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Foto do escritorPedro Junceiro

Ao volante do Cupra Terramar

Importante adição à gama da Cupra, o Terramar assume-se como um SUV desportivo focado na eletrificação e com o intuito de atrair uma faixa de clientes mais ampla, além de contribuir também para reforçar o posicionamento da marca espanhola. Em Barcelona, no primeiro contacto dinâmico, comprovámos as qualidades do Terramar na despedida aos motores de combustão.



Com nome diretamente inspirado na oval de Terramar, situada em Sitges, nos arredores de Barcelona, o Cupra Terramar reforça a aposta SUV da marca catalã para o mercado europeu, procurando assim chegar a mais clientes e alinhar-se com a aposta crescente na eletrificação. Isto porque o Terramar é também visto como o derradeiro modelo da marca a utilizar um motor de combustão interna, pelo menos, se a estratégia se mantiver perante um mercado em contínua mudança.

 

Independentemente disso, é também um modelo que deixa a Cupra mais à vontade no segmento dos SUV de dimensões médias, já que está posicionado ligeiramente acima do Formentor e do Ateca, outros dois SUV que ajudaram (e muito) a marca a firmar a sua posição na Europa ao longo dos últimos anos.



Produzido sobre a base MQB Evo, utilizada por vários modelos do Grupo Volkswagen, como o Audi Q3, por exemplo, este Terramar mede 4,52 metros de comprimento, 1,86 metros de largura e 1,58 metros de altura, enquanto a distância entre eixos é 2,68 metros. Estas medidas geram um automóvel de dimensões generosas, incorporando a mesma filosofia de estilo da Cupra, nomeadamente, com as diversas arestas que criam um sentido de movimento, mesmo quando parado.

 

O destaque vai para a secção dianteira, com uma grande grelha inferior com lâminas verticais, um nariz “estilo de tubarão” e faróis com tecnologia Matrix LED HD que sobressaem pelo tema dos triângulos – elemento distintivo da Cupra e que se assume como uma espécie de “cartão de identidade” para a companhia. Aliás, essa mesma figura geométrica é ensaiada na traseira com estilo tridimensional nos farolins (unidos por faixa luminosa), robustecendo a tónica agressiva com para-choques a incluir difusor e saídas de escape volumosas. As jantes são de grandes dimensões, entre as 18 e as 20 polegadas, dependendo da versão e do equipamento.

 

O Terramar estará disponível em nove cores exteriores, incluindo duas opções mate exclusivas: “Bronze Century Mate” e “Cinzento Enceladus Mate”, as quais dão ao modelo um carácter mais exclusivo.



Interior de ponta 

A bordo, a Cupra voltou a apostar num conceito de “cockpit”, em que o condutor está envolvido e quase separado do passageiro por uma consola central elevada com um elemento de estilo que acentua essa mesma sensação de envolvência para quem vai ao volante. Visualmente bem conseguido, mas não muito interessante para quem viaja do lado do passageiro dianteiro.

 

O nível de construção é bastante elevado, havendo também escolha muito apreciável de materiais, mesmo que a zona inferior do habitáculo evidencie mais plásticos duros, em contraponto com a zona superior do tablier e das portas. Ainda no tablier, há elementos cromados com triângulos texturizados e, nas saídas da climatização, apontamentos em cobre, aquela que é também uma das cores prediletas da Cupra. Os volantes Cupra, com patilhas na parte traseira e botões integrados para ignição e modos de condução, entre outros, juntamente com os bancos desportivos “baquet” (com excelente apoio) de série, tornam o interior mais apelativo. Os bancos contam com o logótipo Cupra em relevo nos encostos e costuras em cobre.



A digitalização fica a cargo de um painel de instrumentos digital de 10,25 polegadas, configurável pelo condutor, e de um ecrã central tátil de 12,9 polegadas, maior e com um sistema de infoentretenimento mais intuitivo e completo, já que os vários menus estão devidamente agrupados e dispõem de ‘atalhos’ na barra superior do ecrã. A propósito do sistema de infoentretenimento, está disponível a conectividade sem fios a Apple CarPlay e Android Auto, bem como aplicação para smartphone “MyCupra”, através da qual é possível controlar diversos parâmetros remotamente.

 

No lado da sustentabilidade, note-se que a Cupra utiliza materiais reciclados como o Seaqual Yarn e Dinamica, com três temas distintos – “Deep Ocean”, “Moon Light” e “High Canyon”, cada um integrando materiais reciclados e renováveis.

