliada com uma variante elétrica de grande autonomia (700 km), com bateria de 97 kWh, e uma outra variante híbrida “plug-in”, esta última com 195 cv de potência e 350 Nm de binário. O Grandland PHEV, com lançamento em 2025, terá 87 km de autonomia WLTP, sendo também a versão de melhores prestações da gama Grandland – velocidade máxima de 220 km/h e aceleração 0-100 km/h em 7,8 segundos.

 

Noutra data, a marca promete uma variante elétrica de tração integral, sem mais detalhes neste momento.

 

Disponível em níveis de equipamento Edition e GS, os preços começam nos 36.100€ para o Hybrid Edition de 48 V, enquanto a versão elétrica Edition com bateria de 73 kWh terá um custo de 45.050€. A bateria de 82 kWh estará apenas disponível em versão GS por um preço de 49.859€. por seu turno, a versão PHEV em nível Edition com caixa eDTC de sete velocidades será disponibilizada a partir dos 43.850 euros.



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