 

Já no que toca à habitabilidade, apresenta espaço adequado para uma pequena família de quatro pessoas, com versatilidade acrescida pelo facto de ter bancos traseiros deslizantes (em 15 cm) que permitem aumentar a capacidade da bagageira, sendo que, à partida, oferece 508 litros. Exceção feita aos PHEV, nos quais a capacidade da bagageira é afetada pelo sistema elétrico de tração, pelo que a capacidade de base situa-se nos 400 litros (ou 490 litros, jogando com o deslizamento da fila traseira de bancos).



Tónica desportiva 

Sempre alinhado pelo lado da experiência desportiva, o Terramar volta a fazer uso de uma afinação pensada para oferecer mais emoções ao condutor, valendo-se de um chassis muito equilibrado e de direção variável progressiva que é bastante direta e informativa. O modelo pode contar com amortecimento variável por via do sistema DCC com amortecedores de válvulas duplas, que permitem ajustar o conforto ou a firmeza. Estes últimos fazem parte da lista de opcionais, bem como o sistema de travagem da Akebono com discos dianteiros de 375 mm e seis pistões.

 

Já a gama é composta por variantes “mild hybrid” 1.5 eTSI DSG de 150 cv de potência e dois híbridos “plug-in”, de 204 cv e de 272 cv, sendo precisamente esta última que tivemos a oportunidade de experimentar durante a apresentação internacional dinâmica, em Barcelona, e que será também a versão de lançamento para o SUV em Portugal.



A variante VZ 1.5 e-Hybrid debita um total de 272 cv de potência e 400 Nm e é composta pelo bloco a gasolina de 177 cv em associado a uma máquina elétrica de 116 cv (85 kW), sendo esta alimentada por uma bateria de iões de lítio de 25,7 kWh (19,7 kWh úteis). O conjunto é complementado por uma caixa automática de dupla embraiagem de seis velocidades (DSG).


Na prática, este é um modelo que cumpre com o seu propósito de uma condução dinâmica, oferecendo respostas muito decididas quando em modo de condução “Cupra”, que é o mais desportivo e que apenas está disponível no equipamento VZ, com o ímpeto elétrico a tornar o impulso para diante mais determinado. A resposta do acelerador é pronta e o Terramar acelera com contundência, mesmo que os 7,3 segundos nos 0-100 km/h não sejam valor entusiástico nos dias de hoje – culpa dos elétricos que já nos habituaram a desempenho fugaz.



É sobretudo na forma como curva – de forma muito sólida, sem inclinações excessivas da carroçaria e com transições de peso contidas, apesar dos mais de 1900 kg – que o Terramar mais sobressai, denotando aqui a sua tónica mais dinâmica, mesmo que não desvirtue o conforto por completo. É mais firme, sim, mas não deixa de ter bons dotes a filtrar mau piso. Pelo menos, na versão com suspensão adaptativa. Ainda assim, está longe de ser um automóvel extremo ou com reações adversas quando provocado, sendo antes uma espécie de “grand tourer” sobrelevado e evoluído, com qualidades adicionais como o excelente isolamento acústico.

 

Por outro lado, o Terramar VZ pode também ser um modelo mais cuidadoso para com o ambiente (e com a carteira), com a sua autonomia em modo elétrico até 121 km a ser um “bónus”, bem como a possibilidade recarregar em postos de carga rápida a 50 kW (neste caso, 26 minutos de 0 a 80%). Neste sentido, após um percurso de 60 km, com passagem por zona sinuosa de montanha a apelar ao dinamismo e ao modo mais desportivo de condução, obteve-se média de consumo de 1,6 l/100 km.



Lançamento em Portugal 

Com preço base de 56.635€, o Cupra Terramaz VZ e-Hybrid 272 DSG responde à intenção da marca de dar mais uma opção desportiva à sua família de modelos, cotando-se como um automóvel eclético e muito bem concebido, de estética muito apelativa e ao qual não falta o reconhecido toque de dinamismo da marca.

 

A gama do Terramar começa, por outro lado, com o 1.5 eTSI de 150 cv, sempre associado à caixa DSG (aqui de sete velocidades), com um custo base de 43.218€. A variante PHEV de 204 cv chegará numa fase posterior, enquanto o motor de combustão TSI de 265 cv não tem previsão de venda em Portugal.




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